DocLisboa: os filmes que ficam para a memória
Terminou, no dia 16 de outubro, mais uma edição do DocLisboa. O Festival Internacional de Cinema, que celebra a arte cinematográfica documental, comemorou 20 anos.
“Revisitar o Passado, Ampliar o Presente e Construir o Futuro” foi o mote da edição deste ano. Durante dez dias foram exibidos 281 filmes com 47 estreias mundiais e 28 estreias internacionais. O dia de abertura foi marcado pelo momento musical onde a música de Lula Pena foi protagonista.
A Date in Minsk, de Nikita Lavrestski, recebeu o Grande Prémio Cidade de Lisboa de Melhor Filme da Competição Internacional. Segundo o júri, o filme merece ser premiado pelo conceito cinematográfico, pela preocupação com temáticas atuais, pela autenticidade dos diálogos e todas as interpretações entregues.
It ‘s Party Time, do realizador Léo Liotard, venceu a Competição Transversal, o Prémio Revelação – Prémio Canais TVCine para Melhor Primeira Longa-Metragem. Já o Prémio para Melhor Curta-Metragem foi atribuído a May the Earth Become the Sky, de Ana Vîjdea.
A competição portuguesa contou com a apresentação de 12 filmes, oito deles em estreia mundial. Os cineastas produziram novas conceções daquilo que o público português conhece ao nível do cinema nacional. Apresentaram, assim, propostas que desafiam as diversas construções sobre a realidade, o espaço, o tempo, as memórias e os afetos.
Vexations, de Leonardo Mouramateus, e A Visita e um Jardim Secreto, de Irene M. Borrego, receberam o Prémio HBO Max para Melhor Filme da Competição Portuguesa. Segundo a organização do DocLisboa, “a própria arte surge nestes filmes como meio e como assunto, como ferramenta e como tarefa.” Para além disso, o filme da cineasta foi também vencedor do Prémio Escolas ETIC.
Memória, de Welket Bungué, foi galardoado com o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores do Júri da Competição Portuguesa, pela “celebração de legado e pela história que nos pode levar a descobertas encantadoras.” O Prémio Fernando Lopes – Prémio Midas Filmes e Doclisboa para Melhor Primeiro Filme Português foi para Home, Revised, de Inês Pedrosa e Melo, filme que “num tempo em que a imagem é viral, a ideia de pesquisa da arqueologia da imagem, que separa o voyeurismo das memórias coletivas.”
Em parceria com a Cinemateca Portuguesa, o festival apresentou ainda uma retrospetiva integral da filmografia de cinco décadas de Carlos Reichenbach, um dos impulsionadores do importante movimento do cinema brasileiro: o Cinema Marginal. Anjos do Arrabalde, um dos maiores sucessos de bilheteira do cineasta brasileiro, foi exibido duas vezes.
O festival orgulha-se ainda do projeto educativo que fomenta, uma vez que pretende tornar o cinema documental acessível a todo o público, funcionando, sobretudo, como uma ponte de contacto entre as pessoas e o mundo à sua volta. A organização do festival acredita que “ao mover-se dentro de eixos como multidisciplinaridade, acessibilidade, descentralização e experiência colectiva do cinema, o Projecto Educativo pretende tornar acessível o cinema documental para todas as pessoas, dos mais pequenos ao público sénior!”
“Acredito que uma iniciativa como esta é importante para cultivar o interesse da cultura tanto nacional como internacional.”
Testemunho de uma participante do DocLisboa
Fonte da capa: Galeria DocLisboa
Artigo revisto por Adriana Vicente
AUTORIA
A Mariana, estudante de jornalismo, nunca pensou que a sua vida iria tomar este rumo. Mas, recentemente, descobriu a sua paixão pela escrita e pela comunicação. Aventurou-se na escs magazine para sair da sua zona de conforto e atingir todos os seus objetivos. Curiosa e observadora acredita que este é o lugar certo para ela!