Microfone, bloco de nota e ação: o trabalho nas eleições
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Em outubro, Portugal mergulhou nas eleições legislativas para eleger o próximo governo. Vitória dada à coligação PàF, reclamada pela esquerda, e no final o governo formou-se com o Partido Socialista, apoiado, parlamentarmente, pelo Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português. Este ano começou também a chamar os portugueses às urnas, desta vez para eleger o novo Presidente da República. Ganhou Marcelo Rebelo de Sousa, com 52% dos votos.
Para chegar às televisões e às páginas dos jornais ou ainda às rádios, tudo o que é preciso para informar os portugueses implica um grande trabalho dos jornalistas e profissionais da comunicação. Este ano, a ESCS MAGAZINE e a ESCS FM juntaram-se para cobrir a noite eleitoral. Em cada sede, os dois núcleos estiveram atentos a tudo o que aconteceu. Foram seis horas de emissão na ESCS FM. A ESCS MAGAZINE também não deixou passar a noite sem registar tudo nas redes sociais – Instagram e Twitter.
Mas como se preparam os repórteres para esta noite? Para alguns repórteres, tratou-se de fazer o “trabalho de casa”. “Acompanhámos tudo durante a campanha, vimos os debates, ouvimos nas rádios e fomos vendo as sondagens e o que foi acontecendo a cada candidato” – Marta Pimpão e Francisca Andrade. Ambas as alunas de jornalismo estiveram como repórteres da ESCS FM na sede de Maria de Belém.
É geral a ideia de ter uma preparação muito rica sobre as eleições, principalmente sobre o candidato que se vai acompanhar nessa noite. Francisca tinha um bloco de notas com alguns pontos essenciais com informações que não podiam faltar nos diretos que iria fazer para a rádio e que seriam importantes para perceber o resultado eleitoral de Belém, caso este fosse negativo para a candidata – como se veio a verificar. A repórter tinha apontamentos dos últimos incidentes mais polémicos – o caso das subvenções aos políticos, de cujo documento a candidata afirmou não ter conhecimento e no final verificou-se que tinha sido uma das pessoas a assiná-lo.
Os resultados das sondagens ao longo da campanha também compunham o bloco de Francisca. Para a repórter eram informações importantes para poder perceber o resultado final das eleições e perceber como tinha sido o caminho da candidata e como as notícias e o discurso da mesma tinham afetado o resultado.
Não só na rua se fez informação e no estúdio, montado em casa de Pedro Mateus, a ESCS FM teve uma emissão de seis horas, com um pivot – Tiago Oliveira, aluno do primeiro ano de jornalismo –, Joana Fonseca – aluna do segundo de jornalismo –, e nas redes sociais esteve Elizabete Rocha, que está no primeiro ano de Audiovisual e Multimédia. Além destes, Sandra Faria e Luís Fernandes assumiram os comandos da informação durante 6 horas, com blocos noticiosos a cada meia hora.
Para a rua foram outros membros do núcleo radiofónico. Rúben Martins e João Costa – ambos no último ano de jornalismo – estiveram em direto da sede do agora Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Rafael Afonso e Pedro Alexandre, no segundo ano, acompanharam António Sampaio da Nóvoa e Edgar Silva, respetivamente.
Inês Ameixa, no último ano de jornalismo, produziu e coordenou a emissão de seis horas. Foi um trabalho em três frentes: ver a viabilidade de a fazer, dado que estavam em período de férias, trabalhar com a comunicação para dar a conhecer o que se ia fazer naquela noite e falar com as pessoas que iam fazer parte da emissão e ajudá-las na preparação da mesma.
“Em primeiro lugar, achámos que, estando ainda na faculdade, não podíamos perder a oportunidade de fazer uma emissão especial como as presidenciais. Tivemos sorte de nos calhar um ano de legislativas e presidenciais e, nesse sentido, não podíamos deixar escapar esta oportunidade.”
“Preparar a emissão partiu um bocado de primeiro ver como gostava de organizar a emissão em si. Quantos pivôs, comentadores, quantos postos. Depois disso, é ocupar os postos com os membros. Organizar isso tudo. Depois é estabelecer o contacto com os membros que vão fazer a emissão, explicar-lhes em que vai consistir, qual é a função de cada posto, tirar dúvidas e ainda pedir para se prepararem muito bem.”
Ainda assim, para Inês, no dia é que é o grande desafio: “O maior trabalho é mais no dia. No dia tiramos ainda dúvidas, porque é sempre mais fácil tirá-las pessoalmente, e já no estúdio, fazer um briefing, e metermos as mãos na massa.”
No final, o rescaldo: “Acho que correu bem. Acima de tudo o nosso objetivo com estas emissões é fazer que os membros que nelas participem sintam que aprenderam algo mais com elas. E nesse sentido penso que correu bem. Senti que todos adoraram fazer a emissão, notava-se na cara deles.”
De caneta na mão, fones nos ouvidos, microfones ligados e máquinas fotográficas a postos estava tudo pronto para uma grande emissão, exigente, mas que no final deu a todos os que nela participaram a satisfação de poderem ter feito parte dela.
O presidente está escolhido, o governo também, mas o trabalho de um jornalista não pára e a ESCS FM e a ESCS MAGAZINE vão continuar a procurar as oportunidades para ajudarem os membros a crescer, dando-lhes a oportunidade de viver “a realidade” ao lado dos profissionais.
As últimas palavras pertencem a Inês Ameixa: “Haverá sempre falhas – seja em informações que são ditas, ou mesmo falhas técnicas, como o PC falhar ou assim –, mas isso é normal, até porque estamos aqui exatamente para aprender. Conseguimos dar todas as informações necessárias, tentámos sempre estar em cima do acontecimento, e ter repórteres nos locais foi uma mais-valia. Eles sentirem que aprenderam e que gostaram da experiência é o que me leva a dizer que de facto tudo correu bem.”
AUTORIA
Sempre a reclamar, lá vai escrevendo umas coisas.
Acha que tem tempo para fazer mil coisas e dormir deixou de fazer parte do seu dia-a-dia. Jornalismo é a sua paixão e escrever é o seu modo de ser.