Moçambique e a calamidade instaurada devido às eleições
Foi no passado dia 9 de outubro que aconteceram as eleições em Moçambique, onde Daniel Chapo e Venâncio Mondlane eram os principais candidatos. Após 3 semanas de espera, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou os resultados: Chapo venceu com 70% dos votos, enquanto Venâncio obteve 20% dos votos.
O partido da oposição negou o resultado destas eleições e Venâncio convocou greves e manifestações, que se alastraram país afora. Estas começaram por ser pacíficas, porém logo se tornaram violentas. A polícia e os militares responderam na mesma moeda, e começou assim um período de caos no país.
Há muito tempo que os Moçambicanos se sentem revoltados pela situação que o seu país vive, e a derrota de Venâncio foi a gota de água para eles. O partido de Chapo, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), está no poder desde a independência do país (1975) e em todas as eleições que ganhou foi acusado de fraude eleitoral. Com a FRELIMO, a crise económica tem vindo a aumentar, assim como os níveis de pobreza. Venâncio apresentava-se como uma alternativa ao regime e uma salvação para os moçambicanos.
Agora, o país vive num clima de intensa instabilidade: com manifestações violentas, assassinatos políticos, saques a estabelecimentos comerciais e uma forte violência policial. Ainda que esta tenha sido a vitória com maior margem da FRELIMO, as acusações de adulteração dos resultados têm sido constantes. Venâncio teve de sair do país com medo pela vida, contudo apela a que os manifestantes continuem a lutar pela sua causa – a de um país justo.
Quase dois meses após as eleições, as manifestações continuam pelo país. Quase uma centena de pessoas morreu e outras duas centenas ficaram feridas. Existiram mais de mil detenções entre 21 de outubro e 21 de novembro. A violência parece que não vai parar e os Moçambicanos apenas querem duas coisas: justiça eleitoral e paz.
Fonte da capa: Público
Artigo revisto por Liliana Braz
AUTORIA
A Patrícia tem 19 anos, vem de Cascais e está no primeiro ano da licenciatura de jornalismo na ESCS. Desde pequena que é curiosa e apaixonada por saber de tudo um pouco. A sua vertente tímida fez com que ela se refugiasse na escrita, onde poderia ser ela mesma. Os seus gostos são variados, desde o desporto até à música, passando pelo gosto por videojogos. Está muito entusiasmada por conseguir entrar na ESCS Magazine, sítio onde poderá mostrar um pouco de si e aprender ainda mais sobre a sociedade e as suas vertentes!