Opinião

Mais do que quatro rodas

A Fórmula 1 é, no mundo do automobilismo, a modalidade mais famosa e querida da atualidade. Em 2021, mais de 1,5 mil milhões de pessoas assistiram, em algum momento, à temporada e a cada ano esta modalidade atrai mais fãs, fãs tal como eu. Era miúdo e os meus pais falavam-me de nomes como Senna e Schumacher e mal sabia eu a importância que estes nomes iam ter na minha vida e o quanto me iam ajudar a sonhar. Afinal, são mais do que quatro rodas numa pista? Sim.

Muitos defendem que esta modalidade não passa de um conjunto de carros a dar voltas numa pista, algo com o qual  eu discordo completamente. A Fórmula 1 é, além de uma ciência, um estilo de vida. Em cada um daqueles carros vai um homem que carrega consigo um sonho: ganhar um Grand Prix, marcar pontos, ser campeão, carregar o orgulho do seu país às costas ou simplesmente fazer história. Sonho esse que nasceu quando eram pequeninos. O amor pela velocidade e a adrenalina que sentem quando correm torna-os seres humanos completamente diferentes de nós. Estes homens passam por condições pelas quais praticamente nenhum de nós conseguiria passar, e em certas corridas podem perder quatro quilos. Para os fãs é um espetáculo em todos os sentidos.  Os dias em que há uma corrida, qualificação, ou simplesmente treinos são os melhores dias para os fãs, ou, pelo contrário, os piores, pois a Fórmula 1 é uma grande família que está junta nos bons e maus momentos de cada equipa e de cada condutor. O apoio dado pelos fãs é essencial.

Como referi antes, a Fórmula 1 tem grandes nomes como Senna e Schumacher, ou ainda Lauda, Prost, etc. Todos estes nomes marcaram a história do mundo e de várias gerações. Se perguntarmos a uma pessoa que viveu nos anos 80 e 90 sobre esta modalidade, vão falar de Senna, de Schumacher e do impacto dos feitos destes senhores nas suas memórias. A nível pessoal, tenho o orgulho de dizer que no ano em que nasci Schumacher alcançou o seu sexto título de campeão, algo inédito para a época. Esta história feita por tão grandes nomes e que continua hoje com Vettel e Hamilton vai continuar a mudar a vida de gerações.

Lamento que cada vez mais o dinheiro conte na realização desta modalidade. Há condutores com pais milionários que se aproveitam das equipas mais fracas para investir e terem um lugar na Fórmula 1. Espero que esta modalidade melhore neste aspeto com os anos e espero também que voltemos aos dias em que o que interessava era o carro, o condutor e a velocidade; tudo isto em prol de um sonho, o sonho de correr. Afinal é ou não mais que quatro rodas?

Fonte da capa: Grande Prémio

Artigo revisto por João Nuno Sousa

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