Literatura

O poder do revisor na Literatura

A comunicação escrita já existe na vida do Homem há muitos, muitos anos. Desde a escrita em paredes, manuscritos, máquinas de escrever e atualmente em computadores, esta forma de expressão não podia deixar de ser tão importante. 

Já se questionaram como seria a vida sem a escrita? Não existiriam livros e cartas,  nem mesmo mensagens textuais. Só existiria o desenho e a oralidade. Como iríamos suportar isso? 

Como a escrita existe e é muito bem conhecida por todos, é um bem essencial a que recorremos diariamente, seja para escrever uma SMS, seja para deixar um recado ou escrever uma dissertação. A escrita é usada em vários aspetos da nossa vida. Então, porque é que temos tão pouco cuidado com ela? Por que motivo não gostamos de escrever bem? Ou aliás, por que motivo não nos importamos se escrevemos bem ou mal? 

Todos nós cometemos erros, verdade seja dita. Todos podemos ter lapsos e deixar escapar um erro ou outro. Por isso mesmo, existe a profissão de revisor de texto. Este revisor é mais requisitado para rever livros, mas as pessoas já recorrem muito ao seu trabalho para meios de comunicação social ou até mesmo para dissertações ou outros trabalhos académicos. 

É importante referir que existem três tipos de revisão: a revisão linguística, a revisão de conteúdo ou ambos. Normalmente, quando é atribuído um trabalho a um revisor, deve estar estipulado, desde o início, que tipo de revisão é que o escritor quer. 

Na revisão linguística, o revisor apenas se deve focar no aspeto da língua portuguesa e da escrita. Na revisão de conteúdo, apesar de ser muito menos frequente (porque o trabalho do revisor é rever a escrita), o revisor deve conferir se todo o conteúdo é verídico, por exemplo, se as datas coincidem com os acontecimentos que são falados. O mais frequente é ser feita a revisão de ambos: da escrita e do conteúdo. Desta forma, o autor garante que o seu trabalho é publicado a 100%. Na revisão de escrita e de conteúdo, o revisor deve rever todos os aspetos do texto, podendo levar vários dias ou até mesmo semanas para que tudo esteja de acordo. 

Na Literatura, podemos ter três tipos de revisão que devem ser tidos em conta: a revisão de um livro português; a revisão de um livro traduzido ou a não revisão. 

Quando o livro é da língua nativa do país, neste caso, português, o trabalho de escrever o livro é do autor/escritor e o trabalho de revisão é do revisor. Através desta escala, o conteúdo tem o dever de estar muito bom, mas aceita-se que o escritor não se preocupe a 100% com a escrita. O revisor contratado pela editora ou pelo próprio escritor deve ser responsável por deixar a escrita impecável para fazer jus ao conteúdo. 

Quando o livro é estrangeiro e é traduzido para a língua portuguesa, o ideal é ser traduzido por um tradutor e revisto por um revisor ou ser traduzido e revisto por um tradutor, desde que este tenha as capacidades e conhecimentos necessários para o fazer. A verdade é que a maioria das editoras não tem possibilidades financeiras para contratar várias pessoas e, por isso, o tradutor é responsável pela tradução e revisão do livro traduzido. A grande dificuldade neste caso é que não existe contacto com o autor estrangeiro e, por isso, quando existe a revisão de conteúdo ou até mesmo de escrita é mais complicado perceber se a revisão está a ser feita de acordo com o que o autor tinha em mente ou não. 

No entanto, em algumas circunstâncias, o livro não tem nenhuma revisão de escrita, nem de conteúdo. Nestes livros publicados são muitas vezes encontradas gralhas e erros de distração ou até mesmo de falta de conhecimento.

A maioria das pessoas pode não detetar erros mais complexos, mas a verdade é que todos nós conseguimos perceber se o autor e a editora tiveram o cuidado necessário ao escrever, editar e publicar o livro. Ninguém gostaria, penso eu, de comprar um livro e o conteúdo perder a sua qualidade pelo facto de a escrita não estar a 100%. 

Fonte da Imagem de Capa: Rita Asseiceiro

Artigo revisto por Constança Lopes

AUTORIA

+ artigos