Street Food: A melhor forma para se conhecer um povo
O meu artigo é dedicado a uma série fantástica e rica em pormenores, não fosse eu uma amante de comida, “Street Food”.
A primeira temporada desta série documental foi lançada a 26 de abril deste ano, na Netflix, e é dos mesmos criadores da série “Chef´s Table”. Esta série dá-nos a conhecer a comida de rua no continente asiático, apresentando assim a cultura de cada país.
A primeira temporada contém nove episódios, o que significa que apresenta nove países diferentes: o 1º episódio mostra-nos a Tailândia e a história de Jay Fai; o 2º episódio mostra-nos o Japão e a história de Toyo; o 3º episódio mostra-nos a Índia e a história de Dalchand; o 4º episódio mostra-nos a Indonésia e a história de Mbah Satinem; o 5º episódio mostra-nos o Taiwan e a história de Grace; o 6º episódio mostra-nos a Coreia do Sul e a história de Cho Yoon-Sun; o 7º episódio mostra-nos o Vietname e a história de Trouc; o 8º episódio mostra-nos Singapura e a história de Aisha; e o 9º episódio mostra-nos as Filipinas e a história de Entoy.
Os episódios de que mais gostei e cujas histórias decidi partilhar foram o primeiro, o oitavo e o nono.
O primeiro episódio leva-nos até à Tailândia, onde a street food tem o papel de unir pessoas de todas as classes (num mundo onde as desigualdades e o fosso entre ricos e pobres se acentuam cada vez mais). Em Bangkok, podemos encontrar uma imensa variedade de pratos, como os noodles de ovo (feitos à mão) com churrasco de porco, o tom yum (caldo de carne ervas frescas), o tom yum seco (sem o caldo de carne), o curry, a omelete de caranguejo e o caranguejo ao curry.
Jay Fai, dona da banca “RAAN Jay Fai”, é uma mulher trabalhadora e cheia de garra. Com uma idade que podemos considerar avançada, é a mesma que cozinha e lidera o wook (pois ambiciona sempre a perfeição em cada prato que faz).
Foi um desastre que a levou a juntar-se à mãe e à irmã na venda de comida na rua. E, apesar de todas as dúvidas levantadas pela mãe, hoje faz um enorme sucesso.
O oitavo episódio faz-nos viajar até Singapura, um país constituído por muitas nacionalidades (chineses, indianos, malaios e peranakans), onde a única marca da cultura singapurense está na comida.
Nos “hawker centers” (espaços dedicados unicamente à venda de comida), encontramos pratos como o arroz de frango, o caranguejo com chili, o macarrão wanton e o putu piring (bolinho de arroz, feito a vapor e recheado com gula melaka – açúcar de palma derretido).
A Aisha, dona da banca “Haig RoadPutu Piring”, é a melhor a fazer putu piring, um dos pratos mais difíceis devido ao modo de preparo ser demorado. Esta tradição passou de geração em geração, começando com a sua bisavó. O sonho de Aisha era ser confeiteira nos Estados Unidos da América e conseguiu, mas um dia a mãe ligou-lhe desesperada pedindo para que voltasse e ajudasse na banca, pois a mesma estava a atravessar um período de insucesso. Ela voltou e modernizou o processo de fazer este doce, e a banca voltou a fazer sucesso.
O nono episódio faz-nos ir até à cidade de Cebu, nas Filipinas, onde a pobreza predomina e a comida de rua é o sustento da população.
A gastronomia deste país é marcada por pratos como o lechon (leitão), a lumpia (rolinhos de primavera à moda chinesa), o tuslob buwa (molho com arroz suspenso) e a nilarang (sopa de peixe).
Florencio Escabas, mais conhecido por Entoy (alcunha dada pelo seu avô), é dono da barraca “Entoy’s Bakashian” e faz a melhor e mais diferente nilarang de Cebu. Trabalhou como pescador durante 3 anos, mas as dificuldades da profissão levaram-no a abrir um negócio. O que distingue a nailarang de Entoy, é o facto de ser feita com enguias do mar (basaki).
Se tiveste um dia cansativo e o que procuras é uma série que te faça relaxar, então esta é a série ideal para ti. Cada episódio tem apenas 30 minutos e para além disso não tens de a seguir religiosamente.
Vem deliciar-te e descobrir os restantes episódios desta série cheia de sabor.
Fonte “thumbnail”: https://notthesamo.co/2019/05/02/a-nova-serie-documental-da-netflix-tem-o-foco-em-comidas-de-rua/
Artigo revisto por Rita Asseiceiro