Presidenciais 2026 - Magazine x FM x E2

Manuela Magno: “Os portugueses têm o direito de ser informados a cada momento”

Com as eleições presidenciais de 2026 à vista, a ESCS Magazine, a ESCS FM e o E2 uniram-se para dar a conhecer os candidatos que ambicionam ocupar o mais alto cargo da República Portuguesa. Entre eles está Manuela Magno, professora, maestrina e ex-candidata presidencial, que regressa agora à corrida com um mote claro: “Cidadania ativa, por Portugal, na Europa e no mundo.”.

Sobre Manuela Magno…

Nascida em 1953, em Lisboa, Manuela Magno licenciou-se em Física Nuclear, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e seguiu Estudos Avançados em Música, na Universidade de Columbia.

É reconhecida pelo seu trabalho em música, na educação e na justiça social, e lidera iniciativas em Portugal e Timor-Leste.

O seu caminho cruzou-se com a política em 2006, quando decidiu apresentar uma candidatura independente à Presidência. 

“Na altura, o meu gesto era afirmação de cidadania. Consegui o apoio de 7.750 cidadãos, quando o mínimo era 7.500. Provar que uma cidadã independente conseguiu entregar um processo de candidatura foi uma experiência fantástica”.

Fonte: Manuela Magno

Três anos depois, apresentou-se como candidata independente e cabeça de lista pelo Círculo Único Nacional às Eleições Europeias pelo Partido Humanista. Hoje, filiada ao Volt Europa, volta a candidatar-se com mais maturidade e um propósito renovado. 

“Neste momento tenho mais 20 anos de experiência e a convicção de que é importante que alguém como eu seja candidata”.

O regresso à corrida presidencial

O regresso de Manuela Magno à corrida presidencial é um apelo à participação cívica, que, nas suas palavras, deve ser conseguida por meio de “uma presidência que una ética, empatia e ação”. A candidata sublinha que o seu principal objetivo é despertar o interesse e o envolvimento dos cidadãos nas decisões públicas

O que significa uma  “Cidadania ativa, por Portugal, na Europa e no mundo” ?

O lema da candidatura de Manuela Magno sintetiza o seu projeto político e pessoal. Mais do que uma frase de campanha, é uma forma de pensar o papel dos portugueses dentro e fora do país:

Quando digo cidadania ativa, enquanto presidente da República, tenho as condições ideais para estimular a participação ativa dos cidadãos na solução dos problemas. Quero envolver todos, incluindo portugueses que vivem fora do país, que muitas vezes são esquecidos”.

A experiência internacional de Manuela Magno, que passa pelos EUA, Holanda e Timor-Leste, moldou a sua visão do que é ser portuguesa e viver fora de Portugal. Para a candidata, o país deve continuar a afirmar-se no mundo através da cultura, educação e solidariedade.

Manuela Magno propõe uma definição de cidadania ativa que transcende o voto ou a crítica: “É participar, propor, construir soluções em conjunto. É assumir que cada pessoa tem um papel a desempenhar no rumo coletivo do país”.

O lema da sua campanha compreende não só a dimensão nacional, mas também a internacional: a expressão “por Portugal” reflete a vontade de contribuir para o desenvolvimento e coesão do país, enquanto que “na Europa e no mundo” revela a dimensão além-fronteiras da sua visão. 

Equipa presente na entrevista | Fonte: Susana Roldão

“Temos milhões de portugueses e lusodescendentes espalhados pelo mundo, que continuam a ser parte da nossa comunidade. Quero que se sintam integrados, ouvidos e participantes. A cidadania não deve ter fronteiras”.

Manuela Magno acredita que o futuro da democracia portuguesa passa pela articulação entre o local e o global, um país mais participativo em casa e mais presente no mundo: “Portugal só tem a ganhar se os seus cidadãos forem informados, críticos e ativos, quer vivam em Lisboa, em Paris ou em Nova Iorque”.

Os cinco pilares que resumem o seu pensamento político:

Ação versus resignação: 

A candidata entende que o país precisa de cidadãos mais proativos e menos conformados:Os portugueses são muito rápidos a criticar, e devem criticar, mas muitas vezes param aí. Eu digo sempre: tudo bem, tem razão nas críticas, mas o que é que já tentou fazer para mudar? […] A mudança começa quando deixamos de dizer que não vale a pena”.

Empatia versus egotismo: 

Manuela Magno acredita numa política guiada pela empatia e não pela vaidade, em que a motivação para o envolvimento na vida pública não assenta na superioridade, mas sim na crença de que se consegue gerar empatia e escutar o outro. 

Pedagogia versus demagogia:

Professora durante grande parte da vida, Manuela Magno valoriza a educação e o esclarecimento dos cidadãos: A pedagogia não é só ensinar: é estimular a curiosidade e o interesse. A política precisa dessa pedagogia e não de demagogia – que é dizer apenas aquilo que as pessoas querem ouvir”.

Realismo versus populismo: 

O realismo constitui-se imprescindível numa posição de liderança. Para a candidata, populismo consiste em prometer aquilo que se sabe que não é possível cumprir, ao contrário de uma política assente no realismo, que visa dizer a verdade, mesmo quando é difícil. Manuela Magno lamenta que muitos políticos queiram sempre ter respostas prontas, quando o mais honesto seria admitir que certos problemas são complexos e exigem reflexão.

Alegria versus amargura: 

Para Manuela Magno, a alegria tem um papel crucial na vida e na sociedade. No seu entender, todos procuram viver em paz, sentir que são úteis e que as suas ações têm significado. Segundo a candidata: A nossa vida e a nossa sociedade melhoram quando fazemos aquilo em que acreditamos, de forma honesta e com entusiasmo”.

Uma crítica construtiva à política portuguesa

Uma política com menos “espetáculo” e mais pedagogia é fundamental para a candidata, que considera que os partidos têm a obrigação de educar civicamente os cidadãos:

“Os partidos deveriam fazer mais pedagogia política. Explicar as decisões, as propostas, e não apenas agir em função dos votos.”

Sobre os presidentes anteriores, reconhece méritos e aponta falhas, considerando que têm, no geral, contribuído para a consolidação da democracia, mas que chegou o momento de dar um passo além da estabilidade, rumo à participação ativa e à pedagogia cívica: “Não basta representar o país. É preciso envolver os cidadãos, explicar, escutar e inspirar ação”.

Fonte: Leonor Almeida

Uma candidatura pela cidadania ativa

Manuela Magno resume a sua visão numa frase simples, mas impactante: “Será a candidatura à presidência da cidadania ativa.”. A sua proposta é clara: devolver aos cidadãos o papel central na democracia, promover empatia, combater o populismo e reconstruir a confiança entre a política e as pessoas.

Fonte da Capa: E2

Artigo revisto por Eva Guedes e Mariana Ranha

AUTORIA

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A Beatriz não vive sem música e tem uma playlist para todas as ocasiões. Entrou na Magazine para escrever sobre quem mais gosta de ouvir e, após um ano como redatora de Música, aceitou o desafio de ser editora no mesmo ramo, mas não se ficou por aí! No futuro, espera vir a unir o gosto pela escrita e pela música à Publicidade e ao Marketing, mas, por enquanto, é Vice-Diretora da melhor revista de Benfica, a ESCS Magazine.