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Entrevista: Bússola, à descoberta de novos rumos na música leiriense

Foi há cerca de um mês que os Bússola marcaram presença no Musicbox, juntamente com Les Crazy Coconuts, numa noite dedicada à editora leiriense Omnichord Records. Ao longo da noite, soaram os temas do seu EP de estreia, homónimo, e foi possível presenciar a intensidade folk que é iminente e, sem dúvida, natural aos Bússola.

É na voz de Pedro Santo e nos arranjos improváveis de acordeão, bateria, contrabaixo, guitarra elétrica e guitarra acústica que se materializa um possível novo caminho na música leiriense, também já explorado de forma diferente pelos Few Fingers e a sua lap steel guitar.

Surge então um espaço para o folk sincero e consistente dos Bússola, que se exprime numa simplicidade comovente. Apesar de só agora terem lançado o seu primeiro EP, os Bússola parecem saber exatamente para onde vão.

Horas antes de entrarem em palco, o vocalista dos Bússola contou à ESCS MAGAZINE um pouco mais sobre este novo projeto:

Antes de mais, como nasceram os Bússola?
Pedro Santo: Bússola nasce no Verão de 2013, quando eu regresso a Leiria. Estava em Lisboa e regressei com um conjunto de canções e ideias para músicas em guitarra, que faziam todo o sentido serem trabalhadas com uma banda. Nesse sentido, gravei uma pequena maquete que enviei a um conjunto de músicos que, felizmente, aceitaram o projeto. Começámos a trabalhar em Agosto ou, salvo o erro, em Setembro de 2013 e foi aí que nasceu o projeto.

Tendo em conta que todos vocês têm projectos paralelos, é fácil conciliar tudo?
Pedro: Não, não é fácil. É sempre complicado arranjarmos tempo para compormos e gravarmos. Há alturas em que, de facto, isso não é possível, mas tem que ser assim. Temos que fazer uma força. (risos)

O que é que vos levou a criar esta sonoridade folk, tão distinta?
Pedro: No início atraía-me uma sonoridade acústica. De facto, existem algumas influências do folk, que são evidentes na nossa música. E procurei instrumentos como o contra-baixo ou o acordeão para tentar construir esse som mais acústico. Foi um conceito inicial, mas que entretanto evoluiu: já temos guitarra elétrica e teclas, e mais uns sons eletrónicos a acontecer.

Vocês lançaram há pouco tempo o vosso primeiro EP. Em que é que se inspiraram durante a criação dos temas?
Pedro: Os temas são um pouco lamechas e acabam por ser uma reflexão sobre um período muito antigo da minha vida, especialmente estes temas que estão neste EP.

Têm sido bem recebidos, pelo público?
Pedro: Sim, a crítica tem sido positiva. Há algumas manifestações de apreço das pessoas que compraram e ouviram o álbum. Tem sido positivo.

Para onde segue o caminho dos Bússola?
Pedro: O caminho segue para um LP. Segue para um disco que espero estar pronto e disponível no final de 2016. Já temos novo material e algumas canções que estão à espera, com alguma ansiedade, para serem gravadas. Esse será o nosso próximo trabalho.

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