Música

Gémea Analógica, o lado mais íntimo e frágil de Filipe Sambado 

A 31 de janeiro, Filipe Sambado editou Gémea Analógica, o novo álbum de canções gravadas ao vivo. 

O disco é resultado dos concertos acústicos que Sambado levou para a estrada em 2024 – na sequência de Três Anos de Escorpião em Touro, editado em 2023 – numa tour mais intimista com o mesmo nome. Este conta com a produção de Chinaskee e também com uma edição em cassete pela Revolve.

Três Anos de Escorpião em Touro e Gémea Analógica 

Os últimos anos ficaram marcados por algumas mudanças na vida de Filipe Sambado, como a reafirmação de género e a parentalidade.

Em 2023, lançou Três Anos de Escorpião em Touro, o quarto longa-duração, e é impossível ouvi-lo sem perceber que a sua personalidade foi reconstruída desde Revezo, de 2020.

Se ouvir o hiperpop de Três Anos de Escorpião em Touro já era observar uma espécie de radiografia da sua criadora, em Gémea Analógica podemos ouvir essas mesmas canções – que já se apresentavam vulneráveis com a partilha de anseios, desejos e confissões – despidas da expressividade da produção das versões de estúdio, mostrando um lado ainda mais frágil e íntimo. 

Fonte: Bandcamp

Gémea Analógica não vem com o intuito de evidenciar um contraste entre álbuns, mas sim um aprofundamento ou regresso à génese das próprias canções. Filipe não se perde nem prende com essa aparente contradição e mostra ao seu público que é possível apresentar duas ideias diferentes para uma mesma canção.

Em quase 50 minutos podemos descobrir a essência pura das canções já conhecidas, de um disco que tem espaço para muitas lutas a favor de um mundo melhor, mais justo e mais inclusivo, e a essência de Sambado que nos torna a mostrar que não tem “medo de ser

Gémea Analógica – o espetáculo pt. II

O espetáculo continuará a ser apresentado este ano, estando já agendadas passagens por Aveiro (a 22 de fevereiro, no GrETUA), Torres Vedras (a 14 de março, no Bang Venue), Porto (a 22 de março, no Passos Manuel), Coimbra (a 4 de abril, no Salão Brazil), Viseu (a 5 de abril, no Carmo 81), Lisboa (a 26 de abril, na Galeria Zé dos Bois) e Loulé (a 28 de junho, no Festival MED).

Fonte: Inês Condeço

Os concertos a solo permitem-me uma aproximação muito generosa com o público, são um momento de partilha encaixado em versões minimizadas das canções. Poder ouvir o público por cima da música e da minha performance condiciona-me e envolve-me em pensamentos e sensações. Vim aprendendo a lidar com isso e a permitir-me reagir aos estímulos. Como na composição e na génese das canções, este formato de concertos reproduz e recria a urgência destas. É muito intenso poder sentir a dinâmica e a retribuição do público.”

–  Partilha Sambado em comunicado de imprensa.

Gémea Analógica, assim como todo o trabalho de Filipe Sambado, pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.

Fonte da Capa: Catarina Santos

Artigo revisto por Inga Carvalho

AUTORIA

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Beatriz não vive sem música e tem uma playlist para todas as ocasiões. Entrou na Magazine para escrever sobre quem mais gosta de ouvir e, após um ano como redatora de Música, aceitou o desafio de ser editora no mesmo ramo. Está no 2.° ano de Publicidade e Marketing e no futuro espera vir a unir o gosto pela escrita e pela música a estas duas grandes áreas.