Paridade entre sexos – será que existe?
Desta vez decidi tocar num tema mais sério e sobre o qual gosto de refletir, que é a paridade entre sexos – se existe igualdade entre sexo feminino e masculino e debruçar-me sobre a problemática de o homem ser, ainda hoje, beneficiado ou colocado num patamar acima da mulher. Não querendo desvalorizar o homem, como é óbvio, irei ainda explorar outros temas em que me colocarei também na posição dos homens para uma pequena reflexão dos seus sentimentos perante este tema.
Começando por um fator bastante conhecido: os salários. É de conhecimento geral que os salários dos homens sempre foram (embora isso esteja em mudança) superiores aos das mulheres, na maior parte dos casos. Este aspeto é algo que me deixa indignada, não só pelo facto de eu ser do sexo feminino, mas também pela maneira como isso eleva os homens – e de certeza que, a alguns deles, isso os incomoda igualmente. Afinal de contas, esta questão dos salários já devia ter sido ultrapassada, mas a verdade, como consta em estudos realizados, é que em alguns casos isto continua a suceder. Eu como mulher não suporto esta ideia, mas, tal como referi anteriormente, questiono-me: “e os homens o que acham disto tudo?”. Sei de uma quantidade modesta que não acha isto algo aceitável, por serem defensores dos direitos de igualdade entre sexos e mais importante por serem humanos – porque, no final de tudo, esta discussão sobre a paridade entre sexos leva-me a questionar se isto não se trata também de uma questão de desumanidade.
Passando agora para um tópico mais leve, o qual eu acho mais piada mencionar e que decidi intitular por “A caça ao homem”. Decidi-me por este título, primeiramente por ser apelativo e em segundo lugar por ser mesmo disto que se trata. Para mim a caça ao homem começa quando uma mulher decide, tal como a maioria dos homens, tratar o sexo oposto como um pedaço de carne – daí falar em caça. Ao fazer isto a mulher pensa que se está a posicionar num lugar equivalente ao do homem, quando, infelizmente, está apenas a colocar-se numa posição que pede julgamento e crítica – sim, porque quer queiramos quer não ainda vivemos numa sociedade que, embora cada vez mais liberal e progressista, continua a não aceitar este facto com bons olhos. A minha opinião é a de que as mulheres deviam sentir-se livres para fazer isto ou o que as faça sentir bem, mas não acho que existam muitas que se sintam completamente bem ao decidirem ir caçar homens.
Por fim quero abordar o tema que mais me pesa, por ser um tema que eu pensei nunca vir a ser abordado com tanta veracidade num anúncio televisivo – o da violência contra a mulher. Digo isto porque violência doméstica é facilmente abordada num anúncio da APAV, por exemplo, mas neste anúncio, que espero que saibam qual é, a história é diferente. O anúncio começa com um médico a abordar um casal aparentemente em choque por ouvir a notícia que lhes foi dada. De seguida veem-se imagens do casal em sofrimento à medida que o médico lhes conta tudo o que o bebé deles vai ter de passar, desde violência física e verbal, a tráfico humano e violação sexual, até que termina por dizer: “o seu bebé é do sexo feminino”. Quando o vi pela primeira vez não quis acreditar que se tratava mesmo de um anúncio tão específico e tão realista perante tudo o que uma mulher sofre, mas era e felizmente foi emitido durante um longo período de tempo. Depois de ver o anúncio questionei-me: “e os homens como se sentem a ouvir isto? Será que se preocupam com as mulheres que têm nas vidas deles?”. Refleti e esperei que sim e ao mesmo tempo fiquei na esperança de ver um próximo anúncio, mas da APAV, a alertar também para a violência contra o homem.
Resumindo, fico contente por existir o dia da mulher, no entanto lamento não existir o dia do homem, porque, por muito mal que um homem possa fazer a uma mulher, ou quaisquer benefícios que eles possam ter ou até mesmo sentirem-se num patamar mais alto, a verdade é que existem tantos homens bons como mulheres e quando chega ao final do dia somos todos da mesma espécie e felizmente ou infelizmente temos de partilhar este mundo e aprender a viver uns com os outros. Por isso, se existe hoje paridade ou não entre os sexos? Talvez ainda não, mas espero estar cá para quando esse dia chegar para poder ver o que acontece.