Música

E viva Carlos do Carmo

Foi no passado dia 19 de Novembro que Carlos do Carmo recebeu o Grammy Latino em Las Vegas. Partilhando-o com todos nós, lusitanos, o fadista tornou-se o primeiro português a ser galardoado com este prémio, a cereja no topo do bolo de comemoração dos seus 50 anos de carreira.

Carlos do Carmo nasceu na capital portuguesa, cidade sobre a qual canta em “Lisboa Menina e Moça”. Filho do proprietário da casa de fados “O Faia”, Alfredo de Almeida, e da fadista Lucília do Carmo, o mais certo seria que seguisse uma carreira dentro desse estilo musical. E ainda bem que o fez.

O seu primeiro disco foi lançado quando tinha apenas nove anos, em 1948. Mas Carlos do Carmo, tal qual o conhecemos, só se (re)lançou na música e no fado em 1964. Hoje, com 74 anos, conta com meio século de carreira dedicado a esta esfera musical, de onde se destacam temas como “Os Putos”, “Estrela da Tarde”, “Um Homem na Cidade”, entre muitos outros.

O seu longo percurso na música inclui ainda passagens pelo Festival da Canção, onde representou poemas de Manuel Alegre e de Ary dos Santos, responsável pela letra de alguns dos seus temas mais conhecidos. Carlos do Carmo conta com uma bagagem musical invejável, com a presença de artistas como Frank Sinatra, Elis Regina e o português José Afonso, todos eles essenciais à sua construção enquanto artista.

Acérrimo defensor do património fadista e um dos protagonistas da candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade, Carlos do Carmo já levou a sua música às salas de maior renome do planeta, entre elas o Olympia de Paris e o Royal Albert Hall, em Londres.

O prémio “Lifetime Achievement” que lhe foi atríbuido no dia 19 de Novembro equipara-o a músicos como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Elvis Presley, Miles Davis, Bob Dylan, James Brown, Tom Jobim, Leonard Cohen e Johnny Cash, também já premiados em anos anteriores, e legitima a sua posição enquanto ícone da música portuguesa.

“E viva Portugal!: foram as últimas palavras do seu discurso após a entrega do prémio. A nós, ouvintes e portugueses, só nos resta exclamar “E viva Carlos do Carmo!”.

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