Editorias, Opinião

“Tecnovirose” is on fire

Eu nasci em 1995 e sinto que a sociedade nos tem tornado robots teleguiados pela tecnologia e pela comunicação de massas. A tecnologia traz toda uma panóplia de vantagens em termos de comunicação mais rápida e eficiente, diálogo com pessoas que não conhecemos (se for a pessoa correta), acesso a todo o tipo de informações, aumento da cultura geral e da difusão dos países ou de outro tipo de contextos que contribuem para o diálogo intercultural.

Por outro lado, num piscar de olhos, deparamo-nos com imensas desvantagens tais como a insegurança, os boatos, a publicidade abundante, os supostos corações partidos por relações “à facebook” ou via Bluetooth com a troca de fotografias intimamente desnecessárias. Antigamente, num mundo sem tecnologias mais avançadas que a própria espécie humana, o contacto era feito através de cartas ou meramente cara-a-cara e será que alguém se sentiu sozinho? As pessoas tinham a sua proteção em casa mas agora será que têm o mesmo tipo de segurança? As empresas de sucesso já viviam no auge muito antes de ter chegado a tecnologia. E agora? Será que não conseguem viver sem ela?

Eu próprio me revejo na situação de estar rodeado por tecnologia; vejam que antigamente os artigos eram escritos a papel e eu estou a escrever no computador, mais propriamente no programa Word, enquanto ouço música do Spotify devido ao Wi-fi que me “oferece” Internet (proveniente do Router instalado pela Vodafone), com o telemóvel ao lado a carregar. Era aqui que eu queria chegar: será que a nossa vida necessita de tanta tecnologia?

Por vezes parece que o nosso coração bombeia megabytes em vez de glóbulos, que respiramos kilobytes em vez de oxigénio e que guardamos as nossas memórias em PDF em vez de ser no nosso cérebro. De modo a reforçar a ideia de pensamento que tenho, nada melhor do que fornecer dados estatísticos sobre este tema, nomeadamente: em 1997, 6,3% da população portuguesa utilizava a Internet e, em 2014, 64% da população portuguesa utilizavam a internet, sendo que, dessas 5,5 milhões de pessoas, 4,7 milhões utilizavam-na para aceder ao facebook e a outras redes sociais (dados retirados do site “Observador”).

São números astronómicos, é verdade, visto que num, país tão pequeno, comparado com muitos outros, mais de metade aderiu à “febre do facebook” ou à “tecnovirose”. Mas não fiquemos por aqui: os smartphones tornaram a nossa vida diferente; prova disso é que, em 2014, 46,4% da população portuguesa usufruía dos mesmos em inúmeras situações do dia-a-dia e, se traduzirmos esta percentagem em euros, são mais de 123 milhões de euros gastos (segundo um estudo feito pela Marketest).

A tecnologia é necessária na sociedade em que vivemos, até porque na medicina, ciência, física, química, marketing, publicidade, entre muitas outras disciplinas/contextos, o seu contributo é importantíssimo; muitas vezes nos deparamos com “milagres” decorrentes da sua utilização. Contudo, temos de ter cuidado não só com o uso excessivo mas também com a forma de utilização, uma vez que através da tecnologia podemos provocar o aparecimento de doenças humanas (por exemplo, problemas visuais), vírus informáticos (por exemplo, “cavalo de tróia”), problemas sociais (por exemplo, cyber-bullying), entre muitas outras desvantagens.

O Pedro escreve com o Novo Acordo Ortográfico.

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