Literatura

Desenhador de palavras – Charles Dickens

A 7 de fevereiro de 1812 ninguém em Portsmouth sabia que acabara de nascer um bebé que ficaria conhecido para a história pelas palavras que viria a escrever.

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Clássicos como David Copperfield, Oliver Twist e Um Conto de Natal são ainda hoje lidos por pequenos e graúdos.

Dickens era o segundo mais velho de oito irmãos. Aos quatro anos, a família mudou-se para o campo, onde, em conjunto com os irmãos, tinha liberdade para explorar os arredores. Seis anos depois, a família Dickens mudou-se para um bairro pobre de Londres. Não tardou até o pai ser preso e fazer com que Charles tivesse de começar a trabalhar. O rancor que sentiu pelos adultos, que deveriam ter cuidado dele, é um tema frequente na sua escrita.

Nos anos 20 daquele século já Dickens escrevia para alguns jornais. Foi aí que o gosto começou. O pseudónimo “Boz” surgiu em 1933 e o livro Sketches by Boz foi lançado três anos depois.

O sucesso do livro alastrou-se à vida amorosa e Charles Dickens conheceu Catherine Hogarth, com quem teve dez filhos, antes de se separarem em 1858.

Oliver Twist foi o seu primeiro romance, inspirado na sua luta enquanto criança. Foi lançado em folhetins semanais, o que talvez tenha sido a chave para atingir o público da maneira que o fez. O sucesso foi tanto que Dickens teve dificuldade em superá-lo. Outros livros como The Life and Adventures of Nicholas NicklebyThe Old Curiosity Shop e Barnaby Rudge, ou a crítica American Notes for General Circulation surgiram depois.

Mas só nos anos 40 lançou o livro de Ebenezer Scrooge – que deu origem mais tarde ao também famoso ‘Tio Patinhas’. Aquela história que todos conhecemos e lembramos com carinho, especialmente da adaptação cinematográfica que passa nesta época do ano: Um Conto de Natal.

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Antes desta, Dickens já era famoso. “Eles andam à minha volta como se eu fosse um ídolo”, gabava-se após a primeira digressão nos Estados Unidos, em 1942. Em Londres, era reconhecido em todas as ruas.

Entre 1849 e 1850, Charles Dickens dedicou-se a David Copperfield. Apesar de não ser o seu melhor trabalho – dizem muitos – foi o seu preferido. Talvez por ser quase um autorretrato.

Depois desta década, das mais sofredoras para o escritor pela morte do pai, da filha e pela separação da mulher, os seus livros tornaram-se mais negros, como é o caso de Bleak House e Hard Times.

Nos seus livros retratou as más condições da classe operária, a estratificação da sociedade vitoriana e o ódio pelo estilo de vida americano. Sempre entre a emoção e a sátira.

A Tale of Two Cities surge em 1859 e outros lhe seguiram. Muitos títulos ficaram por referir. The Mystery of Edwin Wood, o último,ficou por acabar. Era dia 9 de junho de 1870, Charle Dickens tinha 58 anos e uma história por terminar.

 

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