Editorias, Música

Bon Iver dá-nos um albúm que é “um num milhão”

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Façam rufar os tambores: após cinco anos de espera, temos um novo álbum de Bon Iver, intitulado 22, A Million.

Tudo começou no dia 12 de agosto deste ano quando, na sua cidade natal de Eau Claire, em Winsconsin, Bon Iver tocou uma música nunca antes ouvida, tendo anunciado que seria de um trabalho novo a ser lançado em setembro. Enquanto o concerto decorria foram colocados no youtube do músico, como um presente para os espetadores do concerto e também o resto dos fãs, dois singles novos ( “22 (OVER S∞∞N)” e “10 d E A T h b R E a s T ⊠⊠”).

O músico contou à imprensa que o seu objetivo neste álbum era abandonar os espaços físicos que construiu nos últimos trabalhos.

E ao ouvir pela primeira vez é fácil concluir que 22, A Million é muito pouco convencional, especialmente em comparação com os seus dois trabalhos anteriores.

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Este é um álbum que surge de um artista que perdeu interesse em formatos e batidas já conhecidos e esperados, sendo que a sua voz, aguda e quase angelical, dá às músicas uma qualidade gelada e pura.

22, a Million consegue ser aéreo, difuso e cheio de camadas, que, apesar de serem muitas vezes inesperadas, se fundem harmoniosamente.

A música “8 (circle)” é a que mais lembra o trabalho anterior de Justin Vernon, “Bon Iver, Bon Iver”, e quase faz uma ponte entre os álbuns mais acústicos e esta nova aventura experimental. Esta é a faixa com menos manipulação na voz do artista, sendo que, no resto do álbum, as distorções na voz de Justin levam-nos para um estado muito mais “dreamy”.

Este não será um albúm para todos, mas é sem dúvida uma derradeira marca na carreira de Bon Iver, um passo em frente, uma mudança de direção. Resta-nos descobrir para onde caminha.