Golden Globes 2015 em Revista
Monólogo de abertura:
“Good evening and welcome you bunch of despicable, spoiled, minimally talented brats”, foi como Tina Fey e Amy Poehler abriram a 72.ª edição dos Globos de Ouro norte-americanos.
Foi a terceira e “última vez” que a dupla apresentou a cerimónia e pode-se dizer que saíram enquanto estavam a ganhar. É impossível não comparar os monólogos das duas amigas com os de Ricky Gervais (presente na sala este ano) em 2010, 2011 e 2012 que abriram uma nova era na história do evento, começando em 2010 com uma clara desconsideração pelo papel que estava a desempenhar (pode-se também observar o aumento do seu nível de embriaguez ao longo do espectáculo), o que resultou num discurso, com piada mas também ofensivo. No ano seguinte nota-se um Ricky além de mais magro, mais contido, mas não menos hilariante. O mais recente monólogo foi na minha opinião o melhor já que vemos um mix da despreocupação, por já saber que seria a última vez que apresentaria, de 2010 e da sua classe britânica demonstrada em 2011.
Tina e Amy apresentaram um monólogo brilhante à semelhança dos anos anteriores mas superando-se na minha opinião, começando inevitavelmente com o assunto de maior destaque no mundo do cinema, a “relação” Coreia do Norte/”The Interview”, incluindo também o casamento de George Clooney, os direitos civis americanos e numa nota mais corrosiva o escândalo em que Bill Cosby se viu envolvido.
Vencedores:
Começando com a categoria de melhor actor secundário, cujo vencedor foi J. K. Simmons pela sua performance em Whiplash, apesar de ainda não ter visto este filme (com muita pena minha) creio que tenha sido merecida já que todas as pessoas com que falo que já o viram exaltam a sua qualidade e por comparação com uma performance que eu tenha efectivamente visto, a de Edward Norton em Birdman, parece-me uma personagem mais complexa e interessante.
Na categoria de Best Original Score estava a torcer por Antonio Sanchez, responsável pelo som de bateria que se ouve ao longo de Birdman mas também por Hans Zimmer pelo seu trabalho em Interstellar. Acabou Jóhann Jóhannsson por sair vitorioso pela banda sonora de “A Teoria de Tudo”, filme sobre a relação do físico Stephen Hawking com a sua primeira mulher.
Amy Adams, nomeada o ano passado para o Óscar de melhor actriz pelo seu papel em American Hustle, levou para casa o Globo de Ouro para melhor actriz numa comédia ou musical, neste caso o filme Big Eyes, onde contracenou com Christoph Waltz.
Na categoria de melhor filme de animação estava a torcer tanto por The Lego Movie como por How to Train Your Dragon 2 e saí a ganhar com a vitória deste último, sequela que supera o original How to Train Your Dragon. Qualquer um destes dois nomeados pode ser visto por pessoas de todas as idades, seja pelo humor inteligente e satírico em certas partes do primeiro seja pela dimensão emocional do segundo e vencedor da categoria.
Patricia Arquette ganhou o globo de melhor actriz secundária pelo filme Boyhood, que foi nada mais, nada menos do que o vencedor da categoria de Melhor Drama e valeu também o globo de melhor realizador a Richard Linklater.
Birdman ganha Best Screenplay (Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo) e, pela sua performance, Michael Keaton vence Melhor Actor – Comédia. A película não conseguiu vencer a de Wes Anderson, The Grand Budapest Hotel, na categoria de melhor comédia.
Julianne Moore pelo seu papel em Still Alice vence o Globo de Melhor Actriz – Drama, crescendo assim o hype à sua volta para os Óscares e na categoria de Melhor Actor – Drama, ao interpretar Stephen Hawking, Eddie Redmayne sai vitorioso.