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“No Chão, Não” na luta contra as beatas no chão

Os cinzeiros portáteis da marca “No Chão, Não” são o mais recente negócio de Diana Gomes. Finalista do curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), Diana sempre teve interesse por empreendedorismo – “sempre quis ter um negócio meu” -, mas faltava encontrar a ideia perfeita. Com a preocupação ambiental como mote, o projeto “No Chão, Não” surgiu para diminuir o número de beatas deitadas na via pública. No seu último ano de Licenciatura, Diana decidiu pôr mãos à obra e fazer a diferença no mundo.

A ideia de Diana surgiu durante uma conversa com os pais. Ambos fumadores, partilhavam com a filha que a maior dificuldade era encontrar locais para depositar as beatas. Diana Gomes, em entrevista para a ESCS Magazine, acredita que o maior problema “é a falta de opções que as pessoas têm para mudar essas atitudes”. A lei que impunha uma multa para as pessoas que deitassem as beatas no chão apenas intensificou mais a ideia de que existe um problema prévio: “a falta de caixotes e cinzeiros nas ruas”.

O projeto “No Chão, Não” surgiu como “uma alternativa que pudesse facilitar a vida às pessoas, no sentido de que, se tivessem um local onde guardar as beatas até as poderem depositar noutro sítio, isso iria automaticamente diminuir a quantidade de beatas que vemos no chão”, explica a fundadora do negócio. O “No Chão, Não” é , então, uma marca de cinzeiros portáteis, feitos em PVC/Alumínio, facilmente laváveis e reutilizáveis.

Para a aluna de Jornalismo, o lugar da beata “nunca deve ser no chão, porque não são biodegradáveis e estão a contribuir para a poluição dos solos e dos mares”. Diana luta por uma mudança de atitude. 

No entanto, esta mudança não é fácil – “Tal como todas as coisas novas que vêm romper um bocadinho os paradigmas que existem e como é um produto ao qual as pessoas não estão habituadas, há sempre o desafio de tentar passar a mensagem de forma a que seja algo que as pessoas achem útil e que desejem adquirir”.

Legenda: Os cinzeiros portáteis, feitos em PVC/Alumínio, facilmente laváveis e reutilizáveis
Fonte: No Chão, Não

Desde que o projeto nasceu, Diana tem vendido os cinzeiros portáteis, especialmente online, através da sua página de InstagramNo Chão, Não.  A par e passo, a fundadora tentou expandir-se para pontos de venda físicos. Contudo, deparou-se com outro desafio – a falta de adesão por parte de quiosques e lojas físicas. “Não é um produto que estejam habituados a vender nem é um produto que tenha muita procura, porque acham que não há ou inicialmente não veem a necessidade”, reconhece Diana.

O pensamento destas pessoas acaba por ter consequências ambientais nefastas. Para Diana, “logo à partida, isso deveria partir das entidades governamentais, das Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesias, para que este problema fosse, pelo menos, diminuído”.

Apesar de estar a criar atitudes favoráveis para o meio ambiente com os seus cinzeiros portáteis, Diana ainda não está totalmente satisfeita com o seu produto. Para o futuro, a empreendedora pretende “criar cinzeiros que não sejam só reutilizáveis, mas que sejam de materiais mais sustentáveis que não envolvam plástico e que sejam biodegradáveis”. Esta mudança implica meios financeiros e logísticos que Diana ainda não tem de momento. No entanto, já começou a consolidar as suas ideias para avançar – o bambu talvez possa ser o futuro dos cinzeiros portáteis.

Até chegar a este fim, Diana não desanima e incentiva todas as pessoas a criar a sua própria ideia – “acho que arriscar é sempre uma boa solução, porque pode dar muito certo e ajudar muitas pessoas e o nosso planeta”.

Legenda:  Diana Gomes, fundadora do projeto “No Chão, Não”
Fonte: Diana Gomes

Diana não se ficou apenas pelo seu negócio de cinzeiros portáteis e foi mais além. Quase ao mesmo tempo do “No Chão, Não”, criou também a “Second Change Store”, baseado também na preocupação ambiental. A Second Change Store é uma loja de roupa em segunda mão, onde recolhe roupas, tanto próprias como de outras pessoas, e vende-as a preços mais reduzidos.

A fundadora destes dois projetos acredita que “cabe a cada um de nós fazer aquilo que está ao nosso alcance para melhorar o planeta onde vivemos”. A Diana já fez a sua parte e tu?

Artigo revisto por Ana Cardoso

Fonte da foto de capa: No Chão, Não

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