Literatura

Livro da semana: O Rapaz da Porta ao Lado

Depois dos vários livros de “O Diário da Princesa”, adereçados ao público feminino pré-adolescente, Meg Cabot trouxe-nos “O Rapaz da Porta ao Lado”, mais indicado para um público também feminino, mas já mais “crescido”. Divertido, romântico, uma promessa de umas horas bem passadas.

O livro conta-nos a história de Melissa Fuller, colonista de mexericos em Nova Iorque, constantemente atrasada, que encontra a vizinha, a Sra. Friedlander, quase morta, “vítima de um ataque brutal”. Mel fica decidida a descobrir quem fez tal coisa, e o seu novo vizinho, o sobrinho da Sra. Friedlander, vai merecer a sua especial atenção – como suspeito e como potencial parceiro romântico.

A ideia em si é boa, e está muito bem explorada; mas o que torna o livro realmente diferente e especial é a forma como está escrito. A história é narrada através dos e-mails trocados pelas diferentes personagens, de forma a que temos acesso às peripécias, às intrigas, às suas opiniões… E isso é feito de forma complexa: umas vezes o mesmo acontecimento é descrito de maneiras completamente diferentes conforme quem o conta; outras podemos ficar intrigados com o comportamento de uma personagem para o percebermos logo de seguida quando esta o explica a outra pessoa, o que acaba por reflectir a realidade. De qualquer maneira, somos sempre levados às gargalhadas.

Esta estrutura permite-nos também conhecer diferentes personagens, com personalidades completamente distintas e que, secundárias ou centrais, são essenciais para a história. Cada uma é tratada individualmente, tendo o seu próprio estilo de escrita, como escrever em maiúsculas, assinar com “XXXOOO”,… Todos estes pormenores são admiráveis, demonstram uma enorme criatividade e provam aquilo de que Meg Cabot é capaz enquanto escritora.

“O Rapaz da Porta ao Lado” foi publicado em 2002 pela Bertrand Editora e tem a melhor característica que um livro pode ter: mantém-nos presos da primeira à última página.

AUTORIA

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