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Caiu o Passos, levantou-se Costa

O relógio batia as 17h15 quando o governo de Pedro Passos Coelho caiu na Assembleia da República. A moção levada ao Parlamento pelo Partido Socialista foi aprovada com 123 votos a favor contra 107 contra.

O PS, Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português, Partidos Ecológico – os Verdes e o Pessoas, Animais e Natureza uniram-se para derrubar a coligação Portugal À Frente, num dia histórico para Portugal. Pela primeira vez que o programa de um governo eleito é rejeitado no Parlamento.

As reações não se fizeram esperar e Assunção Cristas, do CDS-PP, através do Facebook avisou: “Prepara-se para governar quem perdeu, numa liderança necessariamente frágil, por falta de respaldo democrático e pela dependência da esquerda radical”. E acrescentou que apesar de ser um governo possível mas é “um desrespeito pelo povo”. Também pelo CDS-PP, Nuno Magalhães disse que hoje se viveu “um dia triste” em Portugal. Ricardo Baptista Leite (PSD), no Facebook: “O Governo do Povo caiu”.

Ainda antes de ser aprovada a moção de censura ao Governo, os partidos envolveram-se em acusações num debate marcado pela expressão “palavra de honra”. “Palavra de honra” invocada por Costa quando afirmou que vai cumprir a sua palavra e romper com o ciclo de direita e cortes. Do lado do PSD, Luís Montenegro, também invocou esta expressão para criticar o PS que no inicio deste ano havia dito que só governaria se os portugueses lhe dessem legitimidade politica e nesta campanha para as legislativas Costa voltou a afirmar que só governava se o povo lhe desse a vitória. Para o líder parlamentar do PSD isso não se verificou, dado que quem ganhou foi a coligação.

Desta maneira, Montenegro tentou descredibilizar o acordo feito entre António Costa com o PCP, com o PEV e com o Bloco de esquerda. Costa sorriu.

Cá fora, também a manifestação contra o atual governo, organizada pela CGTP, sorriu e festejou a aprovação da moção de censura levada ao Parlamento pelas mãos do PS. Também o PCP e o Bloco levavam, cada um, uma moção de censura ao Governo, mas o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, dispensou-as, dado que a primeira foi logo aprovada por maioria no parlamento.

Lá fora também outra manifestação esteve presente, mas a favor do Governo, esta acabou por se desfazer ainda não tinha sido aprovada a moção de censura. Jerónimo de Sousa, o líder do PCP, acabou por sair para a rua para festejar com os manifestantes.

Amanhã, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai receber em Belém o ainda Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

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