Cinema e Televisão

Os 20 anos do Óscar de Nicole Kidman

Para quem escolhe traçar o seu caminho na representação, um dos marcos mais ambiciosos que se pode atingir é a obtenção de um Óscar.

A cerimónia dos Óscares realizou-se pela primeira vez em 1929 e foi inicialmente fundada pelos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em 1927. Atualmente, é considerada a maior e a principal premiação de cinema a nível mundial. Para a atriz Nicole Kidman, 2023 marca a passagem de exatos vinte anos desde que obteve o único Óscar que conquistou ao longo dos seus quarenta anos de carreira e das suas quatro nomeações ao prémio.

The Hours (2002) foi o filme através do qual a atriz conseguiu obter a sua célebre nomeação ao Óscar, na categoria de “Melhor Atriz”. Na mesma categoria, foram também nomeadas as atrizes Halle Berry, Renée Zellweger, Sissy Sp e Judi Dench. Na longa-metragem que lhe concedeu a vitória em 2003, Nicole dá vida a Virginia Woolf, a escritora britânica que foi considerada uma das mais importantes no estilo modernista do século XX.

Baseado no livro de Michael Cunningham, The Hours é um filme que desenrola a sua narrativa em três linhas de tempo distintas, mostrando-nos a vida de três mulheres que lidam com diferentes desafios ao longo de um único dia. Embora as três histórias não tenham uma conexão específica entre si, as três protagonistas têm as suas vidas direta e inadvertidamente ligadas à obra literária Mrs. Dalloway, que Virginia Woolf publicou através da Hogarth Press, a editora que fundou com o seu marido, em 1925.

Para executar a sua performance vencedora, Kidman teve de usar uma prótese, que lhe concedeu um nariz falso, e visava assemelhar as características do rosto da atriz às do de Virginia Woolf. Sobre essa mudança visual, que lhe rendia três horas diárias de caracterização, numa entrevista, a atriz afirmou:

“Gostei de ser anónima. Foi divertido poder sair do meu trailer sem ninguém me conhecer”.

Fonte: Paramount

A longa-metragem The Hours foi considerada pelos críticos como sendo uma história delicada e emocionalmente angustiante que aborda temas duros e simultaneamente frágeis, como é o caso da depressão e da exaustão profunda.

Em narrativas similares que têm protagonistas masculinos, geralmente os acontecimentos geram-se a partir de sentimentos reprimidos pelos indivíduos. Contudo, neste filme em específico, a dor emocional retratada pelas três mulheres ocupa o “centro do palco” e as personagens são levadas a encarar os seus sentimentos, a ponderar sobre as suas vidas e a tomarem decisões sobre elas.

Os críticos cinematográficos consideraram também que a atriz possui capacidades de encenação exímias que na altura lhe conferiram as ferramentas necessárias para capturar a inteligência da qual uma personalidade como a escritora Virginia Woolf dispunha.

Ao contrário de muitas outras performances em filmes de época, os colapsos dramáticos que Nicole Kidman confere à personagem que interpretou não parecem excessivamente encenados em tela e, por isso, é fácil encararmos a protagonista em questão como uma mulher que realmente existiu em tempos. Em determinados momentos da obra, torna-se até quase impossível não sentirmos empatia pelos acontecimentos que ocorrem no dia da personagem.

Além de render a Nicole Kidman a sua nomeação a “Melhor Atriz” em 2003, a longa-metragem em si foi também indicada a oito outros prémios, somando um total de cinco obtenções. Outro dos prémios pertenceu também a Nicole Kidman: um Globo de Ouro na categoria “Melhor Atriz em Filme Dramático”.

Fonte da capa: Paramount

Artigo revisto por Daniela Leonardo

AUTORIA

LINKEDIN | + artigos

A Carolina tem dezenove anos e está atualmente a tirar uma licenciatura em Relações Públicas e Comunicação Empresarial – uma das suas grandes paixões. Outra das suas paixões é a escrita, a sua forma de arte preferida. Desde os doze anos escreve sobretudo ficção, mas gosta de explorar diversos géneros que a permitam “brincar” com as palavras. Partilhar aquilo que escreve sempre foi um grande desafio, mas ao decidir construir uma carreira na área da comunicação, decidiu que a timidez não podia continuar a representar uma barreira no seu caminho. Os seus tempos livres são ocupados com leitura e nada a cativa mais do que a literatura clássica, em especial os romances de Jane Austen e das irmãs Brontë. Ao escrever para a ESCS Magazine, a Carolina sente que tem a liberdade de unir a sua paixão pela escrita com a sua admiração pelo cinema.