O Italiano de Jamie Oliver
Mesmo junto ao Jardim do Príncipe Real, uma das principais áreas gastronómicas de Lisboa, encontra-se o Jamie’s Italian, um dos restaurantes que integra o franchise mundial do famoso chef Jamie Oliver.
Jamie Oliver é conhecido pelos seus dotes culinários e pela sua forte presença televisiva, presença esta que marcou o início da ascensão dos programas de culinária nas televisões e no quotidiano do espectador. O chef britânico está também fortemente associado a algumas missões sociais como o processo de reeducação alimentar, que concretizou ao longo de várias cantinas escolares no Reino Unido, ou a contratação de jovens empregados com baixos rendimentos, para orientação profissional nos seus restaurantes.
O trabalho que desenvolveu ao longo dos anos, no meio televisivo, através dos seus programas, e nos seus livros, destacou-se pela partilha de todo o tipo de receitas e pelas várias vertentes culinárias que o chef seguia, desde o aproveitamento das sobras que estão no frigorífico até à confeção dos mais requintados pratos. Oliver sempre se destacou pela honestidade, acessibilidade e descomplicação do processo culinário, partilhando inúmeras dicas para ajudar o seu público a potencializar as suas habilidades e perceber que o ato de cozinhar não deve ser apenas uma questão de sobrevivência ou um tormento.
A gastronomia italiana, pela qual o chef confessa um gosto especial especial, exerce uma forte influência na sua culinária, em especial nos restaurantes da sua autoria que se encontram espalhados ao longo do globo, não sendo Portugal uma exceção.
Jamie’s Italian, ou “Italiano do Jamie”, é o nome do restaurante que evidencia todas estas características previamente mencionadas, ilustrando o quadro perfeito da cozinha italiana sob direção britânica.
O espaço em si é muito agradável e acolhedor desde a receção decorada com as obras literárias do chef, que transmitem imediatamente a sensação de apadrinhamento do sítio, passando pelo bar até ao balcão, que apresenta uma decoração claramente italiana com alhos, cebolas, pimentas e presuntos pendurados sobre a superfície que antecede o forno tradicional onde são confecionadas as pizzas.
O restaurante apresenta uma variada seleção de bebidas, com especial destaque para os vinhos, italianos e portugueses, e os cocktails, que compõem a maioria do menu, destacando-se o Aperol Spritz (o clássico de Itália), o Brownie Martini e o Espresso Martini (inserido numa secção especial de cocktails sobremesa).
O menu apresenta também entradas fenomenais, das quais se destacam os “Bellissimo Breads” (a tradicional couvert de pães italianos), que incluem uma focaccia caseira maravilhosa e uma tapenade de azeitona preta e tomate seco única; os “Ultimate Garlic Buns”, pães de alho redondos e fofos, totalmente diferentes daquilo a que se está habituado; e as “Squid Fritti”, uma das mais cobiçadas entradas do restaurante, composta por lulas fritas e maionese caseira. À partida esta última pode parecer aborrecida ou banal, mas é, de facto, muito boa.
Os pratos principais partem de uma seleção de massas, pizzas, grelhados, entre outros, destacando-se a “Beautiful Oxtail Lasagne”, uma lasanha de ragù de rabo de boi (preparado em 12 horas de cozedura lenta) absolutamente divina devido à maciez e textura da carne, que não costuma compor uma lasanha normal; ou o “Famous Prawn Linguine”, que aparenta ser uma clássica massa com camarão, mas que, com o sabor refrescante do funcho e uma boa dose de pimenta por cima, pode confortar um bom paladar.
As sobremesas são também um dos pontos altos da refeição, destacando-se a “Rasperry Rippled Pavlova”, composta pela doçura suave do suspiro e por diversas coberturas de framboesa e mel, o que lhe confere um sabor fresco e exótico; ou o “Amalfi Lemon Meringue Cheesecake”, que é nada mais nada menos do que uma fatia de cheesecake de limão descomunalmente grande, com compota de groselhas e uma alta camada de merengue, que requer um bom estômago pós-refeição para aguentar, mas é maravilhosa.
Posto isto, retém-se que o restaurante acaba por ser um espaço ideal não só para refeições, mas também para comer uma sobremesa e beber um copo no final da noite, parecendo-me a segunda opção mais indicada, pelo simples facto de a seleção de cocktails constituir o item com mais variedade e artisticidade de ambos os menus (bebidas e comidas) e das sobremesas serem todas muito exigentes (pesadas) para terminar uma refeição completa mas demasiado interessantes para as excluir da mesma.
A confeção da comida não deixa nada a desejar, contudo a seleção de pratos do menu não me pareceu tão apelativa como a de outros estabelecimentos. O foco está definitivamente nas entradas, nas massas e nas carnes, sendo que a qualidade dos restantes pratos não os deixa imediatamente de lado. Para um restaurante italiano achei os ingredientes que compõem as pizzas pouco diferentes, o que me chocou, pois o trabalho do Jamie Oliver sugere sempre vários twists nas comidas tradicionais.
Fonte da capa: A próxima viagem
Artigo revisto por Julia Gibelli
AUTORIA
Apesar de ser Pedro todos lhe chamam Alexandre, embora ele assine sempre com os três nomes (“porque é mais chique”).
Ingressou no curso de RPCE, porém a paixão pela escrita despertou-lhe o interesse em áreas como o Jornalismo, querendo manter desta forma um vasto leque de opções profissionais para o seu futuro, sobre o qual ainda não se decidiu concretamente. A sua personalidade extrovertida e a sua ambição são aspetos que o caracterizam e o impulsionam diariamente a dar o melhor de si em tudo, sonhando com um futuro promissor. Quando confrontado com a oportunidade que a ESCS Magazine lhe providenciou, não pensou duas vezes antes de se inscrever e tenciona tirar o melhor partido possível deste novo desafio.