Música

1989 (Taylor’s Version): O renascimento da pop bible da década passada

Foi no exato dia do nono aniversário do seu quinto álbum de estúdio, que Taylor Swift (re)lançou o álbum 1989 (desta vez, na sua Taylor’s Version). O álbum que conta com hits como Shake It Off, Blank Space e Wildest Dreams viu a sua vida enquanto obra “revivida” como parte do processo de regravação que a cantora iniciou em 2021, com o relançamento do seu álbum Fearless. Esta nova versão do álbum conta com as 16 músicas originais do mesmo e cinco novas faixas que estavam “na gaveta” (ou, como são conhecidas, no “vault”). Numa viagem de volta a 2014, Taylor Swift transporta-nos para as emoções de uma rapariga de 24 anos, que acabou de se mudar para Nova Iorque, com um novo corte de cabelo.

As regravações – “Taylor’s Version

Foi em 2019 que o mundo acordou com uma publicação de Taylor Swift no Tumblr a anunciar a compra dos seus masters por Scooter Braun, antigo empresário de astros como Justin Bieber, Ariana Grande e Demi Lovato. Em suma, quando um artista produz conteúdo, normalmente, quem tem os direitos sobre onde esse conteúdo pode ser utilizado é a gravadora – é este o conceito de masters.

Desde sempre que Taylor expressou a sua vontade de ter a posse dos seus masters, mas após a saída da sua antiga gravadora Big Machine Records, o CEO da mesma vendeu esses direitos a Scooter Braun (de quem Taylor não era propriamente fã, devido a incidentes em que a mesma se sentiu atacada pessoalmente e profissionalmente por ele).

Taylor Swift com o CEO da sua antiga gravadora, Scott Borchetta. Fonte: The Wall Street Journal

Assim sendo, e para conseguir os direitos sobre o seu próprio catálogo, Taylor Swift decidiu regravar todos os álbuns que tinha lançado até então: os seus seis primeiros. Após o lançamento das regravações de três dos seus primeiros álbuns (Fearless¸ Red e Speak Now), foi no último concerto da sua Eras Tour, em solo norte-americano, que a cantora anunciou o lançamento da sua quarta regravação – 1989 (Taylor’s Version), marcado para 27 de outubro. E assim foi. 

De volta a 2014, em 2023, com o 1989

No dia do lançamento, à meia-noite de Nova Iorque, os Swifties tinham finalmente acesso ao álbum que mudou a carreira da cantora – como disse a própria aquando do anúncio da regravação. Com as 16 faixas originais, os fãs puderam sentir a nostalgia associada a todo este momento do lançamento das regravações. Assim que começam as primeiras batidas de Welcome To New York, a faixa que abre a obra, a grande maioria das pessoas são transportadas para o (agora) longínquo ano de 2014. Apesar de algumas críticas a características específicas em certas músicas (como Style, Shake It Off ou New Romantics), os fãs pareceram aprovar o projeto e mostraram o seu agrado por esta ser, na opinião de muitos, a regravação mais coesa e mais bem produzida até agora. Numa opinião um pouco mais pessoal, confesso que a regravação de Wonderland fez-me ver a música com outros olhos e, atualmente, é uma das minhas favoritas do álbum.

Outro aspeto importante das regravações de Taylor Swift é que, para além de nos apresentar o alinhamento original do álbum regravado em questão, a cantora presenteia os fãs com músicas que ficaram “engavetadas”. No caso deste álbum, foram cinco as músicas revividas. Com um alinhamento de faixas mais “alegres”, muitos foram apanhados de surpresa pela aparente melancolia destas faixas bónus, principalmente da primeira – Slut!. Com este título, os fãs esperavam uma faixa mais sensual e upbeat, mas a música é pautada pelas melodias suaves e pelas letras delicadas. O destaque vai, sem dúvida, para a música que encerra o álbum – Is It Over Now?. Como algumas das músicas da versão original, esta faixa conta uma outra visão do relacionamento de Taylor Swift com Harry Styles entre 2012 e 2013, dando a conhecer um lado ainda mais vulnerável que o de Out Of The Woods.

A receção por parte do público, em números

A expectativa era grande no dia após o lançamento: que alcance  tinha tido o tão grandioso 1989 nas plataformas de streaming, principalmente no Spotify? E a verdade é que, mais uma vez, o lançamento de Taylor Swift não desiludiu. Com mais de 176 milhões de reproduções, a estreia do álbum foi a melhor de 2023 e a segunda maior de toda a História da plataforma – atrás apenas da sua própria estreia com o álbum Midnights, de 2022. Além do mais, no dia do lançamento do 1989 (Taylor’s Version), Taylor Swift quebrou o recorde de mais reproduções num único dia na história do Spotify. É seguro dizer que, mesmo com quase uma década de vida, este álbum continua a apaixonar fãs por todo o mundo.

Fonte da capa: Broadway World

Artigo revisto por Inês Moutinho

AUTORIA

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A escrita e a música sempre estiveram presentes na vida de Bruno. Assim sendo, sempre foi hábito associar as duas paixões e conjugá-las numa só, e a ESCS Magazine foi o propósito perfeito para o fazer. Entrou como redator de Música em 2022, e após um ano, aceitou o desafio de ser o editor no mesmo ramo.