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Para além da Covid-19: atualidade internacional

Já passou um mês e meio desde que os primeiros casos da doença foram registados em território nacional. Esta semana, o estado de emergência em Portugal foi prolongado por mais duas semanas. O isolamento social mantém-se, assim, até 2 de maio. Atualmente, estão confirmados mais de 20 mil casos no país. 610 pessoas conseguiram recuperar e mais de 700 pessoas morreram devido à Covid-19 em Portugal. A nível mundial, o número de casos confirmados já ultrapassa os dois milhões.

Os jornais e telejornais têm feito uma cobertura exaustiva dos acontecimentos relacionados com o novo coronavírus para manter a população informada. Outras ocorrências ficam fora do radar. Neste contexto, a ESCS MAGAZINE compilou, mais uma vez, alguns acontecimentos internacionais desta última semana.

UE alerta para aumento da violência em Moçambique e desaparecimento de um jornalista

Fonte: MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

A União Europeia alertou na quarta-feira para o aumento da violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Na nota disponibilizada à imprensa, a UE mostrou-se aberta a apoiar as autoridades que ajudam as populações. Para evitar a ação dos grupos armados e a propagação da violência, a União Europeia apelou a uma “ação eficaz”.

“A resposta a ser dada pelas autoridades só poderá proporcionar resultados efetivos e satisfatórios se garantir o pleno respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais das populações.”, diz a nota.

A UE também apela a uma investigação sobre o desaparecimento de Abu Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma Ibraimo. Segundo a Agência Lusa, o jornalista terá sido sequestrado há cerca de uma semana.

“O exercício das liberdades de expressão, de imprensa e do direito à informação afiguram-se, neste contexto, fundamentais para permitir uma melhor compreensão e combate ao fenómeno do extremismo violento que assola Cabo Delgado”, afirma a União Europeia.

A zona de Cabo Delgado regista, desde há dois anos, diversos ataques de grupos armados que já mataram cerca de 350 pessoas e obrigaram mais de 150 mil a fugir de casa. Também em 2019 dois jornalistas foram detidos e maltratados, durante quatro meses, pelas autoridades nesta região.

Incêndio na zona de Chernobyl foi extinto ao fim de dez dias

Fonte: RODRIGO ANTUNES/LUSA

O serviço estatal para situações de emergência na Ucrânia anunciou, na terça-feira, que o incêndio estava extinto. As chamas queimavam zona de mato e floresta há dez dias, desde 4 de abril. O responsável do serviço de emergência garantiu que vão ser ainda necessários vários dias para extinguir as brasas e limpar o território.

O fogo esteve perto da central nuclear de Chernobyl, especialmente do sarcófago do quarto reator nuclear. É aí que se encontram depósitos de resíduos radioativos e material militar. Mesmo assim, as autoridades garantiram que nunca consideraram o fogo uma ameaça para a central.

“Consideramos que não existe ameaça nem para o sarcófago [que isola o quarto reator que se avariou e deu origem ao desastre] nem para a infraestrutura vital”, afirmou Ekaterina Pavlova, chefe da agência estatal que gere a zona de exclusão.

Membros do Boko Haram encontrados mortos nas celas após serem detidos

Fonte: MIGUEL A. LOPES/LUSA

O procurador da República de N’Djamena, no Chade, anunciou que 44 membros do grupo Boko Haram foram encontrados mortos nas celas. Estes prisioneiros faziam parte de um grupo de 58 indivíduos que tinham sido detidos pelas forças armadas nacionais no final de março. Os militares atuavam numa operação, apelidada de Fúria de Bohoma, contra grupos jihadistas.

A causa da morte foi a ingestão de uma substância tóxica, segundo o Ministério Público, depois dos resultados das autópsias de quatro dos prisioneiros. O procurador Youssouf Tom afirmou que a substância “produziu uma doença cardíaca em alguns e asfixia grave em outros”.

Segundo a Agêncis Lusa, uma fonte dos serviços de segurança que falou à AFP sob condição de anonimato disse que todos os prisioneiros estavam na mesma cela e não comiam nem bebiam há dois dias.

O ministro da Justiça do Chade, Djimet Arabi, garantiu que a investigação vai avançar.

“Foram encontradas substâncias tóxicas nos seus estômagos, foi um suicídio em massa ou outra coisa qualquer? Ainda estamos à procura das respostas”, disse à AFP.

Mike Pompeo mostra preocupação face à recente operação da polícia de Hong Kong

Fonte: Kevin Lamarque/Reuters

O secretário de Estado norte-americano alertou no domingo, na rede social Twitter, para as detenções de manifestantes pró-democracia em Hong Kong. Mike Pompeo considera “muito preocupante” esta ação das autoridades, acrescentando que “a aplicação politizada da lei é incompatível com os valores universais da liberdade de expressão, associação e reunião pacífica”.

No sábado, a polícia de Hong Kong deteve dirigentes do movimento pró-democracia, participantes e apoiantes dos protestos no país, que ocorreram no ano passado, e também deputados e antigos deputados acusados de participar em comícios ilegais. O fundador do jornal da oposição Apple Daily, Jimmy Lai, de 72 anos, também foi detido. No total, a polícia deteve 14 pessoas, que vão a tribunal em maio.

Artigo corrigido por Adriana Alves