Editorias, Opinião

Quatro tipos de pessoas que me irritam no ginásio

Vou ao ginásio todas as semanas. Quatro ou cinco vezes durante as férias, uma ou duas se estiver em aulas. Faço elíptica, bicicleta, passadeira, e vou às aulas, normalmente as de Stretching ou Yoga. Ainda assim, não sou uma pessoa que adora ir ao ginásio. Tenho até muitas coisas contra isso, na realidade: ter de sair de casa, para começar; transpirar; ficar exausta; tudo coisas que não gosto nada de fazer. Mas uma das coisas que mais me irritam são as pessoas.

Há vários tipos de pessoas no ginásio. As minhas preferidas são aquelas que ficam “na sua”: chegam, fazem o seu exercício sossegadas, não se metem com ninguém. Mas, infelizmente, nem todas são assim. Há quatro tipos de pessoas que me irritam no ginásio:

As arrogantes. São as que, em vez de estarem preocupadas com o seu próprio treino, estão a ver se os outros estão a trabalhar bem com as máquinas ou não. Se estamos a fazer os movimentos demasiado depressa, se não temos as costas encostadas, se levantamos pouco os pesos… lá estão eles, atentos, rindo-se da nossa falta de jeito. Ou então não dizem nada, mas, quando um treinador vem falar connosco para nos ajudar, fazem um sorrisinho convencido, como quem diz “também tenho estado a reparar nisso há imenso tempo”. Pessoas, não façam isso. Preocupem-se com a vossa vida.

As que gostam de se exibir no balneário. Obviamente, as pessoas têm de trocar de roupa e têm de se despir. Não há problema, somos todas mulheres. Mas algumas não trocam simplesmente de roupa, quietinhas no seu canto; gostam de se passear nuas pelo balneário, ir secar o cabelo numa ponta, pôr o creme facial na outra… Uma vez, estava uma senhora a secar-se ao meu lado quando passou uma mãe com o filho. A senhora parou-a, perguntando se já tinha visto que não deixavam as crianças passar pelo meio do balneário. A mãe disse que não, não sabia, e tentou despachar-se. Mas a senhora continuou a falar, a reclamar com o facto de acharem que as crianças não devem passar por ali, enquanto se esfregava com a toalha, abanando-se. Foram uns cinco minutos até a mãe conseguir sair dali com o filho.

As que têm um espaço pessoal demasiado grande. Ainda no balneário, há outro tipo de pessoas que me mexem com os nervos: aquelas que espalham todas as suas coisas pelos bancos, sem se lembrarem de que há mais pessoas a precisarem de pousar as suas coisas. E ainda são capazes de empurrar os pertences do vizinho para o lado! Além disso, abrem totalmente a porta do seu cacifo, tapando a do cacifo ao lado, independentemente de alguém precisar de aceder a ele. Ficam ainda de pé a vestir-se mesmo em frente aos cacifos, pouco atentas a se alguém quer passar ou não. Fico sempre a esfumar quando encontro pessoas destas.

As que não se calam durante as aulas. Evitei as aulas durante muito tempo. Pensava que seriam muito como as aulas de Educação Física, com as outras pessoas a olharem para nós e a julgarem-nos, e que me sentiria demasiado pressionada pelo instrutor para fazer todos os movimentos correctamente mesmo que não fosse capaz. Surpreendentemente, quando finalmente comecei a ir, não foi nada assim. Ninguém quer saber de nós e o instrutor, se precisar de nos corrigir alguma coisa, fá-lo discretamente. Mas descobri outro tipo de pessoas, com as quais não contava. As que gostam demasiado de partilhar a sua experiência. “Com a perna direita não consigo, mas com a esquerda aguento muito tempo!”, “Ai, que eu almocei cozido e vai tudo fora!”, “Detesto esta parte!”, são os comentário que se vão ouvindo, geralmente vindos das mesmas duas ou três pessoas. Se as vinte pessoas que estão na aula começassem todas a fazer as suas queixas ou a dar os seus pareceres, seria uma confusão. E isto mexe com a nossa concentração! Estas são um dos tipos de pessoas que mais me mexe com os nervos.

Mesmo com todos estes defeitos, o ginásio continua a fazer-nos bem. Por isso, não deixem de ir por causa disto, mas vão preparados. Ignorar pessoas pode ser uma chave para maximizar a vossa experiência.

AUTORIA

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A Inês Rebelo tem 19 anos e está no primeiro ano de Jornalismo.
Começou a ler com 4 anos e a escrever as suas criações com 9, sendo que foi sempre esta a sua grande paixão. Fez teatro durante oito anos, gosta de ler e, embora não interesse a ninguém, tem três tartarugas. Também gosta de cantar, mas para isso não tem muito jeito. Na ESCS MAGAZINE integra as equipas de Correcção Linguística e de Literatura, e escreve com o Antigo Acordo Ortográfico.