Música

Fever Dream – o novo álbum dos Palaye Royale

A banda dos irmãos Kropp, descrita pelos mesmo como uma composição em “partes iguais de brit-pop, glam rock e art-punk”, lançou, no passado dia 28 de outubro, o seu quarto álbum de estúdio. Fever Dream rapidamente recebeu críticas e reviews positivas, assim como apoio por parte dos fãs. À semelhança dos trabalhos anteriores da banda, os temas retratam eventos passados, tanto em grupo como individualmente, pelos membros. O seu tópico principal continua a ser a saúde mental.

A sessão de terapia de 53 minutos começa com Eternal Life – Intro e Eternal Life. A intro começa com um instrumental calmo e melódico. A voz de Remington acompanha esse ritmo por um momento, mas depressa ambos dão o salto até à sonoridade habitual da banda, fazendo um crossfade perfeito com Eternal Life. O vocalista aproveita logo a primeira música para mostrar o seu excelente range vocal, com um toque de screaming, dando vida às lyrics que se apresentam quase como um pedido de ajuda. Esta é, na minha opinião, uma das músicas com mais potencial do álbum.

A viagem continua para os singles anteriormente divulgados, durante a época de promoção do álbum.  Love In LA é provavelmente uma das obras mais catchy que os Palaye Royale já produziram e é uma crítica à falsidade que a indústria e a fama têm ao seu redor. Punching Bag é, assim como o primeiro tema, um dos pontos altos do álbum, com linhas perfeitas em qualquer um dos instrumentos. As lyrics de Broken remetem, de facto, a um heartbreak. Fever Dream, o tema que dá nome ao álbum, é quase  um resumo de tudo aquilo que esta banda consegue fazer. Não só a voz rouca do vocalista dá uma atmosfera de outro mundo à música, como também os riffs das guitarras e o crescendo que se sente ao longo dos cinco minutos. Para quem é fã de My Chemical Romance, este tema vai fazer transbordar toda a nostalgia da icónica Welcome to the Black Parade.

Line It Up surge com uma colaboração com LP (voz da famosa música Lost on You) e narra o crescimento destes três irmãos e os contratempos que a vida lhes impôs. Toda a construção desta lenta balada transparece na perfeição a dor, as inseguranças e os medos de não ter uma vida satisfatória. “I’d rather die than live my father’s life and pretend like I’m satisfied.”

Toxic in You é o tema mais upbeat deste trabalho e volta a tocar na temática das inseguranças. Em Wasted Sorrow o baixo torna-se mais audível do que no resto do álbum, dando-lhe um toque mais groovy e, com uma letra forte, encoraja os ouvintes a não desperdiçar a sua vida. Paranoid é mais um dos singles já conhecidos pelo público.

Se até agora nada vos levou às lágrimas, Oblivion provavelmente vai mudar isso. Destaca-se por ser muito mais calma e lenta do que qualquer uma das músicas até agora, acompanhada pelo piano e pelos riffs bastante softs de guitarra acústica. Extravasa emoção, mostrando-nos o sentimento de estar encurralado e, ao mesmo tempo, inconsciente daquilo que se passa à nossa volta. 

Apesar de todos os altos e baixos na vida dos artistas, Lifeless Stars traduz o sentimento de superação e otimismo. King of the Damned faz-nos regressar à energia do álbum anterior da banda, The Bastards.
A obra termina da forma que começou, com Off With The Head e Off With The Head – Outro. O instrumental é forte e consistente, enquanto Remington canta acerca da pressão e exigência que outras pessoas exercem sobre eles, fazendo-os crer que qualquer coisa que façam será um erro. Com a outro, o ritmo vai acalmando, assim como as vocais que mostram agora um lado esperançoso: “They say we all fall down. Why don’t they know by now? We won’t go down.”

É seguro dizer que este é um dos trabalhos mais fortes dos Palaye Royale até agora, ainda que a qualidade e unicidade da banda seja indiscutível desde o primeiro momento. Sempre fiéis ao seu estilo e ao conceito em torno da própria imagem da banda, os três irmãos vão assim conquistando cada vez mais público. A sua tour europeia começa já no início do próximo ano e tem paragem em Lisboa! Podes agarrar já o teu bilhete para o dia 17 de Fevereiro aqui: https://ticketline.sapo.pt/evento/palaye-royale-yonaka-66300/sessao/90309_3370_1676667600 

Fonte: Prime Artists

Fonte da capa: Twitter

Artigo Revisto por Daniela Leonardo

AUTORIA

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A Joana encontra-se na junção do perfeccionismo e da ambição. Natural de Beja, sempre quis ter um papel ativo na indústria da música. Mudou-se para Lisboa para estudar Publicidade e Marketing, adaptando os conhecimentos adquiridos à sua área de interesse. Claramente não deixou para trás o seu amor pela escrita, fazendo convergir as duas paixões na secção de música da ESCS Magazine.