Tuna M’isto transmite sabedoria popular
O Tuna M’isto – um dos maiores festivais de tunas de Lisboa – regressou ao palco da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) no sábado, dia 30 de Maio, para a sua 19ª edição, tendo como tema deste ano “Sabedoria Popular”. As tunas que participaram foram: escstunis (da ESCS), fortuna (da Nova School of Business and Economics), taiscte (do ISCTE), tmist (do Instituto Superior Técnico) e tuna médica de Lisboa (da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa).
Por volta das 20h30, já várias pessoas se juntavam perto do Auditório Vítor Macieira e pareciam bastante entusiasmadas. “Já passei por uma tuna mista, por isso estou à espera de um grande espectáculo; é sempre bom recordar os bons tempos da universidade”, disse Rui Ribeiro, que tocara flauta transversal na tuna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e vem agora assistir à actuação do seu sobrinho. Já Carla Dias, que vem ver o seu filho atuar, disse “Espero é que seja bom!”. Inês Lucas, membro da escstunis, admite estar cansada com a preparação do evento e dá a sua opinião sobre o que é para si a sabedoria popular: “É aquela que te parece que já nasces com ela, que toda a gente conhece e que vai passando de geração em geração”.
As portas do auditório abriram às 21h15 e o público foi entrando calmamente e com um sorriso na cara; a maior parte das pessoas eram pais e avós, que foram encaminhados pelos organizadores para os seus lugares marcados.
O evento teve início às 21h40, quando começou um teatro, que acompanhou todos os intervalos entre as actuações das tunas e que é sobre um casal idoso, cujo rádio passava, na estação Antena Cacofónica, o Tuna M’isto.
Em primeiro lugar veio fortuna, que começou por cantar Sara Tavares e depois três originais – “Amanhece o cais”, “Uma bica” e “Ala para a rusga”, intercalando com mini-teatros sobre alguns provérbios populares, como “dinheiro não traz felicidade” e “para grandes males, grandes remédios”. Tmist apresentou alguns temas, como “Foz do Tejo”, entre outros. A tuna médica de Lisboa fez também algumas representações, brincando com termos de medicina, com cenas que se iam passando no consultório do Dr. Vasquinho; apresentou temas como “Barbeiro de Sevilha”, “Mulher dos cais” e um medley chamado “Canção de Lisboa e fado”. A taiscte também fez uns mini-teatros, que se passavam numa aldeia, mostrando alguns provérbios, e tocou “De tudo e nada”, “Ode lusitana” e “Noite de Santo António”.
Por último, a escstunis actuou, com os temas “Cacilheiro”, o instrumental “Príncipe do Egito”, “Teu sorriso”, dedicada a Artur Machado, que fazia anos, “Desfolhada”, “Vida Boémia” e “Olha a escstunis”, o hino que os representa e para o qual foram chamadas ao palco todas as pessoas dessa tuna para o tocarem em conjunto.
E, no fim, ocorreu a entrega de prémios, sendo que: o Melhor Original foi para a fortuna, tal como o Melhor Instrumental, o Melhor Arranjo Vocal (um novo prémio, criado este ano) e o Tuna Mais Tema (que é atribuído à que representou melhor o tema deste ano, “Sabedoria Popular”); o prémio de Melhor Estandarte foi para a taiscte; e a tuna médica de Lisboa foi a que arrecadou mais, recebendo seis – a Melhor Serenata (da noite anterior), a Melhor Adaptação, o Melhor Solista, a Melhor Pandeireta, o de Tuna do Público (escolhido pelo público) e o de Melhor Tuna. O prémio Tuna Mais Tuna foi entregue na festa que ocorreu a seguir.