Literatura

Bookcrossing, um conceito diferente de leitura

Escrever sobre Bookcrossing – um conceito que surgiu inicialmente nos EUA e que consiste em deixar um livro num local público (paragens de autocarro, metro) para que cada pessoa possa lê-lo e que depois de o fazer deixe no sítio onde estava para que todas as pessoas que passem por esse local tenham oportunidade de ler o tal livro. Aliado a isto, a atriz Emma Watson está também a desenvolver o projeto Books On The Subway, que tem como base o Bookcrossing. Por isso, acho que seria interessante abordar este tema pouco conhecido em Portugal (penso eu) e falar da iniciativa de Emma Watson. Podem escolher um destes temas para os vossos próximos artigos, caso não tenham ideias, ou podem ser apenas sugestões.
O objetivo dos membros do Bookcrossing é transformar o mundo inteiro numa biblioteca. Para que isso se torne numa realidade, não se importam de deixar os seus livros em locais públicos (cafés, transportes públicos, paragens de autocarro, bancos de jardim e outros sítios que a imaginação ditar) para que o maior número de pessoas os possam ler, em vez de os manterem nas suas estantes a ganhar pó. Desta forma, o acesso à cultura e especificamente à leitura torna-se verdadeiramente universal.
No entanto, existe ainda um conceito restrito de Bookcrossing que se refere à comunidade virtual, que não conhece limites geográficos, gerada em torno de um site, criado com a intenção de se seguir o trajeto dos livros registados no mesmo, nas suas viagens pelo mundo, através de um número identificativo escrito dentro de cada um dos livros. É acerca desse conceito mais restrito que este artigo se debruçará, apesar de se poder fazer Bookcrossing sem que os livros estejam registados no referido sítio de internet.
Como já disse, o Bookcrossing é uma “biblioteca virtual” onde qualquer pessoa pode partilhar livros com quem também gosta de ler. Todos podem participar: basta entrar em www.bookcrossing.com (para aceder à página de Portugal clique em European Support e depois Portugal) e registar-se como membro, indicando os livros que gostaria de pôr a circular, bem como os que desejava ler.
A cada livro é atribuído uma espécie de BI, que permite indicar o dono, saber por onde tem andado e se agradou ou não a quem já o leu.
Em Portugal, a comunidade Bookcrossing conta já com mais de 10 000 membros, sendo uma das maiores comunidades da Europa e a décima em termos mundiais.

História
O Bookcrossing foi concebido em 2001 pelo programador Ron Hornbaker. No mês seguinte foi lançado o site www.bookcrossing.com. Desde então, o movimento tem crescido exponencialmente, tornando-se global: está presente em 132 países, com quase 11,6 milhões de livros registrados e 1,6 milhões de membros.

Processo
O fato de alguém encontrar um livro registado no Bookcrossing não implica que tenha que registá-lo no site, já que pode deixar um comentário anónimo ao livro. No entanto, quem desejar usufruir plenamente do site (participar nos fóruns, registar seus próprios livros, etc.) e juntar-se à comunidade, terá de se inscrever. A inscrição é totalmente gratuita e anónima, sendo que o novo membro terá apenas de criar uma identidade virtual que o identificará sempre que fizer novos registos no site.
O Bookcrossing baseia-se no conceito básico “Ler, Registar e Libertar”: Leia um bom livro, Registe-o no site para adquirir o número BCID, e Liberte-o, passando para um amigo ou deixando-o num local público.
Após a leitura, o leitor deve fazer nova “entrada de diário”, na qual dirá o que achou da obra e o que pretende fazer com ela a seguir – normalmente, libertá-lo outra vez para que possa continuar a sua viagem pelo mundo, indo ao encontro de novos leitores.
O Bookcrossing é uma forma diferente de oferecer livros e é visto pelos autores e editoras como uma forma de divulgar as suas obras e atrair novos consumidores. É um projeto que estimula a leitura e ajuda a formar plateia. É comum os bookcrossers comprarem livros para libertar ou para passarem a amigos, ou indicarem livros para leitura no site.
É uma rede social para leitores, um clube de livros global, que atravessa o tempo e o espaço. É um grupo de leitura que não conhece limites geográficos.
Os livros podem ser libertados em qualquer local mas existem também zonas especiais onde os leitores e livros se encontram.
Lista de “crossing zones” – https://sites.google.com/site/bkcrossingportugal/oczs/listaoczs

O Bookcrossing permite aos utilizadores acederem à informação contida nos livros de forma gratuita e livre, contrariando assim as barreiras físicas e geográficas. O objetivo do Bookcrossing é possibilitar a troca de livros de forma a transformar o mundo numa biblioteca.
O conceito surgiu nos EUA, em 2004, e consiste na prática de deixar os livros em locais públicos, nomeadamente cafés, transportes públicos ou paragens do autocarro, para que um maior número de leitores lhes possa dar utilidade.
No entanto, em Portugal existe um conceito mais restrito do Bookcrossing, acessível apenas virtualmente. A troca de livros implica o registo no site e a viagem é feita através de um número de identificação.
Em Portugal, a comunidade Bookcrosser conta já com mais de 8 000 membros e algumas destas Crossing Zones estão integradas nas comunidades académicas.

Vê aqui as Crossing Zones dentro das universidades portuguesas:
Biblioteca da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
Morada: Largo Nacional da Academia de Belas-Artes
1249-058 Lisboa
Horário: – 2ª a 6ª: 09h00 – 18h00;
Telefone: 213 252 115/64
Site: www.fba.ul.pt
Email: biblioteca@fba.ul.pt
Bookshelf: bibliotecartes.bookcrossing.com
Notas: A crossing zone encontra-se à entrada da Biblioteca, junto da estátua de Camões

Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Morada: Alameda da Universidade
1649 – 004 Lisboa
Horário: – 2ª a 6ª: 09h00 – 20h00
– Sábado: 09h00 – 12h30
Telefone: 217 920 028
Site: www.fl.ul.pt/biblioteca
Email: bib.biblio@fl.ul.pt
Bookshelf: BibliotecaFLUL.bookcrossing.com
Notas: A crossing zone está localizada no átrio principal da Biblioteca, junto à cafetaria.

E-Learning Café Universidade do Porto
Morada: Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, Pólo Universitário
4200 Porto
Horário: 08h00 – 04h00
Telefone: 222 087 268
Site: elearningcafe.up.pt

Dia Mundial do Livro
Com o Bookcrossing, o mundo é uma biblioteca gigantesca. Com o propósito de incutir mais hábitos de leitura, facilitando o acesso aos livros e reutilizando-os, surge o projeto Bookcrossing. Em Portugal, existem já várias zonas onde se trocam livros por livros.
“Transformar o mundo inteiro numa biblioteca” é o grande objetivo do Bookcrossing. Este projeto pretende, segundo Isabel Sousa Uva, trabalhadora no “Papel & Cª”, uma das crossing zones existentes no Porto, que o livro “passe de mão em mão”, de forma a que “seja lido por toda a gente” e que, assim, os livros possam ser “reutilizados”.

Fnac apoia o Bookcrossing
No Dia Mundial do Livro, a Fnac associa-se à iniciativa do Bookcrossing e promove a “troca de livros usados entre a comunidade”. Quem passear pela Baixa do Porto pode escolher e levar um ou mais livros que terão de ser entregues previamente nas lojas Fnac. Esta iniciativa da Fnac tem o apoio da Câmara Municipal do Porto, através da PortoLazer.
Em Portugal, o índice de leitura nos portugueses é muito baixo quando comparado com outros países. Para Isabel Sousa Uva, Bookcrossing é uma “boa solução” na implementação de mais hábitos de leitura nas pessoas, principalmente numa altura em que a crise condiciona a aposta na cultura. Com isto, as pessoas “podem ler os livros sem terem de os comprar”.
Desde 2001 que o Bookcrossing pretende “espalhar livros pelo mundo”. No caso do “Papel & Cª” foi o proprietário da loja aderiu à iniciativa, contando já com 120 livros registados. Isabel Sousa Uva explica que o processo de registo de Bookcrossing no site é “simples”. Depois de registadas, as pessoas que acederem ao site sabem que livros existem em cada crossing zone, zonas oficiais de Bookcrossing.
O Bookcrossing “não conhece limites geográficos”, por isso, mesmo fora do país, é possível ir às crossing zones, levantar os livros, lê-los e, posteriormente, entregar o livro noutro país. Foi num café, em Berlim, que André Lourenço, adepto de Bookcrossing, teve conhecimento do projeto. Desde aí, já leu seis livros graças ao projeto. Para o estudante de Ciências da Comunicação, esta iniciativa é “bastante importante” pois, para além de “o acesso à cultura ser caro em Portugal”, através do Bookcrossing “os livros deixam de estar na estante a apanhar pó” e passam “a fazer a sua função, que é contar histórias”.
Isabel Sousa Uva salienta que as pessoas aderem bastante ao Bookcrossing, destacando que os adeptos de Bookcrossing realizam, muitas vezes, “jantares e pontos de encontro”, onde “falam dos livros que leram”.

Site para se registarem – http://www.bookcrossing.com/