Carolina Martins: a realização de um sonho no mundo da música
Carolina Martins, 21 anos, canta e encanta desde que se lembra. Estudou Relações Públicas na ESCS e desistiu do curso para lutar pelos seus objetivos no mundo musical. Lançou a sua primeira música – Clichês – há um mês e já soma mais de três mil visualizações no Youtube.
Como surgiu a música na tua vida?
É difícil explicar o início porque foi algo pelo qual sempre me senti atraída. Era giro cantar mas eu gostava de fazer um bocadinho mais que o “normal”. Comecei a demonstrar interesse por ir a programas de televisão ou por cantar em festas. Lembro-me de que a primeira vez que cantei foi num bar com 5 anos.
Já participaste no The Voice Kids. Como foi a experiência?
Normalmente eles anunciam na televisão um número telefónico para o qual se pode ligar. Depois tens vários pré-castings antes das provas cegas. Na altura, sempre que o telefone tocava, eu pensava: “Será que é o The Voice?”. Quando soube que tinha passado, fiquei mega feliz.
Passamos várias horas nos estúdios a fazer provas de roupa, maquilhagem e ensaios. É um bocado cansativo. Íamos para lá às 8 horas da manhã e, às vezes, só cantávamos às 17 horas.
O pior é lidar com a opinião pública. Na altura ia ao Youtube ver os comentários e estava numa fase em que queria que toda a gente gostasse de mim; foi difícil lidar com isso. As pessoas, muitas vezes, não partilham a opinião delas como forma de dar feedback, às vezes é: “passei o meu dia a levar com o meu chefe, ‘bora aqui descarregar em alguém no Facebook.” Esquecem-se de que também somos humanos. Fora isso, é uma experiência incrível, e é um cartão de visita para muitas coisas. Dá-nos imensa estaleca. Se eu disser que estive no The Voice é logo ótimo para o currículo.
Como foi estudar em Londres?
Na altura tinha 17 anos e era conhecida na escola por ser a mais nova. Conhecer pessoas de todas as nacionalidades e estar numa escola onde estava a fazer unicamente aquilo de que gosto foi uma experiência muito boa . Salas cheias de equipamentos para ensaiar com banda – pianos, microfones, aparelhagens -, e até eventos de open mic. Foi uma altura da minha vida que vou guardar para sempre com muito carinho.
Achas que, mesmo estudando, podemos realizar os nossos sonhos? Como é que conciliaste tudo isso?
Acho que (os estudos e os sonhos) são perfeitamente conciliáveis. Obviamente que não temos o tempo todo para nos dedicarmos àquilo que queremos. O curso que eu estava a fazer na ESCS de Relações Públicas roubava-me imenso tempo. Mas tudo isto tem que ver com decisões e, no fundo, decidir aquilo que realmente queremos. Decidir aquilo que queremos que fique para trás ou aquilo a que não queremos dedicar mais tempo, e foi isso que fiz. Foi uma altura difícil.
Já lançaste uma música. Como foi todo o processo criativo?
Tinha este desejo há bastante tempo. Via os outros a fazê-lo e pensava: “Quero ter isto para mim um dia.” Basicamente decidi que ia fazê-lo, e fiz mesmo.
Vamos escrevendo ao longo da vida e temos muitas canções na gaveta, mas depois há uma canção, que para mim foi a Clichês, que nos faz pensar: “ok, é agora.” Comecei a idealizar aquilo que seria o videoclipe e a pôr tudo no papel. Os passos seguintes passaram por planear muito bem e contactar pessoas. É um processo um bocado longo, mas é fazível. Gostei muito, apesar de ter havido alturas em que quis parar um bocado no tempo. Lembro-me de que quando voltei de Paris deitei-me no hall de entrada de minha casa em posição fetal e pensei: “o que é que se está a passar?” Mas é muito gratificante.
Como é ser backvocal do Bispo?
É uma ótima experiência, tem sido incrível. Tem-me permitido ir a palcos inacreditáveis e conhecer muitas pessoas na indústria igualmente incríveis. Na semana em que tinha decidido que não ia prosseguir com os estudos, caiu-me uma mensagem nas redes sociais que dizia: “Queres ser backvocal? Estas são as condições.” E lá fui eu. O Bispo é muito boa pessoa e muito terra a terra. Estou a viver um sonho e ao mesmo tempo a ter a noção de que é possível.
Quais são as tuas perspetivas e desejos para o futuro?
Quero lançar um EP, ou seja, um conjunto de cinco ou seis canções que me apresentem ao público e que me façam furar por entre a indústria. Quero depois também dar-me a conhecer, além das minhas canções, e usar as redes sociais para fazer isso acontecer, pelo menos enquanto não consigo fazê-lo ao vivo. Os objetivos também passam por conseguir concertos e desenvolver uma equipa que me ajude a chegar mais longe.
Que conselhos gostarias de deixar a quem tem sonhos como tu?
Vou deixar algumas palavras que eu própria preciso de ouvir de vez em quando. Para tudo há um processo e um caminho. O destino, na verdade, é a viagem. Nós vamos sempre querer mais, e se não nos lembrarmos de apreciar o caminho nunca vamos ser felizes. É muito importante para nos mantermos inspirados e focados. Temos de estar sempre gratos pelas nossas pequenas vitórias. Podemos ser exigentes connosco mas não perfecionistas ao ponto de nunca começarmos efetivamente e de nunca darmos o primeiro passo.
Fonte da capa: Carolina Martins
Artigo revisto por Beatriz Cardoso
AUTORIA
O meu nome é Carolina Figueiras, tenho 21 anos e sou natural de Quarteira, no Algarve. Estudei Ciências da Comunicação na Ualg e estou neste momento no primeiro ano do mestrado de Jornalismo na ESCS. Tenho um blog intitulado Simples Palavras desde 2014 onde escrevo sobre os mais variados temas. Adoro escrever, ler e fazer as pessoas felizes por isso dedico muito do meu tempo ao voluntariado.