Relatório da APAV divulga o balanço de vítimas de crimes e de outras formas de violência
O número de adultos agredidos pelos próprios filhos aumentou no último ano, revela o relatório anual da APAV. Desde 2013 que o número de denúncias relativas a violência têm vindo a aumentar; mulheres casadas e comprometidas representam 58,4% das queixas apresentadas.
A APAV é uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos que visa sobretudo, mas não só, apoiar qualquer vítima de crime. Todos os anos, esta instituição elabora um relatório a fim de expor o balanço das suas atividades.
O relatório divulgado esta terça-feira e referente ao ano passado revela que a APAV apoiou 9612 vítimas, dos 23.326 crimes contabilizados. É de salvaguardar ainda que uma vítima pode ser alvo de vários crimes ou outras formas de violência e que o bullying não é tipificado como sendo um crime, mas é também uma forma de violência.
“De 2013 para 2015, registou-se um aumento superior a 8% no número de processos, crimes e outras formas de violência e vítimas”, pode ler-se no relatório da APAV referente a 2015.
Neste relatório salientam-se perto dos 2300 casos de agressões entre pessoas da mesma família. No que concerne só a filhos agredidos existem 1104 casos. No entanto, o número de agressores filhos aumentou 16%. Enquanto em 2013 o número de denúncias foi 687 e em 2014 o número aumentou em 19 queixas, em 2015 registaram-se cerca de 819 pais agredidos, ou seja, mais de duas denúncias por dia.
Noutros casos de violência doméstica, contabilizam-se cerca de 2567 vítimas de violência entre cônjuges, sobretudo mulheres. Também entre companheiros, o número de vítimas de violência doméstica é elevado: cerca de 1295 casos.
A associação fez um total de 34.372 atendimentos em 2015. A linha de contacto da APAV é apenas usado em 60% dos casos. O contacto com esta instituição é feito através de uma linha grátis, 116 006, que funciona das 9 horas da manhã até as sete da tarde.
Nem tudo é negativo: o relatório frisou ainda alguns crimes que mostram pequenas descidas de ocorrência. É o caso dos crimes de violação, que baixaram 38%, ou seja, passaram de 139 queixas para 86, e, apesar de ser uma redução muito pouco significativa, os crimes de abuso sexual de crianças passaram de 106 para 102 casos.