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A Música: Uma Paixão… e a Inspiração para um Projecto Inovador

            “O Música para os Meus Olhos é um projecto que junta duas coisas de que eu gosto muito, que são a música – que é um dos meus maiores prazeres, tocar e ouvir – e o design, ou criação de imagem”.

            É assim que Joana Rodrigues nos apresenta o seu projecto. Aquilo que começou como apenas um escape criativo depois do trabalho, depressa evoluiu para um projecto concretizado, em crescimento e reconhecido não apenas por amigos e familiares, mas também por artistas, bandas, jornais e cada vez mais pessoas nas redes sociais.

            Tem tudo para dar certo, vindo de uma pessoa que tem como nome do meio Criatividade.

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Joana Rodrigues tem actualmente 26 anos. Natural de Santarém, nasceu no dia 4 de Outubro de 1988 e decidiu vir para Lisboa na hora de integrar o ensino superior, tendo escolhido a Escola Superior de Comunicação Social para o fazer. O curso de Jornalismo foi a sua primeira opção, e a vertente radiofónica a que mais a atraiu.

Porém, ao chegar à ESCS, percebeu que na verdade não era aquela a opção certa.Vinda de uma pequena cidade, confessa que a informação acerca dos diversos cursos não era suficiente para a levar a fazer a escolha acertada. “Se calhar, se eu soubesse o que se aprendia em cursos como Publicidade e Marketing ou Audiovisual e Multimédia, talvez me tivesse candidatado para esses, em vez de Jornalismo. Mas lá não tínhamos uma grande noção daquilo que se faz nestes cursos mais recentes, só sabíamos daqueles maiores que toda a gente conhece, como Medicina e Direito”.

Assim, entrou em Jornalismo, mas durante o seu percurso descobriu que se sentia muito mais atraída pelo curso de Audiovisual e Multimédia. Tendo terminado a primeira licenciatura, decidiu arriscar na segunda opção e descobriu aí a sua verdadeira vocação. “No início pensava que o curso me iria proporcionar mais ferramentas para completar aquilo que já tinha com o Jornalismo, mas à medida que fui avançado percebi que não, e que aquilo de que passei a gostar mais foi mesmo web design, de resolver problemas criativa e graficamente”.

E este gosto que desenvolveu viria a encaminhá-la para os vários núcleos da faculdade, de que fez parte.

 

Projectos pioneiros nos núcleos da faculdade:

 

“Desde que entrei na ESCS que me interessei por fazer disto mais do que apenas um sítio onde eu vinha estudar, por isso tentei envolver-me ao máximo em todos os núcleos”. Esta motivação levou-a a ser parte de um dos primeiros projectos da revista da faculdade – na altura ainda chamada AEESCS Magazine –, e a integrar o núcleo audiovisual, o nAV, além de ter feito parte da associação de estudantes, a AEESCS, e também da tuna académica, a escstunis.

No entanto, e apesar do gosto pela rádio, acabou por não fazer parte da ESCS FM. “Quando a ESCS FM surgiu eu já estava envolvida em muitos projectos, mas cheguei a ter, com um colega meu, o Filipe Santa-Bárbara, um projecto para um programa sobre praxe académica, o Capa Negra, para falar sobre as actividades de praxe, a tuna e o mundo académico. Mas a ESCS FM ainda estava muito no início, ainda era um embrião, e, quando finalmente arrancou, nós já estávamos envolvidos noutros projectos e não tínhamos tempo para entrar”.

Ainda assim, os vários núcleos em que se envolveu deram-lhe ferramentas adicionais para o mundo do trabalho e o projecto que viria a criar mais tarde.

 

O primeiro emprego e o mundo dos livros

 

Ainda antes de terminar a segunda licenciatura, Joana integrou o Gabinete de Comunicação da ESCS – o Gabcom. Descreve a passagem por lá como “uma experiência expectacular, que me ajudou a crescer imenso. Ao mesmo tempo que estava a ganhar experiência no mundo do trabalho, estava a trabalhar para a minha segunda casa, a ESCS”.

E apenas um dia depois de ter saído do Gabcom, integrava a equipa da Bertrand Livreiros, onde ainda se mantém. “Foi na Bertrand que descobri aquilo de que gosto acima de tudo: que me proponham um desafio, do género “temos isto para comunicar, diz-nos como é que graficamente isto ficaria?”, e esses pequenos desafios permitiram-me ganhar experiência no design, que é aquilo de que gosto mesmo de fazer”.

Contudo, ainda faltava um elemento importante, que viria recentemente. Um dia, depois do trabalho e ao chegar a casa, com uma música dos Arctic Monkeys na cabeça, Joana decidiu experimentar torná-la mais visual, ilustrando uma parte da letra, e esse viria a ser o pontapé de saída para o Música para os Meus Olhos.

 

De Olhos postos na Música… e no P3

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“A frase que está na headline da página do Facebook foi precisamente o motor para eu começar o projecto, que foi “Que música é que não te sai da cabeça?”. Foi numa altura em que havia várias músicas nas quais eu pensava e um dia decidi arriscar, nem que fosse apenas para imprimir as imagens e as colar nas paredes lá de casa.”

Mas não foi isso que aconteceu, e, quando deu por si, Joana Rodrigues já tinha um projecto a florescer: uma página criada no Facebook – inaugurada a 1 de Março deste ano –, encomendas de fãs, amigos e até familiares, uma presença nas redes sociais a expandir-se, parcerias com outras páginas – como a Cinema Sem Lei, também de ex-alunos da ESCS –, e até comentários de artistas que gostaram do que ela decidiu criar baseado nas suas músicas.

“Um dos meus receios era de que algum artista ou banda visse as minhas imagens e não gostasse, não concordasse com a interpretação que eu dei às suas letras e músicas, mas com os D’alva perdi esse medo”. Foi precisamente esta jovem banda portuguesa que, tendo descoberto a imagem que Joana fizera para uma das suas músicas, decidiu partilhá-la na sua página do Facebook, o que, inevitavelmente, trouxe bastantes novos fãs para o Música para os Meus Olhos. “Foi um momento muito importante para mim porque foi a primeira vez que um artista, que não fosse da ESCS e não me conhecesse realmente, mostrou que gostou de algo que eu fiz!”.

Além dos D’alva, também outra banda criada recentemente decidiu apoiar o projecto: os Maria Rapaz. Um dos dois integrantes também estudou na ESCS, e decidiu ajudar Joana a expandir ainda mais o seu sonho, até que este acabou por alcançar outro meio social: o P3, o suplemento do jornal Público.

Após contactar o P3 e falar acerca da sua ideia, sem acreditar realmente que esta fosse reconhecida e aproveitada, Joana foi surpreendida. “Dois dias depois de lhes ter mostrado o projecto, eles fizeram uma peça dele. Desde aí tem sido imparável”.

Cada vez com mais pedidos e com o entusiasmo a crescer em volta do projecto, Joana vai tentar continuar a conciliar as suas rotinas diárias com este que é agora o “menino dos seus olhos”. “Espero continuar a arranjar tempo para o Música para os Meus Olhos, espero que continue a crescer, porque não o quero deixar morrer. É algo que me dá muito prazer e que me deixa muito feliz, por saber que não é apenas algo de que eu gosto; as outras pessoas também gostam e continuam a apoiar-me, e isso é muito importante”.

Mantendo as suas ligações à ESCS – ainda na escstunis e também no Conselho de Veteranos – e continuando na Bertrand, Joana vai esforçar-se por dar conta de tudo, sem nunca deixar a música nem a criatividade escaparem-lhe por entre os dedos, que tão habilmente tocam no bandolim como nas teclas do computador.

 

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