Moordale volta a abrir portas para o regresso épico de “Sex Education”
Finalmente a espera terminou: “Sex Education”, a série britânica da Netflix que se tornou num fenómeno global, voltou para a terceira temporada, ansiada há muito pelos seus fãs.
Os novos episódios vêm revolucionar a história dos alunos da secundária de Moordale, já que ocorrem várias mudanças.
Com a chegada de Hope – a nova diretora – os estudantes deparar-se-ão com uma realidade completamente distinta: à medida que a trama se vai desenrolando, o objetivo desta nova personagem foca-se em tornar Moordale High numa instituição autoritária, rígida e, sobretudo, elitista para recuperar a sua reputação depois do espetáculo polémico do final da segunda temporada.
Porém, esta temporada foca-se, sobretudo, no desenvolvimento e desconstrução das icónicas personagens com quem o público criou uma ligação. Depois de umas longas férias, vemos como Otis inicia a sua vida sexual com o seu novo interesse amoroso: Ruby, a rapariga mais popular da escola secundária.
Apesar de inesperado, este arco da história resulta numa storyline emocionante que permite a Ruby mostrar o seu verdadeiro “eu”. Atrás da sua imagem inabalável, encontra-se uma rapariga frágil que, pela primeira vez, exprime os seus verdadeiros sentimentos e é rejeitada, o que desperta um lado da personagem desconhecido até agora.
O mesmo acontece com Adam, que ao assumir a sua relação com Eric, esforça-se para conseguir comunicar, expressar os seus verdadeiros sentimentos e ultrapassar as barreiras que o afastam do seu namorado, dedicando-se totalmente à sua nova relação, mesmo com os olhares e o julgamento dos colegas.
Cada personagem conta uma história diferente e traz consigo temas pertinentes e discussões que, de forma bastante natural e leve, nos educam. A inclusão de personagens queer, como Cal, é uma das novidades, que, através da sua oposição às regras definidas por Hope, levanta questões sobre a igualdade de géneros e a liberdade de expressão, e ainda traz debates sobre a transsexualidade, o género não-binário e a desmitificação de certos tabus associados a esses temas.
Outro dos pontos mais importantes da série é a relação de Otis e Maeve, que tiveram vários desentendimentos ao longo da série e agora conseguem encontrar-se mais maduros e seguros daquilo que querem. Otis surge muito mais maduro. Os seus relacionamentos anteriores, com Ola e Ruby, permitem-lhe perceber que tipo de relação quer ter. Maeve vai deixando, aos poucos, a sua postura rebelde e assume as suas inseguranças. Aprende a confiar e a desculpar aqueles que a magoam, o que a permite estar em paz consigo própria e a arriscar numa relação com o protagonista.
As duas primeiras temporadas de Sex Education mostraram, efetivamente, os alunos de Moordale a explorar temas relacionados com a sexualidade, que são, ainda, considerados tabu em pleno século XXI. De facto, a série explica como as personagens lidam com esses vários temas, ficando cada vez mais curiosos para conhecer os seus próprios corpos e aprofundar as relações afetivas e sexuais com os pares.
Na mais recente temporada, são notórias a evolução e a maturidade das personagens, que defendem a importância dessa educação e a liberdade de cada um em fazer o que quer com o próprio corpo, o que acaba por torná-los mais destemidos e autoconfiantes. Cada episódio torna-se numa pequena aula de educação sexual que, de uma forma leve, natural e divertida, aborda temas tão importantes e tão pouco falados por serem tabu, como o assédio, a homossexualidade ou o género não-binário, o que permite a todas as gerações ganhar conhecimento.
E é mesmo esse o objetivo desta série: ensinar e desmitificar assuntos relacionados com o sexo, abordando-o tal como ele é, porque o conhecimento e a informação são – e sempre serão – a nossa melhor arma contra os preconceitos.
Fonte de capa: The Indian Express
Artigo revisto por Inês Pinto
AUTORIA
Atualmente a estudar Publicidade e Marketing, o João é apaixonado pelo mundo da comunicação: gosta de ler, escrever, desenhar, fotografar e está sempre a par de tudo o que se passa nas redes sociais e no mundo da televisão.
Na ESCS Magazine, encontrou uma grande oportunidade de se reinventar e pôr em prática a sua paixão pela escrita, sempre com criatividade, uma das suas ferramentas de trabalho.