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Coronavírus chega a Portugal

Fonte: brasilescola.uol.com.br

A semana de 2 a 8 de março começou com a chegada do coronavírus a Portugal. Na segunda-feira de manhã, foi noticiado que tinham sido confirmados não um, mas dois casos. Depois de dezenas de casos suspeitos e outros tantos em análise, foi no Porto que surgiram os primeiros resultados positivos.

            O COVID-19 foi detetado, pela primeira vez, em território nacional, em dois homens, de 33 e 60 anos. Um médico de Penafiel, que regressara de umas férias no norte de Itália e que exerce no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, e um construtor civil de Vila Nova de Gaia, que voltara de Valência, Espanha, para onde viajou em trabalho. Ambos estão internados no Hospital de São João e encontram-se em estado estável.

            “Isto é a chamada notícia esperada há muito tempo. Com tantos países, nomeadamente da Europa, a terem casos positivos, era de estranhar que não houvesse nenhum caso positivo em Portugal”, afirmou o Presidente da República, quanto à chegada do COVID-19 a território português.

            Por sua vez, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, perante o pânico que já se havia instalado mesmo antes da chegada do vírus, declarou que tal “não aumenta o nosso nível de prevenção e preparação, mas gera uma segunda linha muito importante, que é a deteção de contactos diretos nestes casos”. As autoridades de saúde têm estado, desde então, a tentar detetar quem contactou com estes dois casos, avaliando o grau de exposição.

            A ministra da Saúde, Marta Temido, apela ao povo para que, na eventualidade de existir uma suspeita de contaminação, estabeleça contacto com a Saúde 24. Muitos se têm deslocado aos serviços de saúde, o que, segundo a ministra, é errado, pois coloca em perigo de exposição os restantes pacientes e profissionais.            

Nos últimos dias do ano passado, começaram a surgir, em Wuhan, China, dezenas de casos de uma pneumonia de origem desconhecida. O ano de 2020 iniciou com o encerramento de um mercado de pescado e carne, de onde viria a contaminação, de acordo com as suspeitas. Entre 10 e 11 de janeiro, as autoridades chinesas identificaram a causa destas pneumonias: um novo tipo de coronavírus, cuja origem partira de um animal.

Fonte: exame.brasil.com.br

Foi a 24 de janeiro que o alarme soou em Portugal, pela primeira vez. No entanto, era falso: as análises tiveram um resultado negativo. O mês de janeiro terminou com a OMS a intitular o surto de emergência de saúde pública internacional.

            Não há duas sem três e, neste caso, sem quatro. Rapidamente o número de casos confirmados em Portugal duplicou. Desta vez, um homem de 60 anos, internado também no Porto. Um operário de Alverca, de 37 anos, foi o primeiro caso em Lisboa, encaminhado para o Hospital Curry Cabral. Este havia contactado com o construtor civil regressado de Valência (um dos primeiros casos). O quinto caso é o de um professor de música, de 44 anos, que também regressou do norte de Itália. Dá aulas na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESME) e está internado no Hospital de São João.

            O primeiro caso feminino foi o número seis. A mulher, na casa dos 40, é professora de físico-química em duas escolas da Amadora: a Escola Básica Roque Gameiro e a Escola Secundária da Amadora. Os alunos das seis turmas em que leciona e os funcionários das escolas estão em isolamento. A professora contraiu o vírus durante as férias de Carnaval, que passou em Milão. 

            Um homem, 50 anos, do Porto, foi o sétimo caso confirmado e, tal como outros casos, regressou de Itália. Também no Porto, um homem de 49 anos teve resultado positivo, sendo que estabeleceu contacto com um dos infetados, e foi por isso que contraiu o vírus. Regressando a Lisboa e ao Curry Cabral, adiciona-se à lista um homem de 42 anos, que também havia contactado com outro doente.

            Na sexta-feira, a ministra da Saúde confirmou quatro novos casos. Dois homens na casa dos 40, no Porto, uma mulher com mais de 70 anos, também do Porto, e um caso em Lisboa.

            O décimo quarto caso foi o mais jovem registado em Portugal até então: uma mulher na casa dos 20 anos, que está internada no Hospital de São João, no Porto. Contactou com um dos infetados internado no mesmo hospital. Uma mulher na casa dos 60 anos adquiriu o vírus através do contacto com o infetado em questão. O décimo sexto caso é também de uma mulher no Porto. Foram ainda confirmados mais dois homens cujas idades se desconhecem, internados no Hospital de São João.            

No sábado à noite foram divulgados três novos casos, desta vez em jovens com idades entre os 10 e os 19 anos. Os dois rapazes e a rapariga estão internados no Hospital de São João.

Fonte: Manuel de Almeida/Lusa

Numa conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da saúde, Graça Freitas, anunciaram o encerramento temporário de alguns estabelecimentos de ensino. São eles a Escola Básica e Secundária de Idães, Felgueiras, a Faculdade de Farmácia e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – ambos da Universidade do Porto – e o edifício de História da Universidade do Minho. Marta Temido afirma que “O encerramento pró-ativo de alguns estabelecimentos deve começar numa fase em que o surto ainda está a começar” e “Não deve ser encarado com alarmismo”. Declararam, ainda, suspensas as visitas a lares, estabelecimentos prisionais e hospitais na região norte do país.

Terminamos a semana com um total de 30 infetados. Além disto, estão 447 casos em vigilância. Marcelo Rebelo de Sousa vai suspender a sua agenda e trabalhar a partir da sua residência durante 14 dias, o período de isolamento social aconselhado. Irá fazer o teste, apesar de não apresentar quaisquer sintomas, pois recebeu uma turma de Felgueiras em que um dos alunos foi diagnosticado com COVID19.  Trata-se do município, a par da Lousada, com o maior número de casos. Nestas regiões, espaços como escolas, cinemas, bibliotecas e outras zonas de grande concentração de pessoas estão a ser encerradas. Entretanto, foram instaladas, no Hospital Santa Maria (Lisboa) e no Hospital São João (Porto), tendas para isolar casos suspeitos de infeção. O vírus já chegou ao Algarve.

Artigo revisto por Mariana Plácido

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