Desporto

O Efeito do Mercado no FC Porto

A janela de transferências encerrou no dia 31 de agosto. Hoje, aproximadamente dois meses após o fecho, é possível analisar o resultado do investimento portista neste mercado. O FC Porto sempre foi uma equipa repleta de craques, de jogadores capazes de resolver um jogo com a técnica individual, e este ano não é exceção.


Neste mercado, abandonaram o dragão vários nomes importantes como: Moussa Marega, avançado maliano de 30 anos, um jogador essencial na frente de ataque dos azuis e brancos que saiu a custo zero para o Al Hilal, clube da Arábia Saudita; Danilo Pereira, médio defensivo português de 29 anos, que havia sido emprestado na época anterior ao PSG com opção de compra, consumou a sua transferência, em definitivo, para o clube francês por 20 milhões de euros; Diogo Leite, defesa central português de 22 anos, foi emprestado ao Sporting de Braga; Malang Sarr, defesa central francês de 22 anos, retornou ao Chelsea; Felipe Anderson, extremo esquerdo brasileiro de 28 anos, regressou ao West Ham, após uma passagem aquém das expectativas. Os dragões perderam ainda Romário Baró, emprestado ao Estoril; Mamadou Loum, emprestado ao Alavés; Shoya Nakajima, emprestado ao Portimonense; Carraça, emprestado ao B-SAD; e Fernando Andrade, emprestado ao Al-Fayha.


Apesar destas saídas, o clube azul e branco continua a ter um plantel competitivo, visto que aproveitou também para atacar o mercado. Sérgio Conceição reforçou o seu plantel com novos craques e jogadores que, anteriormente, já haviam vestido as cores da invicta: Pepê, extremo esquerdo brasileiro de 24 anos – a contratação mais sonante dos dragões -, vindo do Grémio, custou cerca de 15 milhões de euros; Wendell, lateral esquerdo brasileiro de 28 anos, vindo do Bayer Leverkusen, fortaleceu o lado esquerdo da defesa portista por 4 milhões de euros; Fábio Cardoso, defesa central português de 27 anos e ex-jogador do Santa Clara, foi um nome de destaque do clube açoriano e custou cerca de 2 milhões de euros aos cofres portistas; Bruno Costa, médio português de 24 anos, voltou ao clube onde foi formado, vindo do Portimonense, por 2,5 milhões de euros; Marko Grujic, médio sérvio de 25 anos e ex-jogador do Liverpool, assinou, depois de um empréstimo com opção de compra, pelo clube da invicta; Vítor Ferreira, médio português de 21 anos, regressou ao clube-mãe depois de uma curta passagem pelo Wolverhampton; e Tomás Esteves, defesa direito português de 19 anos, retornou também ao clube de origem depois de um empréstimo ao Reading.


Este investimento do FC Porto agradou a Sérgio Conceição – “Aquilo de que falo com o presidente é sobre os jogadores que são importantes para uma época. Se estou contente com o plantel que tenho? Claro que sim” -, que tem agora mais opções, tanto defensivas como ofensivas.


No campo defensivo, Wendell trouxe consigo da Alemanha as soluções que o técnico português pretendia para o lado esquerdo da defesa: um lateral rápido e completo a nível defensivo e ofensivo, um pouco à semelhança de Alex Telles. Tendo em conta o esquema tático do FC Porto, os laterais têm a tarefa de subir pelas linhas, permitindo aos extremos cortar para o interior do campo, de modo a facilitar as triangulações na linha entre o lateral, o médio, e o extremo. Para além de Wendell, chegou também ao Dragão um defesa central, Fábio Cardoso, que servirá de “jogador-rotação”, descansando os titulares Chancel Mbemba e Pepe.


Para o meio-campo, Marko Grujic foi um dos nomes que ingressou, em definitivo, no plantel portista. O médio tenaz foi muito utilizado na época passada por Sérgio Conceição (tendo atuado em 39 jogos) tanto como recuperador de bolas, visto que é um jogador possante fisicamente, mas também como primeiro construtor de jogo. Os dois outros reforços para o meio do terreno foram: Bruno Costa e Vítor Ferreira, dois ex-jogadores do Porto. Bruno Costa impressionou, na época passada, ao serviço do Paços de Ferreira, desempenhando um papel importante na caminhada do clube pacense, que atingiu o quinto lugar e, consecutivamente, a oportunidade de jogar na Liga Europa. O jovem de 24 anos destacou-se pela facilidade com que protegia a bola do adversário, pela capacidade de drible, mas acima de tudo, pela capacidade de passe – construtor de jogo. Já Vítor Ferreira (ou Vitinha) foi um médio que impressionou pela qualidade técnica individual e pela qualidade de passe e remate. Vindo do banco ao serviço de Nuno Espírito Santo no Wolves, o médio é um jogador capaz de manter a bola em situações de pressão alta. Vitinha agarrou a titularidade no FC Porto como consequência da sua boa forma: constrói o jogo a partir de trás, transporta a bola até ao ataque, efetua passes de rutura de grande qualidade e exerce uma pressão constante após a perda da bola. O jovem de 21 anos tornou-se num verdadeiro 8, apesar de usar o número 20.


Pepê participou em 118 jogos pelo Grémio, marcando 26 golos e assistindo os ex-colegas de equipa 18 vezes. A qualidade técnica individual, a velocidade, o drible em curto espaço… O brasileiro é, sem sombra de dúvida, um dos jogadores mais tecnicistas da Liga Bwin. “Estou ainda mais feliz por ter dado a minha opinião positiva sobre um jogador com uma tremenda qualidade”, declarou Conceição. No entanto, não tem sido o melhor arranque de temporada para o reforço mais sonante do FC Porto. Pepê jogou apenas 217 minutos em todas as competições, marcando uma vez e assistindo outra. A verdade é que a contratação mais cara dos dragões, nesta época, ainda não alcançou a titularidade esperada.

Fonte da capa: GiroEsportes News

Artigo revisto por Catarina Peixe