Coragem para fazer coisas novas
É bastante comum vermos as pessoas a fazerem listas de sonhos e objetivos, novos hobbies e rotinas, mas atrevo-me a dizer que é igualmente comum ouvir essas mesmas pessoas dizerem que ainda não fizeram nada do que queriam ter feito.
Porque será que isto acontece?
A verdade é que temos imensa criatividade e vontade de realmente fazer coisas novas, de nos tornarmos em quem queremos ser, mas há algo que nos faz abrandar ou então avançar loucamente: a coragem.
Quando somos crianças, penso que é menos complexo começar coisas novas, porque somos crianças, estamos habituados a estar expostos a coisas que não conhecemos. A infância é uma fase de aprendizagem a todos os níveis e, como tal, estamos familiarizados, tanto com o sentimento de desconforto, como com o de entusiasmo, de não fazer ideia do que vamos fazer ou como se faz algo. Temos, também, sempre alguém a olhar por nós, os adultos, que, não só nos dão regras, como nos expõem a estas novas aventuras e ainda estão lá sempre durante o processo, para, caso algo não aconteça como suposto, nos auxiliarem. Nesta fase é fácil ter coragem, porque (quase) tudo na nossa vida implica coragem.
Quando crescemos as coisas vão mudando, começamos a perceber do que gostamos ou não, no que somos bons, no que não somos tão bons, em que situações estamos confortáveis, em que situações estamos desconfortáveis, etc. No fundo, começamos a conhecer-nos. Acredito que seja nesta altura que a coragem começa a falhar, o que pode parecer mau, mas não tem de o ser, porque quando nos focamos na nossa zona de conforto conseguimos aprender o que está nela, dá-nos confiança que, mais tarde, vai ser o combustível para termos a ambição (e coragem) para partirmos para coisas novas.
Sempre fui alguém com muita vontade de fazer coisas novas, mas muitas vezes a vontade estava lá, mas a coragem não. E, como em tudo na vida, arranjei desculpas para não fazer o que tinha curiosidade em fazer, seja porque tinha de fazer sozinha, porque implicava dinheiro que eu não tinha ou porque não sabia se valeria a pena.
A verdade é que vai sempre valer a pena, porque eu prefiro mil vezes olhar para trás, saber que experimentei tudo o que quis e conhecer-me melhor, do que ficar na dúvida.
Experimentar coisas novas é colocarmo-nos em desconforto para, por vezes, encontrarmos o conforto que nunca sentimos antes.
Fonte da capa: Andrea Janzen
Artigo revisto por Beatriz Mendonça
AUTORIA
A Leonor tem 21 anos, está no terceiro ano da licenciatura de Publicidade e Marketing, e se algum dia lhe dissessem que ia estar na ESCS Magazine a escrever artigos, provavelmente ela não acreditaria. Gosta de ouvir podcasts, músicas e de ter os seus cosy days em casa a ver séries ou a cozinhar, viu na ESCS Magazine a oportunidade de se expressar e mostrar a sua opinião. Este ano aceitou o desafio de ser Editora Executiva da melhor revista da 2ª circular.