Guerra na Ucrânia: Mísseis caem em território polaco e deixam a NATO sob alerta
O disparo, que se veio a confirmar acidental, atingiu a Polónia às 15h40, hora local, e deixou o mundo em alerta.
A cidade polaca de Przewodów, situada na fronteira com a Ucrânia, foi nesta terça-feira, dia 15, atingida por dois mísseis. Da ofensiva, resultou a morte de dois trabalhadores de uma empresa de cereais situada no local do impacto.
Inicialmente, o ataque foi atribuído à Rússia, porém descartou-se sempre a hipótese de não ter sido intencional, mas sim um acidente. O próprio presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, questionado acerca da responsabilidade da Rússia em relação ao disparo, já havia declarado que “É improvável que (o míssil) tenha sido disparado da Rússia”, acrescentando que estariam já a ser postas em prática investigações por parte de especialistas.
A Associated Press viria posteriormente a confirmar que, segundo oficiais norte-americanos, os relatórios preliminares dessas mesmas investigações concluíram que, na verdade, o míssil teria sido lançado pelas forças ucranianas, como parte do sistema de defesa antiaérea contra as ofensivas russas, reiterando, porém, que se tratou de um acidente.
Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse no seu perfil do Twitter que a Ucrânia pretende levar a cabo uma análise conjunta do incidente e que são aguardadas mais informações acerca das conclusões que foram feitas acerca da origem do míssil.
Nos momentos que se seguiram à queda dos mísseis na Polónia, o clima que se fez sentir um pouco por todo o mundo foi de tensão. Ainda se sabia pouco sobre o incidente e não faltou espaço para a formulação de teorias. Como referido anteriormente, a primeira acusação envolvia a Rússia, tendo-se especulado que seria um dos mísseis que faria parte do ataque à cidade ucraniana de Lviv, horas antes deste acontecimento, mas que teria falhado o alvo. Também se debateu a possibilidade de ser obra da Bielorrússia, um dos principais aliados de Putin, mas logo foi descartada.
Finalmente, a confirmação de que os mísseis faziam parte das Forças Armadas Ucranianas acabou por atenuar a situação, apesar de o debate não ter cessado no dia seguinte. Nas suas redes sociais, Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-chefe do Conselho de Segurança do mesmo país, aproveitou para acusar o Ocidente de aumentar a possibilidade de haver uma guerra mundial, por manter uma “guerra híbrida” contra a Rússia.
Este acontecimento acabou também por alterar a agenda da cimeira do G20, que se reunia quando o mesmo ocorreu. Alguns dos países membros seguiram o que têm feito até agora e condenaram uma vez mais a ofensiva russa. Dentro dos países que resistem a condenar explicitamente a Rússia pela invasão destacam-se a China, a Índia e a África do Sul.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia já dura há nove meses, e tem sido marcada por constantes bombardeamentos de cidades ucranianas. Até ao momento, confirmaram-se mais de 6 mil mortes e 10 mil feridos, segundo dados oficiais da ONU, que sublinha, porém, que os números reais são muito mais dramáticos do que os apresentados.
Fonte da capa: Reuters
Artigo revisto por João Nuno Sousa
AUTORIA
Desde cedo soube que queria ser Jornalista, mas a vida trocou-lhe as voltas e entrou em Relações Públicas. O Rodrigo continua com a mesma ambição e o curso em que está não representa uma condicionante para os planos que tem para o futuro. Como indeciso que é, ainda não sabe em que área do Jornalismo quer trabalhar, algo que vai tentar descobrir ao fazer parte dos diferentes núcleos que a ESCS oferece. O Rodrigo não gosta de falar na 3ª pessoa.