Opinião

A inutilidade da diplomacia atual

Quando apresentou os seus 14 pontos, o presidente dos Estados Unidos da América, Woodrow Wilson (1913-1921), colocou em primeiro lugar que a diplomacia no pós-guerra (primeira guerra mundial) devia ser aberta e sem acordos secretos. Como a História nos ensinou, este ponto importante não foi levado a sério, e o século XX foi dos mais negros e sangrentos da História. Mas o que torna a diplomacia inútil? Ainda existe esperança no futuro da mesma?

A meu ver, a diplomacia tem falhado por culpa do imperialismo americano e da antiga União Soviética, agora Rússia. Durante décadas, estes dois países estiveram envolvidos numa guerra (Guerra Fria) que dividiu o mundo em dois blocos e criou um clima hostil e de medo de uma possível guerra nuclear. Esta guerra teve apenas uma razão principal: um destes países tornar-se na maior potência mundial. 

Além disso, os interesses pessoais dos políticos e a contínua falsa desculpa dada pelos governantes para invadir países independentes – “a manutenção da paz” – não passa de uma forma de obter matérias-primas e de manutenção do poder. Este conjunto destrói qualquer possibilidade de boas ligações diplomáticas. 

A grande esperança da diplomacia, somos nós. Está nas nossas mãos ditar o futuro e evitar guerras, como a Segunda Guerra Mundial. Mas como? Votando. Temos de ser a geração que vai salvar o mundo e lutar pela paz mundial, votando em candidatos justos, que não sejam tiranos e cada vez mais ignorar o discurso da extrema-direita e da extrema-esquerda, que mais nada procuram do que guerras e o fim da globalização que nos une enquanto seres humanos. Não esquecendo que um dia posso ser eu ou tu a coordenar um corpo diplomático. Não obstante a defesa dos interesses governamentais, a paz tem de estar em primeiro lugar.

Por fim, espero que a Rússia e a Europa saibam conversar e impedir que esta terrível invasão continue. Tive a experiência de conhecer uma cidadã ucraniana que em lágrimas me descreveu o que estava a acontecer e o medo pelo futuro da sua pátria, que tanto ama. Por isso, consigo dizer com certeza que, se a diplomacia existe, as mãos dos nossos políticos estão manchadas com sangue e lágrimas daqueles que morrem e daqueles que nada podem fazer a não ser fugir.

Fonte da capa: Kevin Lamarque/ Reuters

Artigo revisto por Inês Pinto

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