Desporto

É da barba?

ÉJames Harden atingiu uma espécie de nirvana. O base dos Houston Rockets vai no 19º jogo consecutivo com mais de 30 pontos, incluindo dois jogos consecutivos com mais de 55 pontos (57 e 58). Wilt Chamberlain era o único que tinha conseguido tal feito, há 57 anos. O recorde de jogos com mais de 30 pontos também pertence ao “Stilt”, com 20. Kobe conseguiu 16, em 2003. Não há palavras que descrevam aquilo que o senhor barbudo está a fazer sem que eu tenha vontade de o pedir em casamento – mas, primeiro, podemos marcar um jantarinho. Para além disso, está sem o seu comparsa, Chris Paul, que está lesionado há 14 jogos, desde que Harden carregou o ataque no dérbi texano contra os Spurs, com 50 pontos. Clint Capela vai estar um mês de fora, e Harden está praticamente sozinho no ataque, sem alguém que consistentemente consiga ou dar uma presença física debaixo do cesto e “limpe” os muitos hail marys em forma de stepbacks de tudo o que é sítio ou triplos na cara de qualquer defesa, e importune o marcador direto do arquiteto de Houston com um bloqueio eficaz que permita a Harden cortar para dentro e decidir entre atacar o cesto ou meter a bola no ar para um alley-oop fácil. Basicamente, tem que pegar na bola, matar o defesa de exaustão com os seus dribles, e das duas uma: passa por ele e afunda/ mete a bola num colega solto na linha de três pontos ou lança na cara de toda a gente. Ou então saca uma falta à parva. É verdade. Algumas das faltas que saca não fazem muito sentido, mas isso pode-se dizer de muitos outros jogadores. Talvez tenha sido ele a enraizar esta tendência, mas a qualidade da arbitragem é, muitas vezes, atroz. De qualquer maneira, a tarefa de manter os Rockets na corrida para os playoffs será hercúlea sem CP3 e Capela. Ou Harden continua a matar tudo com a ajuda de performances consistentes de P.J. Tucker e Austin Rivers, especialmente (e um ocasional grande jogo do mercurial Gerald Green), ou Harden será, de certo modo, alvo de chacota de toda a NBA. É lindo ver Harden no seu melhor, porque parece que faz tudo bem e corre tudo bem. Pega na bola, baila em frente ao defesa, não consegue passar por ele, arranja um bocadinho de espaço e mete uma bomboca no aro como se não tivesse ninguém à frente dele. É horroroso vê-lo quando as coisas não correm bem, porque parece eu quando me armava em bom nas aulas de Educação Física. De qualquer maneira, por agora há que desfrutar desta incrível série de performances: se daqui a um mês Houston continuar em posição de playoff (e é garantido que Harden meta mais fifty-pieces com quiçá 10 assistências, porque a bola é dele), pode-se concluir que encontrámos o MVP de 2019. Mas ainda não

Artigo revisto por Ana Margarida