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Dicas para seres mais criativo

Criatividade: capacidade de criar, de inventar.

Já ouvi muitas pessoas a dizer que não são criativas. Normalmente, se falarmos com essas pessoas um bocadinho percebemos que elas se veem como pessoas mais racionais e, como tal, sem capacidade de criar algo ou de pensar fora da caixa. Mas será isso possível? Mais ou menos. Na verdade, todos nós podemos ser criativos. A diferença é que uns conseguem libertar essa capacidade mais facilmente do que os outros. As razões que levam a isto são várias, desde biológicas a educacionais, mas há uma que influencia muito: o medo de ser julgado, o que me leva à primeira dica:

Não cries barreiras mentais

Quando somos pequenos não temos “filtro”. Dizemos o que nos vem à cabeça (“Desculpa, eu fugi de ti porque achei que eras assim… um hipopótamo”), fazemos o que queremos, brincamos como queremos. As crianças são vistas como muito criativas, justamente porque não têm barreiras mentais. Isso é algo que surge com o passar do tempo, porque passamos a ter noção de que podemos estar a ser observados, podemos estar a ser julgados. Depois começamos a ser limitados pelo que é moralmente aceite pela sociedade, pela nossa família, pelos nossos amigos e vamos moldando-nos a tudo isso. Claro que isso também faz parte de quem nós somos, mas quando precisamos de ser criativos é importante não termos medo do que os outros vão pensar quando ouvirem a nossa ideia, a nossa opinião, etc. Tão mau como o medo do que os outros vão pensar é julgarmos as nossas próprias ideias – isso é a minha segunda dica:

Fonte: Google Fotos

Não julgues

Não julgues os outros, claro – isso também os vai ajudar a serem mais criativos e livres. Mas neste caso o que quero dizer é para não te julgares a ti próprio nem às tuas ideias. Se assim que um pensamento te surge na cabeça tu dizes logo “oh, que estupidez” ou “isso não vai dar em nada”, esquece, não vai mesmo dar em nada, porque tu não vais dar essa oportunidade. Isso é matar a tua ideia logo desde o início. À medida que crescemos, perdemos aquela espontaneidade de correr aos saltinhos pela rua porque achamos que é estúpido. E se for? Qual é o problema?

Um conselho para a criatividade e para a vida: não tenham medo de passar vergonha. A sociedade está demasiado infeliz com todos os pruridos que cria para si própria. Procurem estar com aquelas pessoas que não têm medo de passar vergonha – afinal, a vergonha é subjetiva ou não?

Fonte: Pinterest

Aponta aquelas ideias “estúpidas” que te vêm à cabeça

Sim, divaguei um bocado na dica anterior, mas estou de volta.

Ainda sobre as ideias estúpidas – e as menos estúpidas – apontem todas. Tudo o que vos vier à cabeça: um pensamento, sentimentos, uma ideia de negócio, algo que ouviram na rua, uma imagem que surgiu na vossa mente. Não só estão a dar asas à imaginação e a deixar as ideias fluírem no momento, como mais tarde podem ver aquilo e servir de inspiração para outra coisa qualquer. É bom ter um caderno connosco para estas coisas, porque a memória é fraca e daqui a 5 minutos podemos não nos lembrar da ideia que tivemos agora. Também podem apontar no telemóvel, mas, pessoalmente, acho sempre mais criativo o papel e o lápis.

Fonte: Unsplash

Encontra a tua inspiração

Não somos todos iguais (uau, Petra! A sério?). Temos interesses diferentes, gostos diferentes, vivemos em sítios diferentes e a história que temos para contar é única. Por isso, cada um de nós vai encontrar a sua inspiração em sítios e momentos diferentes. Há quem goste de sair para a natureza, ver o campo e o mar. Outros encontram a inspiração nas pessoas, conversando com elas e conhecendo as suas histórias. Há quem seja criativo nos momentos de tristeza, mas há quem seja inspirado nos momentos de alegria. O importante é que encontres a tua inspiração, para que consigas ser criativo com mais naturalidade.

Fonte: Pinterest
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Cria um quadro com as coisas que mais te inspiram

Uma coisa que te pode inspirar, por exemplo, são os moodboards e os conceptboard. Estamos muito habituados a associá-los a algo mais digital, mas podemos fazê-los “na vida real” – até acho mais interessante. Podem arranjar um quadro de cortiça ou uma moldura com umas cordinhas para pendurarem o que vos inspirar: fotografias (vossas ou que encontraram em algum sítio), textos (vossos ou não), pensamentos, recordações (bilhetes de avião, o talão de um jantar único…). Ter as coisas boas que já vos aconteceram na vida perto dos olhos é bom, porque somos mais criativos quando somos felizes.

Fonte: Google Fotos
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Faz aquilo de que gostas

Mesmo que não tenhas jeito. Eu gosto de pintar, por isso, pinto. Tenho jeito? Digamos que se eu quiser desenhar uma flor, vai parecer um macaco. Estou preocupada com isso? Não. Assim como não estou preocupada com o volley. Quem se preocupa são os meus amigos que têm sempre de ir buscar a bola à outra ponta da praia. Por isso, pintem, cantem, dançam, toquem um instrumento musical. Não por serem bons, mas pelo puro prazer de o fazer. Quando fazemos algo novo, estamos a ser criativos. É um novo desafio para o cérebro.

Fonte: Pinterest
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Mudem rotinas

O nosso cérebro gosta de segurança. Por isso é que vamos pelo mesmo caminho para casa – porque é o que já conhecemos. Podemos experimentar ir jogar golfe pela primeira vez, mas em vez disso optamos por ir mais uma vez ao ginásio (atenção: não estou a desmotivar ninguém a ir ao ginásio! É bom e faz bem. Keep going!). O que eu quero dizer é que, consciente ou inconscientemente, vamos optar pelas coisas que já nos são conhecidas e habituais. Mas isso não vai ajudar a nossa criatividade, porque se fazemos sempre o mesmo caminho para casa, vemos sempre as mesmas coisas; se vamos sempre ao mesmo restaurante e pedimos sempre a mesma comida, não vamos saber se as outras são boas. Procurem aproveitar cada momento para que seja uma nova experiência: a próxima vez que forem para a cozinha, vão pela varanda em vez de irem pela sala, lavem os dentes e respondam às mensagens com a outra mão. Be wild!

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Afasta-te dos ecrãs

É verdade que muitas pessoas são criativas através de um computador ou de um telemóvel: o desenho digital, a montagem de um vídeo ou de uma fotografia, etc… Mas é importante afastarmo-nos disso um bocado. Ir desanuviar a cabeça. Porque o mundo é muito maior do que o ecrã. Por isso, se és uma dessas pessoas, podes procurar a criatividade fora da tecnologia e depois deixá-la fluir aí. A verdade é que tendemos a ser muito mais criativos afastados da tecnologia e, mentalmente, é muito saudável para nós afastarmo-nos dos ecrãs.

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Há técnicas que te podem ajudar

Por último, é importante que saibas que existem técnicas que te podem ajudar a ser mais criativo. Neste caso vou falar das técnicas de brainstorming e brainwriting.

O brainstorming, como deves saber, consiste em falar e explorar ideias com outras pessoas. Pessoalmente, acho que tem a grande vantagem de vermos outros pontos de vista, outros conhecimentos e percebermos as ideias das outras pessoas. Pode-se fazer um brainstorming mais livre, ou seja, falar apenas sobre um tema ou uma ideia, ou pode-se aplicar métodos.

Um dos métodos é o dos seis chapéus do pensamento e é proposto por Edward de Bono. A ideia consiste em debater uma ideia em conjunto, vendo todos os aspetos: factos, emoções, criatividade, pontos positivos, pontos negativos e controlo. Existe um chapéu correspondente a cada um destes aspetos que acabei de mencionar e as pessoas são convidadas a colocar esse chapéu (não precisa de ser fisicamente). Quando colocam o chapéu só podem expressar as ideias correspondentes àquele chapéu: se for o chapéu preto, só podem falar dos pontos negativos da ideia e por onde é que ela pode correr mal; se for o chapéu vermelho só podem dizer o que sentem da ideia. A ideia é “colocar” todos os chapéus para obter um panorama completo de uma ideia ou projeto. Este método está explicado mais ao pormenor no livro de Edward de Bono “Os Seis Chapéus do Pensamento”.

Fonte: Google Fotos

O outro método é o do role play e consiste em cada pessoa “vestir” uma personagem e durante aquele tempo só agir como se fosse aquela personagem. Pode ser a personagem crítica que só ataca as ideias pelos seus pontos fracos; pode ser a defensora que defende a ideia através dos seus potenciais, etc.

Fonte: Google Fotos

A vantagem destes métodos é que permitem ver as potencialidades e fraquezas de uma ideia de forma mais imparcial.

Depois existe também o brainwriting, que são técnicas que se podem pôr em prática quando estamos sozinhos. Podemos escrever apenas o que nos vem à cabeça num papel, mas também podemos usar post its, em que escrevemos diversas coisas e depois colar numa parede ou numa mesa e ver as ideias mais claras – até podemos separá-las por cores. Também podemos aplicar o role play de forma a que consigamos primeiro só criticar, depois só ver os pontos fortes, etc. Outra ideia é o conceptboard, de que também já falei acima.

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Por último, depois de estarmos cheios de ideias fresquinhas e criativas, podemos precisar de as organizar e para isso podemos usar o mindmapping, que consiste em fazer uma espécie de mapa das nossas ideias, como está na imagem. 

Fonte: Pinterest

Links consultados: https://dicionario.priberam.org/criatividade

Artigo revisto por Ana Janeiro 

Fonte da foto de capa: Unsplash

AUTORIA

A determinada altura percebeu que o melhor era levar a vida com leveza e humor e isto está presente também na sua escrita. Contudo, como acontece a todos, às vezes também se sente confusa, mas escrever sobre o que está a sentir ajuda-a sempre a clarificar e arrumar as ideias na cabeça. Na ESCS Magazine encontrou um espaço onde pode escrever sobre vários temas que são do seu interesse.