Moda e Lifestyle

Estás à espera de quê para tirar a carta?

O verão está a chegar e com ele vem também algum tempo livre. Entre as séries, as idas à praia e os dias passados na esplanada, há algo em que tens de começar a pensar: tirar a carta! Se para uns é objetivo desde os 17 anos e 6 meses, para outros é coisa que vai ficando para trás à medida que os anos passam e há até quem não o queira fazer – a opção fica ao critério de cada um. No entanto, se decidires que sim, uma coisa já deves ter ouvido: se queres tirar a carta, fá-lo o quanto antes, porque depois vais andar sempre a adiar! 

Falando do meu caso em específico, eu faço parte do primeiro grupo de pessoas: aos 17 anos e 8 meses lá estava eu a inscrever-me na escola de condução. Tenho a sorte de fazer anos em janeiro e, por isso, em setembro, quando iniciei o 12º ano, já tinha idade para começar a frequentar as aulas de código para a categoria B2. Aproveitei as tardes livres do último ano do secundário para me dedicar à carta. É importante referir que o fiz na época “A.C.”, que é como quem diz, antes da Covid, o que significa que o processo era mais rápido e descomplicado. 

A experiência pode mudar bastante de escola para escola, pois depende muito dos professores com quem te cruzas e do tipo de ensino. No entanto, no que toca à matéria teórica, essa é transversal, assim como o que aprendes na prática.

Começando pela parte mais aborrecida: o que é preciso para me inscrever e quanto custa tirar a carta?

O processo de inscrição na escola é bastante simples, podes dirigir-te até lá ou contactar a secretaria para que te dê todas as informações. No meu caso, apenas precisei de entregar uma cópia do cartão de cidadão e um atestado médico que comprovava que tinha condições físicas para conduzir. Quanto aos valores, posso dizer que, após uma breve pesquisa e apuramento de vários testemunhos, cheguei à conclusão de que varia de região para região. Pode ir dos 300€ aos 950€. No meu caso, e vivendo numa pequena localidade, ficou no valor de 650€ (sem chumbos, nem aulas extra). Falando desta possibilidade, que é triste e que ninguém quer que aconteça, um chumbo no exame de código pode custar-te 150€ e no exame de condução 300€ (valores praticados pela minha escola).

Aulas de Código

O primeiro passo para a obtenção da carta de condução é frequentar as aulas de código segundo a disponibilidade da tua escola. Por norma, és obrigado a frequentar 28 horas para poderes ir a exame, no entanto, se não te sentires apto podes ir a mais sem pagares nenhum valor extra. Tens também de ter feito os 18 anos, sendo que te dão a possibilidade de o realizares no teu dia de anos. 

Eu costumava ir em dois dias específicos da semana porque era quando tinha transporte até lá. Esta organização encaixou perfeitamente na minha disponibilidade, uma vez que me permitia aproveitar as tardes livres que tinha para estudar e ainda as noites dos dias em que não ia às aulas. Refiro-me a isto porque tirei a carta enquanto estudava e tornava-se importante ter tempo para tudo – se sentires que não aguentas a pressão, não tenhas pressa em ir a todas as aulas! É importante referir que tens um prazo de dois anos para o fazer, portanto, podes ir ao teu ritmo. 

Quanto à estruturação da aula em si, esta tinha uma duração de uma hora e era à base de testes. O/a instrutor/a chamava alguém que ia até ao computador fazer um teste que estava a ser projetado para toda a sala. Já estás a sentir a pressão do momento? É verdade, posso confessar que havia sempre um nervoso miudinho por fazê-lo em frente a uma sala cheia. No entanto, há que pensar que estamos todos para o mesmo e que temos de aprender a trabalhar sob pressão, pois vamos estar sujeitos a isso muitas vezes ao longo da nossa vida.

Fonte: Sapo

À medida que a pessoa realizava o teste, íamos propondo dúvidas ao instrutor sobre aquele exame ou sobre outros que tivéssemos guardados na aplicação “Testes de Código” que nos foi sugerida por ele. Aí, podes fazer exames de código em qualquer lugar, sempre que tenhas um tempo livre. O estudo mais teórico era feito em casa, no livro de código que a escola tinha disponível para venda, e que, no meu caso, eu já tinha herdado da minha irmã. 

O exame de código caracteriza-se por ser de escolha múltipla – são 30 perguntas com um tempo limite de 30 minutos- e, por isso, não há nada de novo em relação ao sistema de ensino a que estamos habituados. Senti, durante aqueles meses, que estava a estudar exatamente da mesma forma que para um teste da escola. A chave para o sucesso neste exame está na PRÁTICA, ou seja, fazeres o maior número de testes possíveis até que não erres nenhuma pergunta, ou muito poucas (podes passar com até 3 perguntas erradas). Como já referi acima, tens a aplicação dos testes para instalares no teu telemóvel e fazeres em qualquer lado, mas tens também o site “Bom Condutor” que tem uma enorme variedade de testes por nível de dificuldade e que te dá o grau de preparação para ires a exame. Podes saber mais consultando o site aqui.

Sendo que comecei a frequentar as aulas de código quatro meses antes de completar os 18 anos, tive de esperar esse tempo todo para poder ir finalmente a exame. No primeiro dia em que me foi possível ir, ou seja, no dia em que fiz 18 anos, fui a exame de código, tendo passado com uma resposta errada.

Aulas de condução

Ao fim de algumas aulas de código, lá fui eu marcar as primeiras de condução – o entusiasmo, o nervoso miudinho, a felicidade de ver esta etapa a avançar! Não sei precisar se é necessário um número mínimo de aulas de código para iniciar as aulas práticas, no entanto faz sentido que já tenhas frequentado algumas para que possas aplicar os conhecimentos na estrada, as duas versões acabam por se complementar. 

Na condução, ao contrário do código, existe um processo em que o/ instrutor/a vai conhecendo o aluno, pois é de grande responsabilidade andar pela estrada com um carro e cada pessoa reage de forma diferente nas diversas situações. Por isso, esta experiência é diferente para todos.

Fonte: Ekonomista

Num primeiro momento, há uma explicação geral do funcionamento dos pedais e da caixa de velocidades. Com o carro desligado, estive a treinar a colocação de todas as mudanças por ordem. Depois, arranquei e segui viagem. As primeiras aulas servem essencialmente para que tenhamos noção das dimensões da estrada e do carro e da colocação do mesmo na via. É preciso que as encares como aulas que são e que não faças um drama sempre que algo corre mal. Assim como os professores na escola, o/a instrutor/a está ali para te ajudar. Caso não te dês bem com ele/a, como acontece com algumas pessoas, deves avisar a escola de condução e mudar, pois o teu sucesso não depende só de ti, mas também de quem te ensina. 

Posso confessar que tive uma experiência bastante positiva e que isso se deveu a uma conjuntura de situações. Por um lado, uma enorme vontade de passar à primeira; por outro, um instrutor que sempre me ajudou e, por fim, o prazer da condução que me fazia aproveitar as aulas de forma mais descontraída. 

Ao longo das aulas, fui fazendo os possíveis percursos de exame e absorvendo as dicas que o meu instrutor me ia dando acerca do que geralmente é pedido em exame, para que no momento soubesse reagir bem. O essencial aqui, é, mais uma vez, o TREINO, pois nada se consegue sem muitos estacionamentos em paralelo, olhando através dos espelhos e seguindo os pontos essenciais do carro. 

No que diz respeito ao momento de avaliação final, o tão esperado exame, não vale a pena eu dizer “tem calma”, porque todos sabemos que isso não faz diferença absolutamente nenhuma naquele momento. Existe um grande estigma em relação aos examinadores. Há um sentimento geral de que eles estão lá para nos prejudicar. Ir com esse pensamento é meio caminho andado para que os nervos tomem conta de vocês. A partir do momento em que vamos com confiança naquilo que sabemos fazer, não há que ter medo das eventuais “rasteiras” que nos possam pregar.

Agora que partilhei um pouco da minha experiência, estás à espera de quê para tirar a carta?

Fonte: Luísa Montez

Fonte de capa: Ekonomista

Artigo revisto por: Maria Ponce Madeira

AUTORIA

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Luísa Montez é redatora da ESCS Magazine desde novembro de 2020, tendo começado por escrever apenas para a secção de Moda e Lifestyle. Após o sucesso do seu artigo escrito, excecionalmente, para a secção de Grande Entrevista e Reportagem, decidiu aceitar o convite e fazer parte da mesma. Antes de entrar na ESCS já sabia que queria pertencer à revista, pois a escrita é um dos seus pontos fortes.