Renato Paiva: o português que rejeitou equipas da Liga NOS é mais um a “carburar” na América do Sul
Natural de Pedrógão Pequeno, Castelo Branco, Renato Paiva é o mais recente treinador português a começar a sua carreira profissional ao mais alto nível fora do nosso país. Atualmente, lidera os equatorianos do Independiente del Valle e já está a deixar a sua marca.
Depois de 17 gloriosos anos ao serviço do Sport Lisboa e Benfica, passando pelos escalões de formação até chegar à equipa B, o técnico aceitou a proposta do clube equatoriano. Como o mesmo já referiu em diversas entrevistas, quis dar o salto para o futebol profissional e encabeçar todo um projeto desportivo muito bem pensado e delineado: apostar em jogadores jovens, potenciá-los e praticar um jogo ofensivo e atrativo, ao qual já nos vem habituando.
De momento, à 8ª jornada do campeonato equatoriano, o Independiente del Valle ocupa a 3ª posição, a 2 pontos do primeiro classificado. A equipa de Renato Paiva conseguiu, recentemente, passar à fase de grupos da Taça dos Libertadores, eliminando o favorito Grémio, com dupla vitória por 2-1. Esta conquista gerou alguma surpresa na imprensa internacional pelo feito alcançado e, sobretudo, pela forma como ganhou a eliminatória. Mantendo-se fiel aos seus princípios e às suas ideias de jogo, conseguiu eliminar o já tricampeão da Taça dos Libertadores e, seguramente, lutará pela conquista do campeonato equatoriano, algo que seria inédito no clube. Em termos de títulos nacionais, o Independiente del Valle conta com títulos de campeão nacional das 2ª e 3ª divisões. Em termos internacionais, conta já com 1 Copa Sul-Americana, conquistada em 2019. Conta ainda com a presença na final da Taça dos Libertadores de 2016, onde perdeu perante os colombianos do Atlético Nacional.
Recentemente, Jorge Jesus (Flamengo), Jesualdo Ferreira (Santos), Ricardo Sá Pinto (Vasco da Gama) e Abel Ferreira (Palmeiras) são outros treinadores portugueses que aceitaram trabalhar no continente sul-americano. Todos estavam em situações diferentes nas suas respetivas carreiras. Renato Paiva está a dar os primeiros passos no futebol de alta competição, não esquecendo que liderou a equipa B do Benfica por 13 jogos. O técnico usará, com certeza, este projeto para se mostrar ao mundo do futebol e, assim, impulsionar a sua carreira, de maneira a voltar ao futebol europeu.
O treinador luso admite ter tido convites de equipas da Liga NOS, mas confessou serem pouco ambiciosos para as suas pretensões. Eram projetos cujo objetivo era a manutenção e Renato Paiva queria um projeto para ganhar. Com isto, preferiu abandonar o seu país e ir em busca de um novo desafio, num clube com condições diferentes, numa liga diferente, num país com uma cultura diferente.
À semelhança de treinadores como Carlos Carvalhal (Sheffield Wednesday e Swansea), Marco Silva (Hull City e Everton), Paulo Fonseca (Shakhtar Donetsk e Roma) e Luís Castro (Shakhtar Donetsk), Renato Paiva é mais um treinador português espalhado pelo mundo em busca de constantes aprendizagens e vitórias, sem nunca deixar a sua marca – marca portuguesa, vitoriosa, digna e audaz. Isto porque, para além de grandes treinadores, são grandes homens. E o futebol precisa de grandes homens. É uma questão de tempo até vermos Renato Paiva noutros palcos.
Artigo revisto por Andreia Custódio
AUTORIA
Sou amante de futebol desde que me lembro, mas não descarto nenhum desporto. Ambiciono ser Jornalista Desportivo, falando do jogo e quero deixar a minha marca nesse sentido. Gosto de me refugiar em séries e livros, o que me permite adquirir conhecimentos de forma contínua. Para além disso, nunca nego um bom convívio e ver o pôr-do-sol na praia dá-me bastante tranquilidade.