Cinema e Televisão

Quatro filmes para ver durante o Black History Month

A Casa Branca define o Black History Month como: “a celebração e a lembrança de que a História dos negros é a História dos estadunidenses”. Na verdade, a História dos negros é a História de toda a humanidade.

O Black History Month é uma celebração anual que começou nos Estados Unidos, em 1976, com o objetivo de honrar os afro-americanos. Este mês começa a ser celebrado em 1916, cerca de um século após a instauração da 13.ª Emenda, que abolia a escravatura nos Estados Unidos e em todos os países sob sua jurisdição. Fevereiro foi o mês escolhido por ser o aniversário de Abraham Lincoln e Frederick Douglass, grandes entusiastas do movimento que visava a abolição da escravatura nos Estados Unidos. Porém, alguns países como a Suíça, a Irlanda e o Reino Unido celebram o Black History Month em outubro.

Em fevereiro, vários países do mundo enfatizam as contribuições e conquistas dos negros para o desenvolvimento da sociedade. Por isso, selecionei quatro filmes que retratam histórias verídicas de personalidades negras que marcaram a História.

The Death and Life of Marsha P. Johnson (2017)

Fonte: cenasdecinema.com

Janeiro é o mês da visibilidade transsexual, o que faz com que recordemos a história de Martha P. Johnson, ativista da causa LGBTQ+ nos Estados Unidos.

O filme documental, como o próprio nome indica, fala sobre a vida de Marsha e mostra a investigação por detrás da sua morte. Morte essa que acontece sob circunstâncias muito suspeitas.

Durante a sua vida, Marsha trabalhou como profissional do sexo e drag queen. Paralelamente, participou em organizações que ajudavam pessoas transexuais a sair das ruas e ficou muito conhecida pela Revolta de Stonewall. Em 1969, a invasão repentina ao bar gay Stonewall leva a uma grande luta entre as forças policiais  e os clientes do bar. Marsha foi quem, alegadamente, atirou o primeiro copo, a primeira pedra para aquilo que seria mais tarde considerado um momento de revolução e um marco na História Queer.

Em 1992, o seu corpo é encontrado no rio Huston. A causa da morte registada é suicídio, porém o documentário traz uma outra visão sobre o acontecimento, mostrando que talvez as coisas não tenham sucedido da forma reportada pelos registos oficiais.

O filme, dirigido por David France, acompanha a investigação de Victoria Cruz e conta com diversos relatos de pessoas que viveram a revolução ao lado da Marsha.

Hidden Figures (2016)

Fonte: veja.abril.com.br

O filme baseado numa história verídica passa-se em 1961 e acompanha Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) – um grupo de amigas amigas que são  funcionárias da NASA, durante a disputa da corrida espacial entre os EUA e a Rússia. As três matemáticas negras têm de ultrapassar diversos episódios de racismo dentro da NASA. O filme revela a existência de uma grande segregação racial, o que se pode verificar pelo facto de existir uma casa de banho separada e um preconceito muitas vezes velado por serem negras, mas também mulheres e cientistas. 

Durante cerca de duas horas, o filme leva-nos a ver o quão importante foi a contribuição destas mulheres, tornando-se claro que merecem tanto reconhecimento quanto todos aqueles que participaram nos avanços científicos que viriam a dar fim à corrida espacial.

BlackkKlansman (2018)

Fonte: vox.com

A longa metragem de Spike Lee, vencedora de um Oscar, retrata a história real do primeiro agente negro da polícia de Colorado Springs a conseguir infiltrar-se numa cédula do Ku Klux Klan, durante a década de 1970.

O Ku Klux Klan (KKK) é uma organização terrorista que surgiu no Tenesse, nos Estados Unidos, na década de 1860. Esta organização tem como ideia o supremacismo branco, tendo provocado, durante toda a sua História, grandes ataques terroristas contra pessoas negras e seus simpatizantes. Hoje em dia o grupo ainda existe, embora a sua influência tenha reduzido drasticamente.

O filme conta como Ron Stallworth (John David Washington) conseguiu enganar os membros do Klan, através de cartas e chamadas. Ron contava com o apoio do seu colega branco Flip Zimmerman (Adam Driver), que era quem aparecia quando as reuniões eram presenciais. A missão funciona tão bem que Ron acaba por se tornar líder da seita e consegue sabotar diversos crimes de ódio orquestrados pelo grupo extremista.

Mandela: Long Walk to Freedom (2014)

Fonte: planocritico.com

O último filme da nossa lista não se passa em terras americanas, mas sim africanas. A obra é a adaptação da autobiografia de Nelson Mandela, que, portanto, narra como tudo aconteceu no seu próprio ponto de vista. A personagem de Mandela é interpretada por Idris Elba.

Passamos a conhecer todo o percurso do líder sul-africano: a sua infância, os 27 anos que passou cativo como preso político até se tornar no Presidente do seu pais e, por último mas não menos importante, a  luta incansável contra o Apartheid, responsável pela segregação racial na Africa do Sul.

Fonte da capa: inflownetwork.com

Artigo revisto por Carolina Rodrigues

AUTORIA

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Natural de Cabo Verde, os dias de sol e praia são os seus preferidos. Mesmo assim, adora ficar em casa a aperfeiçoar a arte da cozinha improvisada. Está constantemente a descobrir uma nova versão de si e, por isso, possui uma coleção de hobbies que já não pratica e habilidades aleatórias que adquiriu com o passar do tempo. Os seus interesses variam entre as artes, história e psicologia, e é uma consumidora entusiasta de podcasts e documentários criminais. Numa busca pelo seu lugar no mundo, encontrou conforto em audiovisual e multimédia e tem certeza que a vida guarda grandes oportunidades pela frente.