Opinião

Perigo do Homo Supremus

O planeta Terra desde há uns séculos atrás, quando foi invadido pelos humanos, que é supostamente dominado pelos homens que, na sua larga maioria, são pessoas insensíveis, materialistas e orgulhosas das suas (in)glórias… Sim, inglórias porque, mesmo quando o homem erra, a culpa nunca é do próprio, ou seja, tem de haver sempre um ou mais culpados que não ele.

Por exemplo, se um homem chegar atrasado ao trabalho, a culpa será do cão que naquele dia levou os seus sapatos para outra divisão da casa ou dos pneus do carro que estavam mais vazios que o suposto ou até porque a mulher sem querer desligou o alarme e este acordou um pouco mais tarde.

Sendo assim, tudo serve não só para desculpas mas também mostrar a dominância que o homem tem na nossa sociedade em todos os contextos, devido ao facto de haver a ideia de, desde a pré-história, que é a mulher que trata da casa e dos filhos enquanto o homem “caça” os rendimentos necessários para terem boas condições de vida.

Infelizmente todos os dados estatísticos confirmam a desigualdade de géneros existente em Portugal mas também em todo o mundo, como por exemplo:

  • Em 2014, Portugal ocupou 39.º lugar no ranking de desigualdade de géneros realizado com 142 países;
  • Segundo os cálculos de um estudo em 2015, na Grã-Bretanha, e devido à desigualdade salarial entre géneros, havia 14% de mulheres que, em comparação com os homens, estavam a trabalhar de graça;
  • Um estudo estima que só em 2133 é que haverá igualdade entre géneros em todo o mundo.
  • Apenas foram destacados três dados estatísticos mas conseguimos desde já concluir que, apesar dos esforços de países como a Dinamarca, a Noruega, a Suécia ou até a Islândia, ainda estamos muito longe de alcançar a tão desejada igualdade entre géneros seja no aspeto económico como também no político, social ou na saúde.

    Quer isto dizer que o maior perigo da sociedade somos nós homens, por pensarmos que somos superiores, que somos mais inteligentes e que temos mais poder, quando apenas somos um ser-humano com determinadas caraterísticas tal como a mulher – ou seja, eu posso ser homem e saber cozinhar tal como poderia ser mulher e ter liderança para ser uma política de sucesso.

    Aquilo que nós somos não depende inteiramente do nosso género mas sim também do caminho que queremos seguir na sociedade, da nossa personalidade, do meio em que nascemos e vivemos, das nossas competências profissionais, entre tantos outros aspetos que em nada se podem generalizar em homem ou mulher.

    O Pedro Almeida escreve com o novo Acordo Ortográfico

    AUTORIA

    + artigos