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Como lidar com o inevitável

Caros leitores, acho que sempre tive uma certa dificuldade em lidar com aquilo que foge ao meu controlo e que não consigo mudar. Sabem a típica frase do “podes fugir, mas não te podes esconder”? Nem sempre é fácil lidar com o que nos acontece, mas não podemos fugir eternamente, e isso é algo que tenho aprendido. Distrações são sempre bem-vindas se estivermos simultaneamente a trabalhar em nós mesmos. Em caso contrário, não serão festas, álcool, novos amores ou tudo o que possam inventar que vos vai salvar seja do que for, pode fazê-lo durante algum tempo, mas não é solução. Hoje, trago-vos dicas de como encarar e lidar emocionalmente com várias situações, que tenho reunido através das minhas próprias experiências e pelas conversas que tenho com pessoas próximas. Assim, estas são uma espécie de “conselhos de amiga”, não sendo, no entanto, baseadas numa opinião de um profissional de saúde mental (o qual será mais indicado para vos encaminhar).

Perder o emprego

Não serão a primeira nem a última pessoa a passar por esta situação, não estão sozinhos. Acho que é importante perceberem o porquê de terem perdido o emprego, quer tenha sido por uma mera reestruturação da empresa, extinção de cargos ou erros da vossa parte, para que também possam melhorar. Procurem algo melhor sem que se deixem consumir pela ideia e pelo porquê de ainda não terem emprego, temos sempre de assumir que há algo próspero guardado para nós e que há uma razão para que algumas coisas corram mal. Quero também dizer-vos que vocês são alguém fora do vosso emprego, continuem a apostar nas relações com outras pessoas e convosco próprios. Muitas vezes na vida adulta acabamos por tender mais para o lado da carreira profissional ou da vida pessoal, quando deveríamos tentar manter um equilíbrio. Sei que a vossa carreira profissional não acorda um dia e decide que já não vos quer como um namorado ou amigos podem fazer, mas, no fundo, tanto uma carreira como um relacionamento podem desmoronar relativamente rápido. Tudo na vida é um tanto quanto volátil. Podem sempre pedir ajuda e refiro-me tanto a ajuda financeira como a ajuda psicológica, acontece a todos e não se devem envergonhar por isso.

Fim de relação amorosa

Fonte: Pinterest

Vamos partir do princípio de que foram vocês a acabar. Sei que neste caso surgem inúmeras dúvidas e que querem voltar atrás na vossa decisão. Acredito que devem avaliar bem a vossa antiga relação, perceber o que falhou e se isso poderia mudar, se também haverá essa vontade por parte da outra pessoa. Muitas vezes a nossa vontade de voltar para a pessoa é pura e simplesmente carência e falta de atenção. No caso de alguém ter acabado convosco, por muito que vos custe, pensem que há de vir alguém melhor. Pensem que rejeição é redireção. Acredito que é sempre importante haver uma conversa sincera no fim das relações sobre os erros e acertos para cada um poder melhorar posteriormente, mas sabemos que isso nem sempre acontece. Caso a pessoa com quem estavam não vos tenha dado justificações, também não procurem nem exijam. No fundo, as pessoas só sabem comunicar até ao ponto em que se conhecem e se não conseguem ter uma conversa digna convosco, então provavelmente estão melhor sem eles.

Em qualquer das situações, acredito que seja bom enumerar os prós e os contras daquela pessoa, todas as vezes em que não se sentiram tratados como merecem e terem isso em conta. Procurem focar-se em vocês e crescer enquanto pessoa. 

Fim de amizade

Os conselhos aqui são bastante semelhantes aos da situação anterior. Se tiver sido a outra pessoa a acabar a amizade, peçam sempre desculpa pelo que fizeram mal, caso tenha havido essa conversa. Se isso não aconteceu, honestamente nem têm de se chatear muito. As pessoas são mais temporárias do que pensamos e, na maior parte das vezes, é melhor que assim seja. Caso tenham sido vocês a acabar a amizade, acredito que devem ser sinceros nas razões e procurar rodearem-se de pessoas com quem se sintam melhor. De qualquer das formas, é importante manter a cordialidade, até porque o fim de uma amizade não é o início de uma guerra. 

Perder alguém 

Fonte: Pinterest

Por experiência própria, tenham calma convosco e com o vosso processo de luto e, acima de tudo, não se culpem! Não tentem reprimir os vossos sentimentos, permitam-se sentir toda a dor e revolta que tenham. A morte de alguém da nossa vida é realmente inevitável e acredito que nenhum de nós pode mudar o rumo das coisas. Procurem apoio nas vossas pessoas mais próximas e tentem voltar a encontrar paz. Com o tempo, hão de saber lidar melhor com a dor e com as saudades.

Em qualquer uma destas situações, e em muitas outras, é difícil terem qualquer tipo de controlo sobre o que sentem e sobre o tempo que demora a passar. Acima de tudo, não fujam dos vossos sentimentos e não se refugiem em distrações temporárias, se sentirem que precisam, e se tiverem essa oportunidade, procurem ajuda psicológica. Não tentem a todo o custo manter pessoas e situações que já não vos favorecem só porque acham que tem de ser assim. Há coisas que não se podem mudar e, na verdade, só temos de ficar em paz com isso. Acreditem que melhores tempos e melhores pessoas virão e acreditem que têm algo bonito guardado para vocês no futuro, porque têm mesmo. 

Fonte da capa: Unsplash

Artigo revisto por Marta Nobre

AUTORIA

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A escrita sempre foi um dos seus guilty pleasures. Desde pequena escrevia textos sobre tudo e sobre nada que entregava a alguém que nada conseguia fazer com eles. O seu intuito, com a entrada na revista, é deixar nas mãos de alguém os seus textos e opiniões de qualidade por vezes duvidosa – mas esforçada – e que esse alguém lhes veja utilidade. Nem que estes sejam, apenas, um entretenimento irrelevante porque a irrelevância também nos acrescenta algo.