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EUA autorizados a impor sanções aduaneiras à União Europeia

A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou a imposição de tarifas aduaneiras pelos EUA contra a Europa. As sanções de 6,8 mil milhões de euros anuais podem entrar em vigor já na sexta-feira. A União Europeia já reagiu com um pedido de negociação.

A OMC anunciou, esta segunda-feira, a aprovação do pedido dos EUA para impor sanções aduaneiras aos produtos europeus. As taxas às exportações serão aplicadas a vários produtos de consumo, e prevê-se que entrem em vigor na sexta-feira.

Esta decisão dá continuidade a uma disputa jurídica sobre os financiamentos públicos dos fabricantes de aeronáutica Airbus e Boeing. Os Estados Unidos fizeram o pedido para imposição das taxas por causa dos subsídios recebidos pela Airbus, dados pelos governos europeus.

Após uma reunião em Genebra, do órgão de regulamentação de diferendos da OMC, o pedido de Washington foi aprovado. O valor de 6,8 milhões de euros é o mais alto alguma vez decretado pela organização.

A União Europeia já reagiu ao anúncio da Organização Mundial do Comércio. A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, já veio dizer que a UE vai fazer todos os possíveis para impedir a aplicação destas tarifas.

Segundo a Reuters, Malmstrom escreveu uma carta ao representante para o Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, a pedir negociações sobre o caso Airbus e Boeing. A comissária europeia salientou também o perigo de uma tensão comercial. 

“Vai afectar negócios, colocar postos de trabalho em risco nos dois lados do Atlântico, vai prejudicar o comércio mundial e a indústria da aviação num período muito sensível.”, disse a comissária na sua carta, a que a Reuters teve acesso.

Caso não haja possibilidade de negociar, a UE pode impor sanções às exportações norte-americanas, se a OMC aprovar.

A guerra jurídica entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre a Airbus e a Boeing começou em 2004. Washington afirmou que o acordo assinado entre as duas partes em 1992 sobre os subsídios no setor da aeronáutica já não estava válido. Os Estados Unidos acusaram alguns países europeus de conceder subsídios ilegais para apoiar parte da produção da Airbus. A União Europeia respondeu um ano depois, acusando os EUA de darem subsídios ilegais à Boeing.

                                                                            Artigo revisto por Mariana Plácido