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Primeira Exposição de Cartazes do Cinema Português

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No dia 20 de outubro, a ESCS MAGAZINE teve o prazer de marcar presença na inauguração da Primeira Exposição de Cartazes do Cinema Português. Os três núcleos da exposição – a Cinemateca Portuguesa, a Sociedade de Belas Artes e o Hotel Tivoli Lisboa – foram adornados com verdadeiras obras de arte que em tempos chamavam todos os espectadores às salas de cinema e que hoje compõem uma exposição rica em história.

Começámos a viagem na Cinemateca Portuguesa: o núcleo dedicado aos trabalhos de Manuel de Oliveira. Apesar de as duas salas reservadas para a obra do mais aclamado cineasta português serem pequenas, têm espelhadas icónicas páginas da sétima arte portuguesa desde filmes produzidos no início de carreira, aos mais recentes já no virar para o século XXI. De Aniki Bóbó ao Quinto Império, o fantástico legado deixado por Manoel de Oliveira é devidamente reconhecido nesta exposição, que tem muito mais para contar do que somente exibir cartazes. A história do realizador e de alguns dos seus filmes pode ser explorada com mais profundidade nestas mesmas salas, evidenciando o cariz social que as suas obras contêm. Apesar da curta exposição, esta oferece uma enorme panóplia cultural a quem a visita.

A próxima paragem foi na Sociedade de Belas Artes, mesmo em frente à Cinemateca. É neste espaço onde se situa o cerne da exposição. Embarcámos numa máquina do tempo que nos levou pela história da sétima arte portuguesa entre os anos de 1933 a 2000. São variadíssimos cartazes de variadíssimos realizadores, Manoel de Oliveira inclusive, ali presentes. Entre uma grande coleção de filmes, podemos destacar O Pátio das Cantigas; Cinco Dias, Cinco Noites; Retratos de Família ou Amor de Perdição – todos eles guardam uma história única que evidencia não só a evolução do cinema no território nacional, mas também da nossa sociedade.

Por fim a última paragem foi no Hotel Tivoli Lisboa, espaço dedicado ao realizador José Fonseca e Costa. Este talvez tenha sido o núcleo mais pobre em termos de exposição, não pela qualidade dos cartazes, mas sim devido ao local onde estes estavam expostos – na zona de restauração do hotel, quase encostados ao teto e fora do nosso campo de visão. Depois de uma excelente organização nos dois últimos núcleos, achámos que este deixou a desejar e que os trabalhos de José Fonseca e Costa, apesar de alguns estarem afixados na Sociedade de Belas Artes, mereciam outro tipo de reconhecimento.

A Academia Portuguesa de Cinema revelou ser fácil voltar ao passado (falando figurativamente) aproveitando para distinguir grandes figuras do campo da sétima arte portuguesa, evidenciando o enorme talento e qualidade dos seus intervenientes. Uma exposição que ninguém pode perder a oportunidade de visitar até ao próximo dia 30 de novembro de 2016. É um excelente programa para um fim de semana de outono.