Um dos acontecimentos portugueses que mais marcou o nosso 2024 foi a famosa fuga da prisão Vale de Judeus, em que, como sabemos, cinco prisioneiros fugiram do estabelecimento prisional. Mas como realmente se sucedeu esta fuga e como foram recapturados os fugitivos? Neste artigo vais descobrir.

7 de setembro

            Mais uma manhã banal para aqueles que estão presos na Prisão de Vale de Judeus, ninguém imaginava o que iria suceder nesse dia. Os cinco reclusos que acabariam por fugir tinham planeado a sua fuga ao mínimo detalhe. O seu primeiro desafio era o de subir um muro de três metros, perto dos pavilhões prisionais, e conseguiram fazê-lo sem que fossem detetados. Ainda assim, o verdadeiro desafio vinha agora: tinham de saltar outro muro que, desta vez, tinha oito metros. Aqui, contaram com a ajuda exterior que, através de um arame farpado não eletrificado, lhes passou uma escada para que conseguissem escapar. Ainda não eram dez horas e os cinco reclusos já estavam em fuga. Foi apenas cerca de 40 minutos depois que os guardas deram pela ausência destes cinco reclusos e comunicaram a fuga aos seus órgãos superiores.

Começou assim uma jornada para recapturar estes reclusos. Mas o que se julgava que seria um trabalho de anos, demorou apenas alguns meses.

7 de outubro

            Completava-se um mês da fuga, e não poderia haver melhor maneira de comemorar do que capturando um dos cinco reclusos. Fábio “Cigano” Loureiro foi encontrado pelas autoridades num armazém em Marrocos. A PJ conseguiu encontrá-lo depois de vigiar a sua companheira que, inevitavelmente, os levou até Fábio. Cumpria uma pena de 25 anos por vários crimes, como de associação criminosa, extorsão, furto qualificado, entre outros.

22 de novembro

            Um mês passou até que o próximo recluso fosse encontrado. Fernando Ferreira foi encontrado ainda no país, perto da fronteira, e foi, assim como Fábio, encontrado graças ao monitoramento de familiares. Cumpria uma pena de também 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto. 

10 de dezembro

            O país já estava a entrar no espírito natalício quando Shergili Farjani foi encontrado na Itália. Quando for transferido para Portugal, poderá cumprir o resto da sua pena de sete anos. Três meses após a fuga, a PJ já tinha conseguido recapturar três dos cinco reclusos.

6 de fevereiro de 2025

            Ainda faltavam apanhar dois dos cinco reclusos. Um dia antes de se completarem cinco meses da fuga, a PJ apanhou estes dois últimos homens juntos em Alicante, na Espanha. Estes ainda tentaram resistir, mas sem resultado. Acabava assim a recaptura dos fugitivos. Mark Roscaleer cumpria uma pena de nove anos por sequestro e roubo. Já Rodolfo Lohrmann cumpria uma pena de 20 anos e era considerado pelas autoridades o mais perigoso dos cinco: dentro dos crimes pelos quais cumpria pena, encontramos o crime de rapto e homicídio de um jovem de 21 anos que era filho de um empresário e ex-ministro da saúde argentino.

Foi assim que, cinco meses após a fuga dos reclusos, as autoridades conseguiram recapturar todos. Mas, ainda que o trabalho árduo das autoridades tenha merecido o aplauso de todos, esta fuga relembrou ao país as condições de muitos estabelecimentos prisionais pelo país: falta de guardas e de condições.

                                                                                               Fonte da capa: Observador

Artigo revisto por Beatriz Mendonça