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Ana Rita Pinto e André Campos: os ESCSianos por detrás da GapiWorld

Ana Rita Pinto e André Campos são os dois alunos escsianos por detrás da marca GapiWorld, uma loja com scrunchies feitos à mão. O par, que se conheceu na ESCS, resolveu juntar os pontos fortes de cada um – a Gapi foi o resultado.

André Campos e Ana Rita Pinto, os escsianos que criaram e gerem a GapiWorld.
 Fotografia de André Campos

A ESCS foi a primeira opção de Ana Rita: “Imaginava-me em qualquer um dos cursos”, afirma. Apesar de ter tido algumas dúvidas quanto ao curso no início, estas desapareceram logo no 1º Semestre, pois percebeu que era aquilo que gostava de fazer. Vai licenciar-se este ano em Relações Públicas e Comunicação Empresarial e, quanto ao futuro, gostava de “experimentar vários setores e várias funções da área, ter experiências novas”. Considera a área do Turismo como um bom caminho a percorrer no final do curso.

A primeira opção de André também era a ESCS, neste caso o curso de Jornalismo. Acabou por ser colocado em RPCE e por gostar do curso. Aquilo que mais lhe despertou o interesse foi a parte prática – os Laboratórios. Durante a sua licenciatura – que concluiu no passado ano letivo – ganhou o bichinho da Comunicação Estratégica. De momento, pretende ganhar experiência em várias áreas e setores, como o Marketing. 

A Gapi (G de Gonçalo – o mano -, A de Ana, PI de Pinto) surgiu em 2016 através de uma brincadeira. Certo dia, Ana Rita apercebeu-se de que tinha uma blusa que não usava, pois o único aspeto que apreciava era o seu padrão. Achava-o tão único que lhe custava desfazer-se dela, e foi então que pensou em recorrer aos dedinhos mágicos da sua avó. Da blusa inutilizada nasceu um elástico para o cabelo daqueles da moda – um scrunchie. O acessório não passava despercebido e foi um instante enquanto fez furor. Uma das amigas da Ana Rita perguntou se a sua avó lhe poderia fazer um e sugeriu que começassem a vendê-los – por sinal, a sugestão que originou a Gapi!

Fotografia de Mariana Coelho
Este é o primeiro scrunchie, o Pink Daisy, feito e reaproveitado através do tecido de uma camisola!

Não demorou muito até seguir o conselho da amiga. Num dia em que foi para o local de trabalho com o cabelo apanhado pelo elástico, a sua patroa reparou e não ficou indiferente. “Porque não começas a vendê-los aqui na loja?”, perguntou. Estava escolhido o primeiro ponto de venda da Gapi. Ficou também definida a cor da marca: o verde caraterístico da parede da loja. Tudo isto começou em Odemira, de onde Ana Rita e a sua avó são naturais.

Contudo, chegou a hora de sair do ninho e vir estudar para Lisboa, para a ESCS. Esta mudança resultou numa pausa para a Gapi. Os scrunchies eram feitos pela sua avó numa máquina de costura do ano de 1903 (tem mais de um século!), que, por ser tão antiga, não era transportável. Isto aliado ao facto de Ana Rita não saber coser secundarizou a continuação da marca. De vez em quando ainda telefonava à avó com encomendas de amigas, mas não mais que isso. A D. Inácia até se queixava de falta de trabalho! “Não tenho nada para fazer, estou para aqui a ver a novela”, dizia à neta.

Fotografia de Ana Rita Pinto
As mãos da avó Inácia e do avô Zé Maria a fazerem um scrunchie na máquina de coser de 1903!

É aqui que André entra em jogo. Estavam os dois numa viagem de carro a caminho de Odemira quando o assunto da Gapi veio à baila. “Isso ainda era possível?”, questionou. A resposta foi positiva, uma vez que Ana Rita tinha alguns em stock – ou achava que tinha… Assim que chegaram a sua casa, entusiasmada para mostrar a mercadoria, Ana Rita descobriu que a sua mãe tinha oferecido todos os scrunchies. Ao que parece, eram uma ótima prenda de anos para as amigas do irmão mais novo. A sua namorada da altura, sortuda, ganhou dez como prenda da sogra. Quem não achou tanta piada foi Ana Rita, que teve de recomeçar do zero. No entanto, era mesmo o impulso de que necessitava.

 Os dois escsianos rumaram a uma loja de tecidos em Vila Nova de Milfontes e escolheram aquele que se viria a chamar ‘Sunflower’, o primeiro tecido do regresso da Gapi e, curiosamente, o best-seller! Como bastava um simples “Avó, gostava imenso de ter isto” para a D. Inácia pôr mãos à obra, escusado será dizer que voltou a embarcar nesta aventura sem hesitar. Resta saber qual dos três estava mais entusiasmado pelo retorno da Gapi!

Fotografia de Ana Rita Pinto
Este é o Sunflower, o scrunchie mais vendido da Gapi.

Estiveram presentes em locais como a Feira do Tecido e os Anjos70 e começaram a apostar em novos padrões. A Gapi permite que os seus seguidores escolham novos padrões e cores que não estejam disponíveis. Podem, ainda, sugerir alterações para os produtos já existentes. O importante é corresponderem às expetativas de quem os acompanha e tornarem os seus desejos realidade.

As ideias para a Gapi surgem sempre de forma espontânea, mas tudo se baseia no trabalho de equipa entre André e Ana Rita. Acima de tudo, procuram criar conteúdo interativo para que os seus seguidores estejam o mais envolvidos possível. Têm feito apostas como lançamentos temáticos (fiquem atentos às datas comemorativas!) e trabalho com influencers.

Pensavam em juntar os scrunchies com outros artigos, o que levou à comercialização de novos produtos na Gapi: bandoletes, malas, capas para o telemóvel, anéis, pulseiras, brincos e colares. Várias vezes reaproveitam tecidos (tal como aconteceu com o scrunchie original), não fosse a sustentabilidade um dos valores da Gapi.

Fotografia de Mariana Coelho

Os scrunchies viajam de Odemira até Lisboa através da Rede Expressos, fazendo com que o casal passe muito tempo no terminal de Sete Rios. Porém, os produtos da Gapi não se limitam a percorrer este percurso: a hashtag #GapiPeloMundo foi a maneira que encontraram de perceber até onde são levados. Os scrunchies made in Odemira já foram a destinos como a República Domicana, a Grécia e o México (também queríamos)!

O importante para André e Ana Rita é manter a origem. Continua a ser a D. Inácia a fazer os scrunchies, agora com a ajuda do Senhor Zé, o seu marido, que se interessou pela temática a ponto de querer aprender a costurar. Ana Rita também já sabe o básico, mas confessa que não há nada como o perfecionismo da avó, que passa pelo menos 20 minutos de volta de cada elástico. Se uma linha sai do sítio, toca a recomeçar.

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Artigo revisto por Lurdes Pereira

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