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ONU alerta para a violência em Hong Kong

A Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos alertou, no sábado, para os níveis de violência das recentes manifestações em Hong Kong. A indignação da população dirigia-se à lei “anti-máscara” ativada pelo Governo. A chefe do executivo também já veio a público condenar os atos dos manifestantes.

O alerta da ONU veio por ocasião das últimas manifestações em Hong Kong. Os manifestantes protestaram contra a lei que proíbe o uso de máscaras pelos próprios em vigor desde sexta-feira. Voltaram a registar-se confrontos com a polícia, ataques incendiários, e vandalizações de estações de metro e estabelecimentos comerciais.

A Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos mostrou preocupação face aos níveis de violência em Hong Kong. Michelle Bachelet sublinhou que condena qualquer ato de violência, seja de quem for, e lamentou os ferimentos de todos os envolvidos.

Sobre a lei de proibição das máscaras, Bachelet afirmou que as restrições devem ser fundamentadas e proporcionadas. “Na medida do possível, a liberdade de se reunir pacificamente […] deve ser exercida sem restrições. Mas por outro lado, não podemos aceitar que pessoas utilizem máscaras para provocar a violência”, acrescentou a Alta-Comissária.

A chefe do Governo de Hong Kong também já veio condenar a violência das manifestações do país. Carrie Lam salientou que os protestos estão a causar preocupação e a deixar a população assustada.

Estes atos violentos cometidos por desordeiros estão na origem de uma noite muito negra para Hong Kong e a sociedade está parcialmente paralisada hoje”, disse a chefe do executivo. Apesar do grande perigo das manifestações, o Governo não decretou o estado de emergência.

Desde 1967 que a lei anti-máscara não era utilizada, mas, com o nível de violência em Hong Kong, o executivo quer “restaurar a ordem”. Desde junho que a região administrativa assiste a manifestações constantes contra a lei da extradição. Mesmo após a retirada formal das emendas dessa mesma lei, os manifestantes ainda exigem que o Governo aceite outras reivindicações.

Artigo revisto por Ana Rita Sebastião.