Editorias, Opinião

1, 2, 3… “Selfie Murder”

A nossa sociedade tem vindo a evoluir ao longo dos tempos e todos nós somos capazes de enumerar evoluções em todos os setores. Por exemplo:

  • Na saúde as cirurgias implicam menos complicações;

  • Na comunicação a internet é cada vez mais rápida e existem novos meios;

  • Na ciência os instrumentos têm cada vez maior eficácia na investigação;

  • E muitos outros exemplos, até chegarmos à evolução da mentalidade das pessoas.

É neste último ponto que pretendo focar-me, aliando a mentalidade das pessoas à tecnologia e às modas existentes nos dias de hoje. Não é novidade para ninguém que as “selfies” são uma moda que veio para ficar e todos nós já tirámos, no mínimo, uma “selfie” com o objetivo de mais tarde podermos recordar momentos que passámos com amigos, familiares, namorada(o), ou com qualquer outra pessoa.

Até aí tudo bem. Já não temos a necessidade de chegar ao pé de um desconhecido e pedir-lhe que nos tire uma fotografia, “caindo” o mesmo na tentação de nos roubar o telemóvel ou a máquina. Contudo, têm sido algumas as notícias que relatam incidentes graves entre as pessoas e os animais devido a esta moda, incidentes esses que provocam a morte de seres inofensivos que nada fizeram para merecer tal destino.

Os dois exemplos mais mediáticos ocorreram no dia 18 de fevereiro, quando um grupo de turistas (ingénuos) tirou dois golfinhos, de uma espécie em vias de extinção, da água com o objetivo de tirarem uma “selfie” com os mesmos, provocando a morte de um deles. E no dia 9 de março, uma turista tirou um cisne da água, com o mesmo objetivo, quebrando uma das asas da pobre ave.

Tenho pena de tratar os golfinhos, os cisnes e qualquer outra espécie enquanto animais, quando os verdadeiros “animais” foram os humanos que preferiram matar, mesmo que não tenha sido propositado, as espécies referenciadas no parágrafo anterior ao invés de quererem recordar o momento com uma fotografia das mesmas no seu habitat natural. Não tem qualquer tipo de cabimento uma atitude destas numa sociedade que afirmamos ser civilizada e evoluída.

Por outro lado, seria um erro da minha parte generalizar este tipo de atitudes a todos os seres humanos; isto porque existem diversas notícias de atos heroicos em que são as próprias pessoas que ajudam os animais a voltar para o seu habitat. Complementando melhor o que disse anteriormente, por exemplo, em 2002 foram salvos 33 golfinhos e em 2006 foi salvo um panda gigante.

E só para comprovar que os animais realmente também conseguem ser racionais, temos o exemplo de um grupo de golfinhos que, em 2014, cercou um nadador para que este não fosse atacado por um tubarão branco. Tudo isto quer dizer que mais vale preservar todas as espécies e procurarmos outras soluções, porque no final de contas quem é que necessita de quem?

O Pedro Almeida escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.

AUTORIA

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Pedro Almeida, de 21 anos, é um estudante universitário do curso de Publicidade e Marketing, cuja paixão reside no Marketing, na escrita e na responsabilidade social.