Efeito Submarino, o disco mais ambicioso e conciso de João Couto
Lançado a 7 de fevereiro, Efeito Submarino marca uma nova fase no percurso de João Couto.
Em 2024, participou, novamente, no Festival da Canção – depois de ter sido intérprete de O Jantar (2019), a convite de Pedro Pode (doismileoito e S. Pedro) – como autor e intérprete de Quarto para Um, tema selecionado entre mais de 800 candidaturas, que impulsionou este Efeito Submarino.
Após Carta Aberta (2018) e Boa Sorte (2021), o cantor, compositor e produtor gaiense traz-nos novas canções num disco que é, até agora, o seu “mais ambicioso e conciso”.
O que significa Efeito Submarino?
O artista partilhou a definição real – “Fenómeno físico que ocorre num acidente de viação quando o cinto de segurança, por não estar devidamente ajustado, permite que o corpo deslize para baixo durante o impacto.” – e a inventada deste conceito no seu Instagram, horas antes do lançamento deste seu novo disco. Segundo este, o seu Efeito Submarino é um “estado emocional caracterizado por uma mistura de sentimentos intensos, desencadeado por um acontecimento inesperado”.
O disco
O novo álbum, gravado no verão de 2024, maioritariamente no estúdio que criou em casa, marca um novo patamar na sua carreira, prometendo solidificar o seu lugar no panorama musical português.
Produzido em grande parte pelo próprio, aceitando as pequenas imperfeições das gravações que sempre o lembrarão do seu estúdio, e com as colaborações de João Borsch e Ben Monteiro (D’Alva), João afirma que este é o seu trabalho mais pessoal até à data e mostra-nos tão bem como a música pop é o seu lugar feliz e seguro.
Muitos dos acontecimentos que acabaram por desencadear a ideia deste álbum aconteceram na semana de lançamento de Boa Sorte. Estes fizeram com que o artista escrevesse no seu caderno, em letras garrafais, Efeito Submarino, ainda sem saber o significado real desta expressão. Foi o termo que arranjou para descrever a sensação de se apaixonar a sério pela primeira vez.
Faixa a Faixa
Entre riffs de rock alternativo, melodias pop contagiantes e dançáveis e letras cheias de emoção e significado, mostrando um lado mais vulnerável, Efeito Submarino é composto por dez faixas.
Logo na primeira faixa, Efeito (Intro), explica o que despoletou a ideia do disco, a forma como se sentiu, o facto de tudo à sua volta estar desfocado: “Toda a sala desfocou…”, exceto “aquela pessoa”.
Segue-se Asfalto, uma espécie de “pontapé na porta” para as restantes faixas, uma canção mais rock alternativo que vem para mostrar a versatilidade de João Couto e o facto deste poder fazer a música de que mais gosta, sem medos.
Aniversários surge de uma necessidade de partilhar a sua urgência em registar momentos. É também um lembrete para aproveitarmos a vida e vivermos experiências que ainda não vivemos.
Foragido é uma canção mais eufórica, falando sobre a aceitação de ser uma pessoa mais aluada, “foragida”, e encontrar alguém para o ser sem vergonha.
Cinema traz-nos um pop mais “fresco” e Lugar à Mesa um lado mais vulnerável.
Quarto Para Um foi apresentada no Festival da Canção e mostrou-nos um lado do artista pelo qual ninguém esperava. É sobre descobrir que “casa” vai além daquilo que é um lugar físico: é uma conexão genuína com alguém especial.
15 Minutos é uma canção nostálgica e reflexiva, onde João reconhece que é necessário expandir horizontes e arriscar: “Não saio da minha bolha, é um facto / (Tens de o fazer por ti.)”.
Meio-Termo é uma canção com grooves sofisticados e, a última faixa do disco, Irreversível, é uma homenagem assumida a In Your Eyes, de Peter Gabriel – uma das grandes influências do músico.
Os próximos concertos…
João Couto andará pelas lojas Fnac, de norte a sul do país, passará pelo Talkfest, em Lisboa, onde também dará um concerto dia 10 de setembro, ainda em local por anunciar.
Este é, sem dúvida, um álbum que nos envolve sem aviso, como um verdadeiro Efeito Submarino!
Convido-vos à escuta deste disco, que pode ser ouvido em todas as plataformas digitais e em CD.
Fonte da Capa: RTP
Artigo revisto por Miguel Calixto
AUTORIA
Beatriz não vive sem música e tem uma playlist para todas as ocasiões. Entrou na Magazine para escrever sobre quem mais gosta de ouvir e, após um ano como redatora de Música, aceitou o desafio de ser editora no mesmo ramo. Está no 2.° ano de Publicidade e Marketing e no futuro espera vir a unir o gosto pela escrita e pela música a estas duas grandes áreas.