Editorias, Opinião

“Truth” Papers

Vivemos num mundo onde a maioria das pessoas tem como “hobby” criticar o papel desempenhado tanto pelos centros de investigação como pela comunicação social, criando situações polémicas e, por vezes, desnecessárias. A verdade é que estes são extremamente importantes no que diz respeito a desvendar crimes de corrupção ou branqueamento de capitais, sendo este o papel dos centros de investigação, e a divulgar/veicular todo o todo tipo de informações, objetivo cumprido por parte dos Media.

Se observarmos estas críticas de uma forma mais aprofundada, deparamo-nos com o facto de estas serem proferidas pelos indivíduos que assumem altos cargos na sociedade, tais como:
• Política – Presidentes ou Chefes de Estado e os ministros;
• Economia – Diretores e Presidentes dos Bancos;
• Desporto – Altos-comissários da FIFA, UEFA e CONCAF;
• Entre muitas outras áreas existentes na sociedade “igualitária” e “civilizada”.

Por muita coincidência ou não, no dia 3 de abril de 2016, “Dia Mundial da Verdade”, as críticas acentuaram-se com o surgimento dos “Panama Papers”, provenientes da empresa Mossack Fonseca, a qual se encontra sediada no Panamá. Todo este processo expôs cerca de 11,5 milhões de registos financeiros e offshores que serviam para ocultar os recursos financeiros de celebridades, desportistas, líderes mundiais, entre eles:
• Os primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão;
• O Rei da Arábia;
• Os presidentes da Argentina, dos Emirados Árabes Unidos e da Ucrânia;
• O ator Jackie Chan, o qual acham que não usou as offshores de forma indevida;
• O violoncelista Sergey Roldugin, o qual faz parte do círculo de amigos de Putin;
• O futebolista Lionel Messi e o seu pai;
• Entre muitas outras figuras nacionais e internacionais, das diferentes áreas.

A meu ver, tudo isto é muito engraçado e demonstra o mundo ilusório no qual nós somos as marionetas controladas e manipuladas por cada uma das pessoas investigadas pelos crimes referidos no 1º parágrafo. Como podemos nós acreditar que existe verdade? Se as offshores são legais, porque razão as utilizam, na maioria das vezes, de forma ilegal?

Eu, por exemplo, não pago impostos mas existem milhões e milhões de pessoas, à volta do mundo, que o fazem tendo ou não recursos financeiros para tal. Ao colocar-me na pele dessas pessoas consigo compreender o porquê de “lutarem” pela verdade financeira e quererem saber como é utilizado/investido o dinheiro gasto, mês após mês, pelas mesmas.

As pessoas não exigem perfeição nem pouco mais ou menos, porque isso só seria possível num mundo utópico, muito pelo contrário, apenas querem sinceridade, consciência, credibilidade, e decência por parte de quem assume os altos cargos da nossa sociedade. Não será nem a primeira nem a última vez que tudo isto acontece, até porque vivemos num mundo onde os erros são repetidos vezes e vezes sem conta.

Contudo, acredito com toda a certeza que este “acontecimento” é uma mensagem forte e direta na luta contra a corrupção, lavagem de dinheiro ou branqueamento de capitais, ou quaisquer outras ilegalidades.

O Pedro Almeida escreve com o Novo Acordo Ortográfico.

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